Cada vez que encontro Riley Keough, eu tenho mais esperança na indústria do entretenimento e, especialmente, no cinema independente.
Explico, neta de Elvis Presley, filha de Lisa Marie, Riley foi capa da “People Magazine” quando nasceu. Ela cresceu sob os holofotes não só de Hollywood, como do mundo. Talvez por isso Riley seja uma das pessoas menos deslumbradas que já conheci em LA. E, pessoalmente, Riley é totalmente diferente dos personagens que interpreta, o que diz muito sobre seu talento.
Enquanto sua Daisy Jones, protagonista da minha obsessão “Daisy Jones and The Six”, solta a voz no palco, Riley fala baixinho e sorri tímida quando recebe elogios sobre o filme “War Pony”, que escreveu, dirigiu e produziu, ao lado de Gina Gammell, sua bestie e co-diretora/produtora/escritora, durante o bate-papo que rolou ontem, após uma sessão intimista, em uma sala de exibição pequena e aconchegante em Beverly Hills.
Foi a quarta vez que assisti ao filme e a quinta vez que encontrei Riley esse ano. Já temos até foto juntas. Compartilho as matérias que escrevi sobre esses momentos especiais e a resenha dessa obra-prima, que ganhou o Câmera D’or, um dos prêmios mais prestigiados no badalado festival de cinema de Cannes, na França.
Dessa última vez não tiramos fotos, mas conversamos sobre os brasileiros que editaram “War Pony” e sobre outros aspectos que fazem do trabalho delas e dos roteiristas, Bill Reddy e Franklin Sioux Bob, merecedor de todo o reconhecimento, das indicações e prêmios que o filme recebeu.
O bom dessa sessão é que o grupo era pequeno, em torno de 30 pessoas e, era uma turma de cinéfilos. Uma nova amiga, que conheci naquele dia, comentou sobre a vibe daquele papo, do filme e das meninas, que é bem diferente da maioria dos eventos que frequentamos na temporada de premiações em Los Angeles. Ali, parecíamos mais um grupo de amigo compartilhando sua paixão pelos indies. Foi uma delícia!
Tanto Riley quanto Gina ficaram conversando com a gente no saída do prédio por um bom tempo. Todos celebramos a arte de fazer cinema. Interessante que Riley se estabeleceu na indústria do entretenimento como uma artista, e não uma celebridade. Conseguiu construir a sua carreira, independente da fama de sua família.
Inclusive, até Daisy Jones, ela passou anos participando de projetos indies, que eram reconhecidos por críticos e tinham seu público, mas estavam longe de serem considerados “blockbusters”.
Numa entrevista, Riley comentou que escolhia os trabalhos não só pelos personagens, como especialmente pelos diretores. Ela sempre quis dirigir e, ao optar por trabalhar com diretores diferentes, fez um laboratório para dirigir seus próprios projetos, por isso não é surpreendente que Riley e Gina tenham começado a carreira de cineastas com um filme brilhante como “War Pony”.
Eu já assisti praticamente todos os filmes e séries em que Riley atuou interpretando personagens misteriosos, profundos, confusos e totalmente fora do box, como a protagonista da série “The Girlfriend Experience” e a vilã do filme “Zola”. Ela foi indicada ao Spirit Awards por sua performance em “American Honey” e passou meses no deserto, ao rodar “Mad Max: Fury Road”.
Mas, entre meus prediletos, estão alguns filmes que foram menos divulgados, como “Paterno”, com Al Pacino, “Lovesong”, “O Chalé”, “O Diabo de Cada Dia”, “À Beira do Abismo” e, meu todo favorito, “Dixieland”.
Deixo aqui a dica pra vocês conferirem. Assim como um passeio pelo mundo de “Daisy Jones and The Six”, porque fã que é fã fala sem parar do seu vício seriático.
E já estou na torcida pelo meu próximo encontro com Riley Keough, uma artista que esbanja talento e uma mulher que esbanja doçura e humildade.
Paterno
Lovesong
O Chalé
O Diabo de Cada Dia
À Beira do Abismo
Dixieland