No proximo dia 30 de Julho (sábado), às 22 horas, o Sundance Channel vai exibir o filme The Fits (“Os Ataques”), que retrata um fenômeno muito mais comum que imaginamos, a histeria em massa, que é capaz de afetar um grupo que realiza uma atividade junto, como uma estrutura hierárquica bem definida, como atletas e líderes de torcida. Os sintomas se espalham rapidamente entre os membros da equipe e, apesar de se manifestarem fisicamente, como “espasmos” e desmaios, sua causa é psicológica, não orgânica, e não tem explicação lógica.
Eu particularmente já tinha ouvido falar do assunto, mas nunca tinha me aprofundado. Achei fascinante como a diretora (também responsável pelo roteiro e produção) de “The Fits”, Anna Rose Holmer, conseguiu retratar este fenômeno através de um grupo de dança, na cidade de Cincinnati, no estado de Ohio, EUA.
Protagonizado pela jovem atriz e dançarina Royalty Hightower que dá um show de interpretação na tela, e o seu próprio grupo de dança, o “Q-Kidz Dance Team”, o filme mostra acima de tudo os esforços que os jovens são capazes de fazer para pertencer ao seu grupo social. E me fez refletir sobre o assunto que vai muito alem daquele grupo de dança em Ohio, pois a verdade é que independente da nacionalidade, da classe social, até mesmo da idade, nós como seres humanos temos essa necessidade quase incontrolável de ser aceito pelos outros. O que não seria um problema, se não deixássemos de ser nos mesmos, e de fazer as coisas que acreditamos, de sonhar nossos próprios sonhos, ultrapassando de forma negativa os nossos limites e passando por cima até da nossa própria moral, apenas para parecer bacana e pertencer a um determinado grupo social, seja no esporte, na dança, na escola, na vizinhança, na faculdade, no trabalho, na nossa própria família.
O filme, que tem pouco diálogo, mas muita música, coreografias incríveis e atuações de tirar o fôlego, não só da protagonista, como de todo o elenco, retrata a histeria coletiva que muitos de nós não vivemos declaradamente, mas que paira constantemente em nossas mentes. Se observarmos como as pessoas de uma determinada classe social, numa determinada cidade, se vestem, os assuntos que elas falam, as lojas que frequentam, até mesmo os produtos que tem dentro da geladeira, vamos ver os “espasmos” e os “desmaios” representados na similaridade do comportamento humano, já que grande parte das suas atitudes e do seu comportamento não pertencem necessariamente ao que elas acreditam, mas ao que o grupo espera que elas acreditem.
Este é um filme profundo, daqueles que vai fazer você pensar ou melhor repensar alguns dos seus conceitos básicos de existência, quase como um grito de alerta para chamar a sua atenção de quão importante é você continuar sendo um indivíduo, e brilhar não por fazer o que o grupo faz, mas pelas suas próprias características, sua própria personalidade e suas próprias escolhas.
Vale muito a pena conferir!
Trailer:
Quer assistir ao filme? Acesse: http://thefits.oscilloscope.net/
http://thefits.oscilloscope.net/