Eu acredito que minissérie também é cultura e já aprendi muito sobre a história da humanidade assistindo séries baseadas em fatos, que, por sinal, é um dos meus gêneros favoritos.
Eu já conhecia a história da Anne Frank que escreveu um diário enquanto morava com sua família e outros judeus, num esconderijo atrás de uma estante, durante a Segunda Guerra Mundial, em Amsterdã. Tive o prazer de visitar a casa, quando estive na Holanda, e ler seu diário, que foi publicado em vários idiomas e é um best seller até hoje.
Lembro de ter ouvido falar de Miep Gies, que foi responsável por ajudar a família de Anne, mas foi na minissérie “Uma Pequena Luz”, que eu conheci os detalhes de sua magnífica trajetória que salvou a vida de tanta gente.
“Uma Pequena Luz” mostra o outro lado da estante que escondeu Anne Frank e sua família dos nazistas. A minissérie conta a história real de Miep Gies (Bel Powley), a corajosa secretária que ajudou a salvar vida de judeus na Segunda Guerra Mundial. Ao lado de seu marido Jan (Joe Cole), ela arrisca sua própria segurança para garantir a segurança da família de seu chefe, Otto Frank (Liev Schreiber), e de outros holandeses perseguidos pela ditadura de Hitler. Para a vizinhança do casal Gies, em Amsterdã, eles viviam uma vida pacata mas, no anexo secreto atrás da estante de livros, eles estavam fazendo parte da resistência a um sistema de terror e morte. Fonte: https://www.adorocinema.com/series/serie-31254/
No evento Deadline Contenders, em Los Angeles, Joan Rater, criadora e produtora da minissérie, compartilhou como se apaixonou pela história de Miep e porque resolveu contá-la, “eu fui com meu marido a Amsterdã há alguns anos e quando visitei a casa da Anne Frank, que é um dos pontos turísticos mais populares da cidade, eu me deparei com a história da Miep e percebi que, ao contrário da Anne, ninguém tinha feito um filme ou uma série antes sobre sua vida. Achei fascinante a coragem daquela mulher que, com seu marido, arriscou a própria vida para ajudar judeus e outras pessoas perseguidas pelo Hitler. Muita gente sobreviveu graças a eles. Foram verdadeiros heróis, que não são reconhecidos como deveriam. Daí surgiu a ideia de transformar essa bela história em série. Levou um tempo, mas estou muito feliz que esse projeto tenha se concretizado e, com o apoio da ABC/Disney, está disponível em diversas plataformas pelo mundo afora. No meio de tanta dor e tantas perdas durante a guerra, essa é uma história que nos dá esperança. Quanto mais gente assitir, mais gente vai se sentir inspirada. E, com a pandemia, acho que a gente precisa de histórias assim, mais que nunca.”
A atriz Bel Powley, que interpreta a protagonista e participou do evento pelo telão, concorda com Joan sobre a relevância de “Uma Pequena Luz” nesse momento e também contou como foi importante pra ela dar vida a essa mulher guerreira e destemida, “tem guerras acontecendo agora na Ucrânia e em tantas partes do mundo. Tem tanta gente vivendo um momento tão vulnerável como Anne e a família dela durante a Segunda Guerra Mundial, o mundo precisa de mais empatia e mais gente disposta a fazer o que a Miep e o marido fizeram pelo próximo. Isso é amor de verdade. Eu não conhecia a história dela, só a da Anne mesmo. Aprendi com esse trabalho. E acho importante termos essa plataforma para levar essa mensagem para o maior número de pessoas possíveis. Por isso, esse projeto foi também tão importante pra mim, eu queria honrar e celebrar a vida e os sacrifícios que ela fez em prol do próximo. Espero que todos gostem do resultado. É uma história de amor feita com muito amor por todos nós”.
A minissérie, além de uma aula de história, é sim uma aula de amor ao próximo. Emociona, ensina, por vezes, revolta, mas toca o coração de forma profunda e sincera. Sinceramente “Uma Pequena Luz” é uma lição de vida e humanidade, sem contar que é uma minissérie bem produzida, com um roteiro caprichado e um elenco afinado. Uma das melhores da temporada. Imperdível conferir!