Na coluna “Papo de Quinta” da semana passada eu e nosso colaborador Paulo, compartilhamos as loucuras que fizemos para assistirmos os show da Madonna, Beyonce e até Sandy & Jr.
Confiram aqui:
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Regulamento:
1) Vamos considerar um comentário por pessoa;
2) O brinde será enviado via Correios para o endereço indicado pelo leitor. Não nos responsabilizamos por possíveis atrasos ou extravio na entrega;
3) A promo se encerra dia 30 de abril o (a) vencedor (a) será anunciado dia 1 de maio no twitter @claudiaciuffo;
4) A data da promo poderá ser alterada sem aviso prévio.
Eu na verdade, sou meio que “expert” em loucuras de fãs e já fiz muitas por vários ídolos diferentes, não só cantores, como atores tb (Como quando fiz trocentos planos malucos pra conseguir encontrar o Ian Somerhalder aqui no Brasil), mas como a promoção é sobe loucuras de show, decidi contar a primeira loucura de fã da minha vida (que me deu impulso para tantas outras que vieram depois!rs), que foi quando eu fui para um show dos meus primeiros ídolos da vida, o grupo Roupa Nova. Agora senta que lá vem história!rs
Sábado, 04 de Abril de 1998
Abri meu cofrinho (que sei lá o por quê, tinha formato de pato), peguei minhas moedas e notas amassadas , tomei um banho, me infestei de “perfume” pretty blue (by AVON- Não sei como não matei pessoas com aquele cheiro…dá enjôo só de lembrar), coloquei uma calça de cintura mega alta e uma camiseta que não combinava com nada, muito menos com meu cabelo “Olha o leão acabou de acordar”, fiz uma autorização com assinatura falsa da minha mãe( uma das poucas vantagens de ser canhota e um pouco ambidestra é que dá pra fazer caligrafias bem diferentes, que infelizmente não compensam o fato de você ser tida como demônio da antiguidade, bruxa queimada em fogueira, amaldiçoada e o pior de todos…sentar em carteiras para destros se contorcendo mais que a mina do exorcista , enquanto tenta escrever no caderno que machuca sua mão porque o arame fica á esquerda. Mas voltando… Eu havia passado semanas perguntando “Mãe posso ir no show do Roupa Nova ali em Cruzeiro… – ali significava beeeem longe daqui, mas eu queria fazer parecer que era próximo- perto de Aparecida? Eu tomo cuidado! E a resposta era sempre “Claro que não Cristiane! Só por cima do meu cadáver!” Diante disso a única solução que encontrei foi ir sem ela saber!), aproveitei o carro que passava em frente de casa anunciando “4 pacote de bolacha é um real!!!” e garanti a ‘comida’ do dia. Disse a mãe que dormiria na casa de uma amiga (e ainda dizem que dia da mentira é 1 de Abril!) e assim, parti feliz e serelepe rumo à Cruzeiro para o meu primeiro show “oficial” do Roupa Nova (Não considero o primeiro aqui em 96 como oficial já que tinha o Wando, Tiririca, Amado Batista e Turma do Pânico juntos na mesma noite!).
Todo adolescente carrega em si uma taxa alta de drama, o meu era relacionado ao Roupa Nova. Eu via fãs que diziam já ter ido em tantos shows, que já haviam falado com eles, enquanto eu tinha apenas meus CDs, discos,um pôster na parede e uma foto no porta retrato com os 6 abraçando fãs que eu nunca tinha visto na vida! (sim eu tinha um porta retratos com desconhecidos na minha escrivaninha!rs) Por isso vivia o drama eterno do “Quando vou no show? Será que um dia vou falar com eles? Se eu ficar aqui em Bragança vou ficar velha e não vou conseguir nunca! Ó céus…Ó vida!”
No bus, abri a janela e no maior estilo “cahorro que foi levado pra passear”, fiquei toda alegre enquanto o vento batia na minha cara e eu ouvia no walkman (detector de velha) o Roupa Nova cantar “E vou dançar entre os cristais azuis do tempo e esquecer a terra longe,longe longe a se perder…sábado eu vou!”
