Cheguei super tarde no fandom da série “The Bear” (“O Urso”), mas, uma vez que assisti o piloto, maratonei as 2 temporadas em 24 horas. Mal consegui dormir, tinha urgência de terminar todos os episódios.
Confesso que já tinha visto milhões de outdoors de “The Bear” espalhadas por Los Angeles, desde o ano passado. Cheguei a ver trailers e vídeos, mas a série estava sendo vendida como comédia, que mais parecia um “cooking show” e, na época, não me interessou, mesmo tendo sido indicada ao Emmy Awards, em várias categorias, deixei passar.
Esse ano, “The Bear” foi ainda mais aclamada pela crítica e por um grupo de amigas que insistiram para que eu desse uma chance. Elas me conhecem bem e segui a sugestão. Daí eu entendi que a propaganda do show não condiz exatamente com o que tem de melhor na série, os diálogos intensos, os silêncios necessários, os questionamentos, a culpa, as catastróficas reuniões de família, o caos que o trabalho traz, as consequências dos relacionamentos tóxicos tanto na vida pessoal, como profissional.
Em suma, “The Bear” tem momentos engraçados, tem piadas sarcásticas, tem comédia, porque em todo drama encontramos comédia, mas não é comédia e muito menos um “cooking show”, aliás, me dói ver que está na mesma categoria de “Abbott Elementary”, por exemplo, que é igualmente genial, mas uma comédia com drama e não um drama com comédia.
Entendo que colocar uma série como “The Bear” na categoria comédia é uma estratégia conhecida dos estúdios, pois dá ao seriado a chance de concorrer a mais prêmios. Mas, particularmente, eu considero “The Bear” um drama e dos excelentes.
Minhas amigas tinham razão, eu não só amei como se tornou uma das minhas séries favoritas da temporada. Os atores estão brilhantes, o ritmo é alucinante mas reflete o clima da cozinha, como sei por conta de alguns outros amigos chefs, que enfrentam a mesma pressão.
O roteiro é primoroso, não tem nenhum episódio mais ou menos, mas confesso que a segunda temporada é ainda mais excepcional que a primeira. Destaco, sem dar spoilers, o episódio do Natal, que conta com um time de peso de atores, como convidados especiais, como Bob Odenkirk, Sarah Paulson, John Mulaney, Gillian Jacobs e Jamie Lee Curtis, cuja performance no episódio, para mim, foi melhor do que a que lhe rendeu o Oscar em “Tudo em Todo Lugar ao mesmo Tempo”.
Para quem não assistiu ainda, eu sugiro uma maratona com uma caixinha de lenços ao lado, pois acredite que você vai precisar. Eu usei e abusei deles. Chorei mais que ri, mas também porque para mim foi uma daquelas séries cheias de gatilhos. “The Bear” me tocou profundamente mas não me entristeceu, pelo contrário, lavou a minha alma. Descobri que derramei lágrimas que estavam guardadas e, com isso, me senti bem tirando o peso delas de dentro de mim. Valeu tanto quanto uma sessão de terapia!
E, se você já é do fandom, provavelmente muito antes de mim, nos conte se a série impactou positivamente a sua vida, como fez com a minha! Algo me diz que sim.
Sinopse:
Na série de comédia dramática The Bear, Carmen Berzatto (Jeremy Allen White) é um jovem chef que herda um restaurante e tenta transformar o lugar em um grande negócio. No entanto, Carmy enfrenta várias dificuldades e busca ajuda nos diversos funcionários para tentar melhorar e transformar o The Beef em um dos maiores e melhores restaurantes de Chicago. A trama explora como cada personagem lida com suas vidas pessoais enquanto tentam alavancar suas carreiras na indústria alimentícia. Além das ambições profissionais e a rotina estressante do restaurante, a relação de Carmy com a família é cheia de tensão, especialmente depois do suicído do irmão que impactou a todos. A produção discute comida, família e a rotina insana dos restaurantes. Carmy batalha para elevar seu estabelecimento e a si mesmo ao lado da equipe de cozinha carrancuda que aos poucos se transforma em uma nova família. Fonte: AdoroCinema