Atenção: O texto NÃO contém spoilers 😉
Eu tive a oportunidade de assistir a estreia mundial da minissérie “Sharp Objects”, baseado no livro de mesmo nome, no ATX Festival, em junho, em Austin, Texas. O primeiro episódio me deixou boquiaberta, tanto pelo roteiro, quando pela atuação brilhante de todo o elenco liderado pela maravilhosa Amy Adams, que estava presente no evento. Destaque especial para Patricia Clarkson e a jovem Eliza Scanlen que dão um show de interpretação na minissérie. Podem continuar lendo tranquilamente, que essa matéria não tem spoilers….
Em “Sharp Objects”, Camille Preaker (Amy Adams) é uma repórter que precisa retornar a sua cidade natal para acompanhar as investigações dos misteriosos assassinatos de duas adolescentes. O retorno a Wind Gap também traz à tona os fantasmas de seu passado, já que Camille será forçada a reencontrar a sua mãe, a hipocondríaca Adora Crellin (Patricia Clarkson), a meia irmã que mal conhece, Amma (Eliza Scanlen), e o padrastro Alan (Henry Czerny). Ao mesmo tempo, ela lida com os distúrbios emocionais, pois acabou de passar uma temporada em uma instituição psiquiátrica. Fonte: http://www.adorocinema.com/series/serie-20322/
No bate-papo após a exibição do piloto, o diretor Jean-Marc Vallee contou como foi especial trabalhar ao lado de Amy neste projeto e a atriz também afirmou que foi um dos personagens mais complexos que já tinha interpretado até hoje.
Domingo, ao terminar de ver o último episódio, entendi bem porque Amy, já indicada ao Oscar cinco vezes, disse que Camille Preaker foi um personagem desafiador. Se é intenso acompanhar a sua trajetória como espectador, só posso imaginar como foi para a atriz interpretá-la. Tanto que a própria Amy confessou em recente entrevista que o papel é tão profundo que ela acreditava que só podia dar vida à Camille por um tempo determinado, mais precisamente por apenas 8 episódios. Com isso, apesar dos boatos sobre uma segunda temporada já estarem circulando, melhor não contar com isso. O próprio criador, Marti Noxon, acha difícil ter uma continuação, o que para mim é um alivio, já que eu achei muito satisfatório o seu final. Apenas uma dica, assistam até o final os créditos do último episódio, tenho certeza que vão concordar comigo que a série fecha com chave de ouro.
Verdade seja dita, “Sharp Objects” não é uma série fácil de assistir, mas é fascinante. Como eu não tinha lido o livro, cada sequência da minissérie foi uma baita surpresa para mim. Realmente é brilhante como a estória vai lhe dando pistas para desvendar o mistério do assassinato, aos poucos, algumas mais claras, outras sutis, que passam desapercebidas, culminando num final surpreendente. Fiquei tão hipnotizada pela estória que assisti tudo em 48 horas. Os personagens, especialmente os femininos, são muito bem construídos e os temas abordados são sérios: saúde mental, automutilação, alcoolismo, suicídio, o relacionamento tóxico entre mães e filhas. Mas cada cena esta impecável em todos os aspectos de uma produção de TV nota 10, sem contar com a edição, uma das melhores de todos os seriados que já assisti, inclusive na HBO.
Eu devo admitir que quando li sobre “Sharp Objects” fiquei com o pé atrás, pois não sou muito fã de “Big Little Lies”, trabalho anterior do mesmo diretor, que, apesar do elenco estrelar e do sucesso absoluto, não me conquistou. Assim, como eu também não tinha curtido o filme “Gone Girl”, baseado no livro da mesma autora de “Sharp Objects”. Mas, desta vez, ambos me surpreenderam positivamente, a minissérie é uma obra-prima e deve ficar eternizada na mente de seus fãs apenas com os 8 espetaculares episódios que foram ao ar. Nenhuma necessidade de dar continuidade à estória, que ficará marcada apenas na mente de quem assistiu por um bom tempo. Pelo menos, eu posso dizer que para mim será inesquecível.
Criado por: Marti Noxon (2018)
Com: Amy Adams, Patricia Clarkson, Chris Messina e mais
País: EUA
Gênero: Drama, Policial, Suspense
Trailer:
Olha a gente lá na estreia mundial de “Sharp Objects”, uma das melhores minisséries do ano: