Quando o resultado das eleições foi anunciado ontem, eu estava no cinema em NY. Assim que saí, entrei na conta do Instagram do Hollywood é Aqui e na foto que publiquei de Pabllo Vittar, na quinta-feira passada, tinham 14 novos comentários homofóbicos feitos por pessoas que não me seguiam, ou seja, elas encontraram o post através da hashtag e, intencionalmente, colocaram para fora o seu pior.
Em respeito a Pabllo, aos seus fãs, e ao que eu mesma acredito, eu desabilitei os comentários e reportarei cada um dos usuários ao Instagram, pelas ofensas ali professadas. Afinal, a resistência não é propagada apenas com palavras, mas deve ser corroborada com atitudes.
Mas devo confessar que me assustei com a rapidez em que os comentários foram postados, não só na minha foto como em todas as redes sociais, a corrente do preconceito foi espalhada instantaneamente, como se tudo já estivesse no rascunho das pessoas. Muito triste ver que basta um suposto líder abrir a boca que o resto da massa segue sem pensar, provando que tudo que estudamos há anos sobre o nazismo, foi absorvido pela maioria não como o horror, o que foi de fato, mas com certa admiração.
Mas uma amiga minha me disse uma coisa bacana, nessas horas de terror é que acontecem as grandes revoluções. Ela tem razão! E com este espírito, eu espero, sinceramente, que as coisas não piorem no Brasil, eu torço pra dar certo, até porque já é o país que mata mais membros da comunidade LGBTQ no mundo, então eu só torço para que os números de mortes não aumentem nos próximos 4 anos.
No governo Trump o índice de violência aumentou, começando por ele mesmo que separou famílias e enjaulou crianças nas fronteiras do país. As bombas enviadas semana passada e hoje para o prédio da CNN, em Atlanta, foram interceptadas a tempo, mas provam que o discurso de ódio não traz nenhum benefício para o país, muito menos para a sua população.
Eu já aguardava 2020, o ano de eleição presidencial nos EUA, com ansiedade, e agora, como lembrou bem, Jan Theophilo, na nota de abertura hoje do informe JB (que minha prima Clarissa me enviou), feliz 2022 para todos os brasileiros. Porque como disse Mário Lago em 1989, “a gente começa tudo de novo”.
Recomeçar a vida é uma das minhas especialidades e agora eu sei que neste projeto eu não estou sozinha.
Sigamos juntos! Sempre!