Fiquei pela primeira vez colada num palco e graças a minha inocência me livrei das más influências quando uma garota bem estranha e agitada do meu lado disse “Quer pó?” e eu falei…”Não obrigada! Já passei!” 🙂
Costumo dizer que foi a primeira vez que o Serginho piscou pra mim, enquanto cantava “Menina veneno”, embora hoje eu ache que foi só um tique no olho mesmo, mas o que vale é que no momento pra mim era uma piscada…e eu quase morri com isso!
Ahh já ia quase esquecendo…Sabe o lance do dinheiro no cofrinho? Não era o suficiente pra ida e volta… era só pra ida. Como pessoa centrada que sempre fui (e estou falando sério), lembrar que já viajei para um lugar sem ter como voltar não é algo que eu me orgulhe, mas já que estou falando da história, tenho que falar dela toda! Graças a Deus, uma boa alma (dono do clube onde o show aconteceu) nos ajudou com os 25 reais que faltavam de cada uma para podermos voltar pra casa. Na verdade nós tínhamos um plano. “Vamos dizer que fomos roubadas na casa de shows (eu era praticamente um pinocchio) e exigir nosso dinheiro!” (também achava que a vida funcionava de maneira muito simples e que planos bobos davam sempre certo! Doce ilusão!). Então quando o show acabou, fomos até a secretaria do clube fazer nosso “teatro”, só que esquecemos de ensaiar direito como faríamos então, quando contamos que havíamos sido roubadas, o dono do lugar com cara de “chefe do Dino da familia Dinossauros” disse “E onde estava o dinheiro?” Eu disse “Na bolsa!” e ao mesmo tempo minha amiga disse “No bolso!” e assim caímos em contradição (Uma das razões pela qual eu sempre digo “Eu podia tá matanú!” mas nunca estou é porque se matasse eu certamente seria descoberta, entraria em contradição e acabaria presa!rs). Mãããããs como ás vezes coisas que dão errado acabam dando certo, ele nos olhou e disse “Olha…eu vou dar o dinheiro pra vocês porque eu também tenho filhos e eu imagino a preocupação dos pais de vocês”. E foi assim que pudemos retornar as terras bragantinas.
A loucura de mentir pra mamis e ir para uma cidade desconhecida com uma amiga que também vivia o auge da adolescência e dos “sonhos de liberdade” para poder ver o Roupa Nova foi descoberta no dia seguinte, graças a esta anta que aqui escreve, que acabou deixando a autorização fake no bolso da calça, esta encontrada pela mamis quando foi lavar (Me lembro como se fosse hoje os gritos ecoando até o fundo dos meus tímpanos “CRIS TI A NE LUS TO SA!!! VOCÊ ME DE SO BE DE CEU E FOI PRA CRU ZEIROOOO?” Lembro também das havaianas voadoras que vieram na sequência) e me custou chineladas, gritaria, castigos, sermões infinitos, revolta, capas de cd rasgadas pela mamis furiosa que ainda gritava “Você nunca mais viajar pra lugar nenhum…muito menos pra ver o Roupa Nova!” além de uma fama no meu status de “A Cristiane? tão quietinha…quem diria!!!!” Ainda assim não consigo não me lembrar deste dia (o do show, não o da chinelada) como sendo um dos melhores da minha vida!
Não estou dizendo que hoje faria tudo de novo…acho que tem coisas que você só tem coragem, maluquice e cabeça oca o suficiente pra fazer quando se é adolescente…também não estou levantando bandeira de apoio aos teen para mentir e sair de casa sem dinheiro pra voltar… mas não me arrependo do que fiz na época…mesmo com os perrengues…mesmo com os medos…com a briga toda depois, foi aquela viagem que espertou em mim a coragem e o desejo de fazer as malas novamente e me aventurar em outros lugares (com $ pra ir e voltar)…e tantos outros vieram depois…Há 20 dias atrás estava eu novamente em um show do RN…em 98 jamais me imaginaria em um show 17 anos depois e acredito que se não fosse a doideira de Cruzeiro eu realmente não estaria. Por isso todo dia 04/04 pra mim é lembrado como um dia em que ás vezes as loucuras que fazemos podem ter consequências duras, mas também podem trazer momentos e mudanças importantes em nossas vidas…e que ás vezes…duram pra sempre!
