Vou fazer uma propaganda gratuita, já que o Hulu é o meu serviço de streaming favorito que, além de produzir séries originais fantásticas, ainda disponibiliza, no dia seguinte, meus seriados prediletos exibidos pelas emissoras de TV. Eu sei que a plataforma não está disponível no Brasil, inclusive, sofro quando estou visitando a minha família. Mas, a ótima notícia é que as produções originais que estão na corrida do Emmy Awards, o Oscar da Televisão, estão disponíveis no canal Star + Brasil.
Não só já maratonei “Dopesick”, “The Dropout” e “Pam & Tommy”, como tive o privilégio de encontrar o elenco dessas 3 obras incríveis no evento Deadline Contenders, que rolou no início de abril nos estúdios da Paramount, em Los Angeles.
Dopesick
O painel reuniu no palco o criador Danny Strong, conhecido dos fãs de “Gilmore Girls” por interpretar Doyle McMaster, o par de Paris Geller ( Liza Weil), e os atores Michael Keaton (Dr. Samuel Finnix) e Kaitlyn Dever (Betsy Mallum). O seriado é baseado em fatos, porém, os personagens interpretados por Keaton e Kaitlyn são fictícios. Como explicou Danny, “o Dr. Samuel e a Betsy foram inspirados em várias pessoas que passaram por essa experiência devastadora. Eles reúnem características que encontramos no depoimento das vítimas desse medicamento e desse crime que foi real e afetou a classe operária. Tudo isso foi orquestrado por um laboratório farmacêutico que pertence a uma das famílias mais ricas do país, com o envolvimento do governo, de políticos, e muitos gente importante e conhecida”.
Keaton falou da responsabilidade de trazer esse assunto à tona, “essa série funcionou quase como um alerta à população para o cuidado ao usar qualquer tipo de medicação, mesmo prescrita pelo seu médico. Infelizmente, ainda vemos muitos profissionais que se rendem à corrupção da indústria farmacêutica, especialmente em cidades rurais, no interior. Foi um personagem complexo de interpretar, mas fascinante, muito humano, cuja a trajetória deixou uma mensagem muito importante”.
E Kaitlyn complementa, “sim, foi um trabalho muito marcante para todos nós, é uma forma de honrar a memória das vítimas que se viciaram e as que faleceram de overdose por conta desse medicamento prescrito sem a menor responsabilidade, para atender a vaidade de um psicopata milionário, que é dono do laboratório. Essa minissérie é uma forma de protesto, tenho muito orgulho deste trabalho”.
Eu não sabia do ocorrido, mas fiquei impressionada com a qualidade dessa produção. Inclusive o laboratório e a família em questão estão envolvidos em um escândalo recente. Mas, não vou entrar em detalhes, pois encorajo a todos a assistirem “Dopesick”. Uma aula de como a corrupção, a vaidade e o poder regem a classe dominante também nos EUA, um país que está longe de ser perfeito. Confiram!
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vvvvv | SINOPSE: Em “Dopesick”, um médico (Michael Keaton) percebe um perigoso aumento de pacientes viciados em opioides, em sua maioria trabalhadores das minas na cidadezinha rural, no estado da Virgínia. Ele passa a investigar esse acréscimo no número de dependentes químicos, entre eles a jovem Betsy Mallum (Kaitlyn Dever) e percebe que existe uma grande conspiração em um poderoso conglomerado farmacêutico. A empresa tenta vender a ideia de que o medicamento oxycontin não é viciante, mas as informações foram claramente fabricadas visando apenas o lucro dos poderosos envolvidos. (Fonte: Adoro Cinema) |
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The Dropout
Do enorme telão, direto de Nova York, Amada Seyfried fala da personagem mais desafiadora da sua carreira até o momento, “eu quase disse não. O caso é muito recente, a história ainda está acontecendo. Eu não sabia se queria me envolver, já que como ator não podemos julgar as atitudes dos nossos personagens e Elizabeth Holmes cometeu crimes e nem foi julgada ainda. Eu estava insegura. Ao mesmo tempo, o roteiro da Liz (Elizabeth Meriwether, criadora da série) me fascinou. Então resolvi mergulhar de cabeça e eu gostei muito do resultado. Foi um trabalho árduo com momentos divertidos”.
“Contracenar comigo foi um presente”, brincou o ator Naveen Andrews, que estava presente no evento. Na série, ele interpreta Sunny Balwani, namorado e sócio de Elizabeth nas falcatruas. “Realmente não é uma história fácil de contar já que ela está acontecendo paralelamente à série, mas eu concordo com a Amanda, Liz e sua equipe fizeram um trabalho incrível, de pesquisa inclusive, e focaram nos pontos certos. Foi um presente para nós”, complementa o ator.
