Quando li ano passado que Ryan Murphy ia produzir “Pose’ com o maior elenco de atores transgêneros em papéis de destaque em uma série, e com o maior elenco de atores da comunidade LGBTQ em papéis recorrentes em um seriado, pensei logo, vai ser a obra-prima de Murphy, que traz no currículo séries épicas como “Glee”, “American Horror Story”, “O.J. Simpson”, Versace, entre outras.
Assisti os dois primeiros episódios noite passada e já posso garantir que é mais que um seriado excelente produzido pela mente brilhante de Ryan. “Pose” é uma série inovadora, pois mostra a realidade da comunidade LGBTQ, em Nova York nos anos 80, que muitos de nós não conhecíamos, além de apresentar o lado intrigante e glamouroso da maior potência dos EUA, onde muitos da classe média estavam dispostos a fazer qualquer negócio para pertencer ao seleto grupo dos endinheirados e empoderados.
MJ Rodriguez interpreta “Blanca”, que deixa a “Casa da Abundância” e sua antiga mãe emprestada “Elektra” (Dominique Jackson) para formar sua própria “casa”, uma família, cujos membros foram selecionados por ela mesma, com o objetivo de apoiar jovens da comunidade LGBTQ que foram rejeitados por suas famílias biológicas. Indya Moore e “Angel”, uma prostituta que se apaixona pelo seu novo cliente, Stan. Ryan Jamaal Swain interpreta “Damon”, um dançarino que se junta à casa de Blanca, depois de ser expulso de casa pelos pais quando descobrem que ele é gay.
Juntos, eles competem nos Bailes – onde os membros das casas se desafiam em várias categorias e são julgados por suas roupas, atitudes e habilidades de dança. Sob o olhar atento de “Pray Tell” (Billy Porter), avô de todas as crianças que competem nos bailes, a Casa da Abundância, de Elektra, e a iniciante Casa de Evangelista, de Blanca, se enfrentam no que pode se transformar em uma lendária rivalidade.
Evan Peters e Kate Mara interpretam o casal de Nova Jersey “Stan” e “Patty”, que representam a classe média que quer mudar seu status social, tendo como modelo, o chefe de Stan, Matt, numa atuação ótima de James Van Der Beek.
A fotografia da série é incrível, assim como os figurinos, a produção de arte e a trilha sonora que nos leva a uma viagem que vai dos porões de Nova York, passa pelos bares gays e chega até a Trump Tower, nos anos 80.
Mas, o grande destaque de “Pose” é o fato que a maioria dos roteiristas e diretores é composta por transgêneros, ou membros da comunidade LGBTQ, tudo que é escrito vem de um lugar genuíno, não é uma caricatura estigmatizada, mas um personagem leal. Os diálogos, os maneirismos, interpretados por um excepcional grupo de atores que estão expressando as suas próprias verdades, é o que faz de “Pose” um trabalho tão importante e especial.
Sem contar que Ryan Murphy, abriu mão de seus ganhos com a série, doando 100% do que receberia para instituições que apoiam a causa LGBTQ, como anunciou no Twitter, encorajando todos que tiverem oportunidade a doarem para as ONGs mencionadas por ele.
“Pose” não é apenas um seriado de TV, mas sim o início de um movimento na televisão, abrindo mais espaço, na frente e atrás das câmeras para os transgêneros e a comunidade LGBTQ como nunca foi feito antes. Só por isso já mereceria nossa atenção e audiência. Mas para a nossa total felicidade, é ainda uma estória envolvente, cativante, interessante e emocionante, que vale a pena conferir.
Tradução: “Estou doando 100% dos meus lucros da minha nova série do FX, “Pose”, para organizações de caridade trans e LGBTQ. Esses grupos fazem um ótimo trabalho e precisam do nosso apoio. Cada dia durante os próximos 14 dias vou destacar um grupo que estou apoiando e encorajar vocês a fazer o mesmo!” Fonte: http://www.adorocinema.com/noticias/series/noticia-140105/ |
Trailer legendado:
muito bom esse site gostei muito. Parabéns pelo conteúdo 🙂