Por: Claudia Ciuffo
“Eu tive uma infância feliz. Meus pais eram maravilhosos, meu irmão incrível, tive excelentes professores e grandes amigos na escola. Mas eu era uma criança infeliz. Eu convivia com pensamentos que invadiam a minha cabeça e me deixavam paranóico e ansioso. Eu era bem pequeno, e ainda não sabia que isso era TOC (transtorno obsessivo compulsivo), uma doença mental que eu tenho que conviver pelo resto da minha vida. A história da Aza em “Tartarugas Até Lá Embaixo” não é autobiográfica, mas eu escrevi a partir da minha própria experiência”.
Com esse discurso sincero, o emocionado autor John Green abriu oficialmente a cerimônia de lançamento de seu novo livro “Tartarugas Até Lá Embaixo” ontem em Los Angeles, a última parada da turnê que fez com seu irmão e companheiro de podcast, Hank, pelos EUA.
Eu, fã de carteirinha do escritor, estava lá aplaudindo de pé. O teatro estava lotado e mais de mil fãs rolaram de rir com as piadas dos irmãos que responderam algumas perguntas enviadas anteriormente pelos fãs. Hank fez um número vestido de tartaruga, tocou violão, enquanto John leu um trecho do seu novo livro, e também tirou algumas dúvidas dos fãs sobre a narrativa, mas o auge foi o show dos dois no final cantando juntos. Mais hilário, impossível.
Os livros de John Green mudaram a minha vida há três anos. Tive a honra de encontrar com o escritor várias vezes e entrevistá-lo em LA na época do lançamento do filme “Cidades de Papel”. Eu já entrevistei muita gente até hoje, mas meu bate-papo com John foi o mais especial, por isso compartilho novamente com vocês aqui:
Li “Tartarugas Até Lá Embaixo” em dois dias. Tenho tanto a dizer sobre o livro que vou escrever uma coluna especial sobre o assunto, mas não me impressionou ontem quando reparei a quantidade de maiores de 30 anos na plateia que não estavam apenas acompanhando seu filho, neto ou amigo adolescente, mas estavam lá prestigiando o escritor e sua nova obra.
John escreve sobre adolescentes e para adolescentes melhor do que qualquer outro autor, mas acho que quanto mais velho somos, mais os livros dele nos ensinam, especialmente Tartarugas. Considerado pelos críticos o melhor trabalho de Green (meu livro favorito continua sendo “Cidades de Papel”), e na minha opinião o mais maduro de todos e, sem dúvidas, brilhante.
Mas especial pra mim mesmo foi rever John, conhecer Hank pela primeira vez pessoalmente (pois de tanto que a gente assiste aos podcasts dele, tinha a impressão que já o conhecia) e, claro, ganhar brindes da tour, tirar aquela foto de fã do ônibus, e adicionar mais um livro autografado dele a minha coleção.
Os personagens de John, de corpo jovem e algumas vezes alma velha, mudaram meu olhar sobre a vida em muitos aspectos. E uma coisa que eu li nos agradecimentos do livro “A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar”, de Esther Earl (a quem John dedicou “A Culpa É Das Estrelas”) e depois de conhecer e entrevistar John eu acho que e a melhor definição sobre o autor: “John Green você e muito mais legal do que as pessoas acham que você é legal” e eu vou além, John com sua simplicidade e autenticidade, você é muito mais fantástico do que seus livros. Foi um prazer tão grande te ver ontem. Estar com ele é como receber uma injeção de pura energia! Até logo, John. Lembrando que: “ninguém nunca diz até logo a menos que queira ver a pessoa novamente.” – Aza, em “Tartarugas Até Lá Embaixo”.