Liz, que estava no palco, agradece aos atores e diz que a jornada de Elizabeth e Sunny, que conseguiram levantar um capital altíssimo para bancar um produto que era uma farsa, a fascinou tanto que facilitou o desenvolvimento desse projeto, “esse dois foram tão longe com toda essa mentira, fizeram dinheiro, aproveitaram a fama, foram recebidos pelo presidente dos EUA. Ela é uma heroína e vilã, a vida deles é um roteiro pronto. Fico feliz que a gente conseguido contar essa história enquanto ela nem terminou na vida real ainda”.
Eu estou com Liz, a história real de Elizabeth Holmes se fosse ficção já seria um sucesso, imagina saber que isso aconteceu de fato. Eu fiquei pasma como Elizabeth e Sunny conseguiram manipular e passar a perna em investidores que são por si mesmos poderosos e manipuladores. Uma dica, assistam “The Dropout” antes de pesquisarem e lerem sobre o caso. Tem muitas matérias e muita informação disponível que corrobora tudo que foi mostrado na minissérie, mas vale maratonar antes de bisbilhotar. Foi isso que eu fiz. Assistam e nos contem o que acharam!
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vvvvv | SINOPSE: “The Dropout” acompanha Elizabeth Holmes (Amanda Seyfriend), uma jovem empresária que afirma ter criado uma forma revolucionária de analisar exames de sangue, utilizando apenas uma pequena gota tirada do dedo. Rapidamente, Holmes conquistou investidores e se tornou uma das pessoas mais ricas e influentes daquele momento, criando a promessa de uma revolução na medicina. Mas logo descobriram que tudo não se passava de uma grande fraude e Elizabeth Holmes se tornou uma pária, perdendo tudo que havia conquistado. (Fonte: Adoro Cinema) |
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Pam & Tommy
Finalmente vamos falar de Pam & Tommy, caso que eu lembro de ter acompanhado quando aconteceu e eu ainda morava no Brasil.
Naqueles tempos, sem redes sociais e sem internet, a gente sabia das fofocas e dos escândalos no Fantástico e Jornal Nacional, além das revistas de fofoca, com um certo atraso, mas, ainda assim, ficávamos por dentro dos acontecimentos em Hollywood.
E esse foi um bafafá dos grandes. Para quem não sabe os detalhes, a série conta tudo sobre a sex tape da lua de mel da atriz Pamela Anderson e do músico, seu marido Tommy Lee.
Mas eu confesso que o que mais me impressionou no painel do Deadline Contenders foi ter a noção pessoalmente da transformação dos atores, Lily James e Sebastian Stan, para encararem esses personagens.
Segundo Lily, foi quando ela colocou a prótese nos seios e pintou o cabelo que ela conseguiu entrar mesmo na alma de Pam, “interpretar alguém que está vivo é sempre mais aterrorizante para um ator, mas a caracterização me ajudou muito e facilitou meu trabalho. Eram muitas horas para transformar meu corpo no de Pamela Anderson mas, nesse processo, a minha alma dava lugar a dela também. Foi muito especial e a equipe é muito talentosa, o que me deu ainda mais segurança para embarcar nessa aventura”.
Sebastian concorda “eu olhava pra Lily e via a Pam e ela me olhava e via o Tommy mesmo. A nossa aparência foi fundamental no nosso processo e só contribuiu para a química que já existia entre nós”.
Realmente, concordo com eles que ficou nota 10. O que gostaria de destacar também é a importância da minissérie ter mostrado como o machismo imperou em todos os aspectos do acontecido, transformando Pam em um símbolo sexual, o que impactou negativamente em sua carreira pra sempre, e passando pano para Tommy. Fundamental, ressalta que mais de 20 anos se passaram e situações semelhantes se repetem. Mas é bom que esse assunto seja visto e discutido para evitar que outras Pamelas tenham o mesmo destino da musa de “Baywatch”.
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vvvvv | SINOPSE: Baseada em uma história real, “Pam & Tommy” segue o turbulento relacionamento de Pamela Anderson (Lily James), atriz conhecida por seu trabalho na série “Baywatch” (S.O.S Malibu), e de Tommy Lee (Sebastian Stan), baterista da banda Mötley Crüe. O romance começou em 1995, quando os dois resolveram se casar 96 horas (ou quatro dias) depois de terem se conhecido. No mesmo ano, o casal estampou tabloides do mundo inteiro com uma sex tape de sua lua de mel que acabou roubada e distribuída para o público pelo ex-ator pornô Michael Morrison (Nick Offerman) e seu amigo Rand Gauthier (Seth Rogen). Primeiro vídeo viral de todos os tempos, a tal gravação desencadeou um dos maiores escândalos sexuais da década de 90, lembrado até hoje. O vazamento da fita afetou imediatamente a carreira de Anderson, que ficou marcada pelo escândalo e reduzida apenas a uma sex symbol, sendo sempre oferecida papéis que focavam em sua sensualidade. A empresa responsável pelo vazamento foi processada por Pamela e Tommy, resultando em um acordo confidencial que permitiu ao Internet Entertainment Group veicular, novamente, a fita para assinantes de seus sites. (Fonte: Adoro Cinema) |
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