Desde 2009 sempre ouvindo o clássico “quando a gente puder você vai ao show dela, agora não dá”
Eis que 2013 Demi anuncia as datas da The Neon Lights Tour no Brasil. 2014. Alô, pai, alô mãe, agora vai!!
Chega o dia da compra dos ingressos, virei noite na fila virtual com senha, mais de 20 horas de nervoso na frente do pc, chegou minha vez mas ops, esgotou os ingressos pra São Paulo, aí começa o perrengue. Chorei pra mãe, pro pai no telefone, pro irmão… Eis que a minha mãe diz “tenta Belo Horizonte!!!” Mas moramos no interior de SP, são uns 1200 km de ida e volta, pai e mãe vamos lá!!!
Conseguimos! Conta minutos, dias, meses e horas.. chegou a semana!
Saímos de casa na segunda de noite, de carro, um frio de abril/maio aqueles que até desanimam hahah mas chegamos lá na terça de manhã, sem saber o que faríamos, só com a barraca de camping e o endereço hahah somos os últimos da fila? Não maaais!! Várias amizades, vira noite, passa dia.. chega a quinta!! Aquela emoção de marinheira-de-primeiro-show, ansiedade a mil, nervosismo e medo também. Ouvi a primeira palavra de Heart Attack e puf!! Travei, chorei o show todo, no fim, desabei nos braços de minha mãe e acordei no dia seguinte, quase já voltando pra casa. Não foi uma loucura em relação de muitas histórias, mas a primeira experiência e aventura de ter saído da “casinha” interiorana pra uma capital, com os pais pra realizar um sonho!
A maior loucura que eu fiz aconteceu em 2012, quando a Demi Lovato veio ao Brasil com a tour “A Special Night with Demi Lovato”, era o primeiro show que eu assistiria na minha vida e eu estava desesperado para ir, o dia do show se aproximava e nada d’eu comprar o ingresso pois eu tinha 14 anos e sem companhia, meus familiares deixaram claro que eu não iria sozinho. Umas três semanas antes do show eu já tinha comprado o ingresso mas continuava sem companhia, tive que apelar para o meu avô me acompanhar, destaque, mesmo ele sendo evangélico foi o único que me ajudou a realizar meu sonho. Sem experiência alguma sobre shows, eu fui acampar dois dias antes do mesmo, mas sem nem imaginar o que me esperava; chuva, frio, sol.. e não levei nem barraca, muito menos cobertor ou qualquer coisa para me proteger (achando que lá tinha cobertura pelo menos, ingênuo), ainda bem que fiz amizade com algumas pessoas na fila e cederam lugar na barraca deles enquanto eu estive por lá. Resumindo foi a primeira experiência na minha vida e veio com tudo de uma vez, após o show ainda dormi na rua esperando os transportes públicos começarem a funcionar, eu com 14 anos sem experiência nenhuma comecei a me desesperar, mas no fim deu tudo certo.
