Super Bowl 2017: Fenômeno entre americanos

O Super Bowl esta para os norte-americanos, como a final da Copa do Mundo está para nós, brasileiros. A grande final do campeonato de futebol americano para o país, e mesmo aqueles que, como eu, não acompanham e nem entendem direito as regras do jogo, em dia de Super Bowl vão pra um bar, assistir cercado de amigos, cervejinhas, petiscos e entusiasmados torcedores. Como o Super Bowl é um dia tradicional, segui a minha própria tradição e fui assistir no The Victorian, um animado bar em Santa Monica, que oferece aperitivos gratuitos e descontos especiais nas bebidas para celebrar a data.

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E, logicamente, o auge do evento não é necessariamente o momento que um dos times leva o troféu pra casa, mas sim, o Half Time Show, quando uma das maiores estrelas da música no país faz sua apresentação para os milhões de espectadores que estão grudados na TV. Este ano, quem roubou a cena dos atletas foi Lady Gaga.

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Nunca um Half Time Show foi aguardado com tanta ansiedade pela mídia e pelos democratas, Gaga é uma das maiores criticas do atual Presidente Donald Trump, e todos esperavam que a cantora fosse aproveitar a oportunidade para dar seu testemunho político. E Gaga não poderia ter feito isso de forma mais elegante, criativa e sincera. Na frente de milhões de espectadores, incluindo o atual vice-presidente Mike Pence, presente no local, um dos maiores opositores da comunidade LGBTQ, Gaga canta “Born This Way”, um dos seus grandes sucessos, com versos que dizem:

“Não importa se você é gay, hetero ou bi
Lésbica ou se é transgênero
Eu estou no caminho certo, baby
Eu nasci para sobreviver
Não importa se você é negro, branco ou amarelo
Se é latino ou oriental
Eu estou no caminho certo, baby
Eu nasci para ter coragem”

Como o jornal USA Today apontou, aparentemente foi a primeira vez que a palavra transgênero foi cantada no Super Bowl. E Lady Gaga com a maquiagem certa, os bailarinos perfeitos, e vestindo o figurino de Gaga, faz uma das apresentações mais marcantes, significativas e politizadas de sua carreira e do Half Time Show.

Outro destaque do Super Bowl são os comerciais, que custam milhões de dólares, marcando o intervalo mais caro da programação da TV norte-americana. O destaque de 2017 ficou para o teaser da série “Stranger Things”, vencedora do Sag Awards (premiação do Sindicato dos Atores nos EUA), e um dos maiores sucessos do Netflix em 2016, deu um gostinho aos fãs do que vai ser a segunda temporada que tem estreia prevista para outubro.

Teaser Stranger Things

 

 

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O Super Bowl 2017 entrou para a história do esporte, pois pela primeira vez o jogo foi para a prorrogação, saindo vitorioso o time Patriots, de Tom Brady, que virou o jogo nos últimos minutos. O marido de Gisele Bundchen pode ser o quaterback que bateu o recorde vencendo 5 campeonatos, mas foi a modelo brasileira que roubou a cena ontem, em todos os veículos de comunicação e na internet, ao comemorar a efusivamente a vitória de seu gato.

Gisele

O tradicional Super Bowl foi inovador em vários aspectos,a virada surpreendente do Patriots, o recorde de Tom Brady, a animação de Gisele, foi a primeira vez de uma prorrogação, e da menção da palavra transgênero no Half Time Show, além do que, quebrou todos os recordes de audiência. Interessante que aconteceu logo no Texas, um dos estados mais conservadores desta nação. Isso pode ser um sinal para os tradicionalistas que insistem em afirmar que a apresentação de Gaga não teve foco político… Mas sabemos que o pior cego é aquele que não quer enxergar, e ontem, nada foi óbvio, o próprio destino com a ajuda de uma Lady, contribuíram para que este Super Bowl entrasse para a história do esporte e da comunidade LGBTQ, representada pela primeira vez com classe neste evento. Mesmo sem entender nada do que estava acontecendo no campo, valeu assistir cada segundo da partida ontem, mais que um domingo divertido com os amigos, foi um dia épico para estar “nesta terra que é de vocês, nesta terra que é minha, nesta terra que foi feita para você e para mim” – Lady Gaga.

 

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