Em Los Angeles, a capital do cinema no mundo, o Museu da Academia, organização responsável pelo Oscar, é uma parada obrigatória, tanto para os cinéfilos, como mesmo para aqueles que não curtem tanto os filmes assim, porque é como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, você quer visitar independente da sua religião.
A arquitetura do prédio, que combina tradicional e moderno, é incrível; ao lado do Lacma, outro museu famoso na cidade, o Museu da Academia tem um belo terraço com uma vista clara da placa que resume seu propósito: Hollywood.
Por incrível que pareça, eu demorei a conhecer o local, que inaugurou em setembro de 2021, ainda com várias restrições por conta da pandemia.
Graças aos eventos com os diretores dos documentários e filmes internacionais, indicados ao Oscar 2023, que aconteceram no teatro do museu esse ano, eu aproveitei a oportunidade para turistar e, finalmente, visitar as instalações do badalado point.
São grandes salões com exposições, objetos, figurinos e equipamentos de produções clássicas, assim como muitas fotos, vídeos e algumas atividades interativas, que contam a história do cinema através dos tempos.
Para quem é fã e nunca trabalhou na área, acho que o museu é mais interessante do que para àqueles do ramo. Digo isso porque tudo é muito bem organizado, luxuoso até, tem seu glamour com figurinos usados em filmes épicos, uma parte do cenário de “O Poderoso Chefão”, a máquina de escrever do roteirista do filme “Psicose”, de Alfred Hitchcock, máscaras de efeitos especiais, os robôs de “Star Wars”, as obras magníficas de Almodóvar (minha exposição favorita!) e muitas estatuetas do Oscar, doadas por ilustres celebridades e estúdios, mas pra quem trabalha na indústria, e conhece melhor os bastidores da sétima arte, falta alguma coisa no museu.
Eu gostei, me diverti, mas sai com um vazio. Esperava que a linha do tempo fosse um pouco mais longa, ou seja, que chegasse mais perto do presente. Eu também esperava que filmes independentes, que fizeram muito sucesso, como “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, fossem celebrados, e me pareceu que a indústria do cinema independente foi praticamente esquecida.
Entendo perfeitamente celebrar os clássicos no museu, ainda assim, até a lista dos clássicos poderia ser mais diversa também, ninguém nunca se cansaria de ver Julie Andrews e a família Von Trapp de “A Noviça Rebelde”.
Agora, uma das seções do museu mais informativas e interessantes é sobre a comunidade preta no cinema. Mostrando todo o preconceito e as injustiças sofridas pela comunidade na indústria, desde o tempo que os brancos pintavam o rosto de preto para interpretá-los (pois pretos não podiam trabalhar no cinema), como também destacando a época que os atores pretos tinham que sentar numa seção separada na cerimônia do Oscar. Tendo em vista o pequeno números de atores e atrizes pretos que ganharam o Oscar nas principais categorias até hoje, 2023, constatamos, também, que, infelizmente, pouca coisa mudou com o passar dos anos.
E mesmo que não tenha atendido as minhas altas expectativas, eu reafirmo que é um dos programas imperdíveis na Cidade dos Anjos, para quem vem de fora e mesmo quem mora por aqui e tenha a curiosidade de conhecer mais sobre a história do cinema que se confunde com a própria história de Los Angeles. Venha ver o nosso encontro com os diretores dos documentários e filmes internacionais indicados ao Oscar, esse ano, no belíssimo novo teatro do Museu: Quer saber ainda mais detalhes sobre o Museu? Confira: