Criado por: Amy Sherman-Palladino (2017)
Com: Rachel Brosnahan, Alex Borstein, Michael Zegen mais
Amy Sherman-Palladino e seu marido, Daniel Palladino, já tinham dado a sua contribuição para o universo das séries e criado um vício perfeito para os viciados em seriados chamado “Gilmore Girls”.
Mas para a nossa felicidade plena, Amy criou mais uma obra de arte, a premiada série “The Marvelous Mrs. Meisel”, que foi eleita a melhor série de comédia pelo Producer’s Guild of America em 2018. Ganhou também o prêmio máximo dos críticos (Critic’s Choice Awards), na categoria melhor série de comédia, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, e o Globo de Ouro, na categoria melhor série de comédia e melhor atriz de comédia para Rachel Brosnahan, que está realmente espetacular na pele de Miriam “Midge Maisel”, uma jovem da década de 50, que sonhava apenas em se formar na faculdade, arranjar um bom marido, ter dois ou três filhos e um apartamento elegante em Manhattan. Mas um dia a vida lhe dá uma rasteira e ela acaba descobrindo que tem talento pra ser comediante e percebe que a diferença entre ser dona de casa e se apresentar no palco de um barzinho transado não e tão assustadora como ela imaginava.
A marca registrada de Amy e Daniel Palladino (que dirige, escreve e produz a série com a esposa) está presente nos diálogos rápidos, inteligentes, com ótimas referências da época, e que nos fazem gargalhar, ao mesmo tempo que nos emocionam na mesma cena. Como as protagonistas de “Gilmore Girls”, Miriam é uma mulher forte, mas humana, tem qualidades e defeitos, ela cai e levanta, sofre, e vibra com suas conquistas. Ela é divertida, sem ser caricata e extremamente carismática, característica que é mérito da excelente atuação de Rachel.
Eu confesso que tinha ouvido falar da nova série da Amazon, mas só fui assistí-la mesmo depois do Golden Globes. Eu pessoalmente vibrei, mesmo sem ter visto a série antes, porque eu sempre achei que “Gilmore Girls” deveria ter sido indicada a vários prêmios, o que não aconteceu na época. Mais que justo que o talento de Amy e Daniel Palladino fosse reconhecido agora.
Todos os 8 episódios de “The Marvelous Mrs. Maisel” são impecáveis, mas o final do episódio 7 me fez refletir que, apesar da série se passar no ano de 1958, todas as questões apontadas por Midge Maisel em relação às mulheres na sociedade da época não poderiam ser mais atuais. Aliás, interessante que este episódio foi escrito e dirigido por Daniel Palladino, não Amy, o que o torna ainda mais interessante, já que ele é um dos caras legais que reconhece nossos problemas e tem a sensibilidade de apontá-los na voz de sua poderosa protagonista.
E daí que sou divorciada? E daí se estou sozinha? Por que as mulheres se preocupam tanto com o que as pessoas acham delas? Ou como as pessoas veem elas? Mesmo as mulheres lindas e bem-sucedidas. Por que?
Por que as mulheres têm que fingir ser alguém que elas não são? Por que a gente tem que fingir que é burra, quando não somos burras? Por que temos que fingir que somos imprestáveis, quando não somos imprestáveis? Por que temos que fingir que não estamos com fome quando temos fome? Reflexões de Midge Maise |
Abaixo está o clip da cena para quem gosta de spoilers, mas se você não curte não assista!
Virei fã de carteirinha desta série que além de divertir e emocionar, ainda trata de questões pertinentes a nossa sociedade, mereceu todos os prêmios que ganhou e merece ser visto e revisto. A Amy e ao Daniel só nos resta agradecer mais este presente!