Já que a promo se encerra no mesmo dia em que a Demi fez um show em Brasília, no não tão longínquo ano de 2014, parti com minha mochilinha para BSB na tarde do dia 29 de Abril. Ainda sem os ingressos, fui com a cara e a coragem sabendo que iria conseguir chegar pertinho dela. Ao me encontrar com amigos no Aeroporto da Cidade, fomos direto para um shopping no centro em busca dos ingressos, crentes de que conseguiríamos. Não teve outra, fomos um dos últimos a conseguir ingressos pista para ficar pertinho do palco. O problema veio em seguida, o show só iria acontecer na noite do dia seguinte, onde dormir? E como fã tem cada loucura que até Deus duvida, dormimos na fila mesmo, enfrentando um looooongo e doloroso frio de 12º Graus, a beira do lago paranoá! Não seria fácil. No dia seguinte, começaram a chegar fãs aos montes, aos grupos! logo a fila tava formada na porta do Net Live. Um verdadeiro empurra empurra tomou conta e a segurança teve trabalho pra organizar as filas de Meet&Great e passagem de som. Tudo certo, entramos. Ela estava linda, com coreografias perfeitas, tudo como esperado. Terminado o show, ainda tinha a volta pra casa. E como nos atrasamos pra conseguir um táxi, a notícia que não recebemos muito bem fora: “SÓ TEM VOO PRA NOSSA CIDADE DE MANHÔ. PRONTO! lá vamos nós enfrentar mais uma noite de frio no saguão do aeroporto. Resultado: Muita fome, muito frio, e a volta pra casa 6:00 da Manhã, depois de uma maratona que eu jamais vou esquecer, e faria tudo de novo se fosse possível.
Infelizmente moro em um lugar fora de mão para poder ir a shows, moro a muitas horas de SP, Rio e MG. Quando acontecia shows em minha cidade, naquelas famosas festas do padroeiro, sempre consegui ver os artistas face to face, por ter entrada VIP ao Camarim por ser radialista.
Mas consegui ir ao Show de Sandy & Júnior em outra cidade, na turnê Maracanã, mas na cidade de São José dos Campos,apesar de nunca ter conseguido chegar perto deles, fui a esse show. Um show maravilhoso no qual cantei todas as músicas, eu pulava, gritava e chorava quando os irmãos cantaram Love Never Fails, minha música preferida, até hoje a ouço em loop Infiniti ha ha. Eu pirei de vez quando Sandy em solo cantou aquele hino de Alanis, intitulada “Uninvited”, e quando o Júnior apareceu de camiseta baby-look com os braços amostra, mostrando que toca bateria muito bem. Nossa eu amei o show. Eu fui em uma excursão com mais 10 pessoas, fui o único que aguentei a assistir o show todinho, porque o pessoal passou mal por causa do calor que fez aquele dia. Também o show marcado para as 20hs, e o pessoal inventou de sair às 6 da manhã pra conhecer shopping,se acabaram e não aguentaram a noite, eu não fiz exageros e curti um show sensacional dá minha dupla maravilhosa Sandy & Júnior. Não foi bem uma loucura, mas valeu ficar longe de casa por 20 horas.
Meu primeiro contato com o mundo dos fãs foi quando fiquei sabendo da existência da dupla Sandy & Junior e comecei a ouvir as músicas deles diariamente, ali nascia uma fã que nem tinha a mínima ideia de como funcionava o universo dos fãs e o quão “loucos” eles podem ser. A cada ano que passava minha vontade de ir em um show deles aumentava, mas como moro no interior isso seria quase impossível. Coincidentemente fui pra São Paulo visitar meus parentes em um época que teria um show da dupla perto do local em que eu ficaria, quando descobri a notícia fiquei pirada e fiz “vaquinha” na família para comprar meu ingresso. No dia em que eles chegaram a cidade eu descobri o nome e o número de telefone do hotel em que eles estavam, então liguei mais de 50 vezes e não é exagero [uma ligação, após a outra] tentando fazer com que eles transferissem a ligação para os hospedes até eu conseguir chegar ao quarto deles. A cada telefonema era um tentativa diferente e eles acabaram percebendo rapidamente, não importava a desculpa que eu desse, eles não transferiam e ao ouvir minha voz já desligavam.
Segui para o show e consegui ficar pertinho do palco, na abertura eu quase desmaiei de tanta emoção. Ao termino do show consegui ir para a parte traseira do palco e implorei para um dos produtores uma foto com a dupla, meu drama foi tanto que consegui. Essa é a melhor lembrança de fã que tenho e até hoje adoro a Sandy!