“Plus One”: Vencedor do prêmio do público no Tribeca Film Festival celebra a diversidade

Vou ser bem sincera, fico pau da vida quando um estúdio grande como a Warner Bros deixa passar um filme, como “O Sol também é uma Estrela”, em prol da diversidade, já que gira em torno de uma história de amor entre um jovem asiático e uma jovem negra, nas ruas de Nova York. Eu sei que é baseado em um best-seller e confesso que não li o livro, mas não acredito que seja tão fraco quanto o filme que assisti numa sessão privada em Los Angeles. Os atores são estrelas de séries populares como “Riverdale” e “Grown-Ish” e isso pode até garantir uma excelente bilheteria. Mas tenho consciência que o estúdio poderia ter feito um trabalho melhor em relação ao roteiro, à direção, à fotografia e até à trilha sonora, que tem músicas ótimas, mas que não combinam com o que está sendo mostrado na tela. Uma pena que a nova geração seja bombardeada e convencida que vale a pena ir ao cinema para ver esse blockbuster, pelo elenco que tem e por tratar de temas sensíveis como imigração e deportação, que por sinal são de extrema relevância, mas não justificam um filme de má qualidade.

Mas vou tentar não me deixar consumir pela revoltar e lhes dar uma sugestão, antes responda mentalmente a pergunta: “quer ver uma excelente comédia romântica, que celebra a diversidade em todos os sentidos, tem um roteiro maravilhoso, ótimas atuações, uma fotografia bárbara, uma direção impecável, e um senso de realidade que faz não só os jovens como, também, pessoas mais maduras se identificarem com os personagens? Minha dica e “Plus One”, o drama vencedor do prêmio do público no Tribeca Film Festival. Claro que os adolescentes não vão curtir tanto pois seus ídolos não protagonizam esse projeto, mas para aqueles que, por acaso, pensam em seguir uma carreira como cineastas, taí um bom laboratório do que você quer produzir no futuro.

“Plus One” conta a história de dois colegas de faculdade, Ben e Alice (Jack Quaid e Maya Erskine), ele solteiro e ela recém-terminada com o namorado que partiu seu coração, que estão com a agenda lotada de casamentos de familiares e amigos. Para não enfrentarem as festas sem um par, os dois resolvem fazer um pacto e preparam um cronograma para irem a todos os casórios juntos. Ao mesmo tempo que eles não querem chegar nas cerimônias sozinhos, vão aproveitar a ocasião para tentar conhecer novas pessoas, já que ambos estão em busca de um relacionamento estável.

A química entre os atores, ela asiática e ele branco americano, é impressionante. A trilha sonora complementa um roteiro, alternando momentos hilários e emocionantes, que refletem muito da alma humana, de forma transparente, sem ser piegas. O grupo de amigos que casa é diverso, tem gente acima do peso, casal de homossexuais, sendo um deles negro, gente que segue as tradições e gente que quebra todas elas. O que, de novo, nos dá um gosto de vida real, já que, geralmente, nós temos amigos bem diferentes uns dos outros.

Isso sem contar que somos convidados para um casamento asiático, da irmã mais nova da protagonista, em que ela é a madrinha responsável pelo discurso, enquanto sua mãe controladora, mas super carinhosa, toma conta de todos os detalhes.

A fotografia do filme é linda, a direção, super cuidadosa, faz com que a câmera capte a essência dos atores, enquanto andam na montanha-russa que chamamos de vida. Quem ainda não passou por experiências como as de Ben e Alice, eventualmente, vai viver algo semelhante, independente do país onde more. Assim, como eu, que já passei por essa fase na minha jornada, relembrei fatos da minha própria história ao acompanhar a trajetória dos personagens.

Não precisa ser muito gênio para saber como se deu o desenrolar dessa estória. Mas o final, previsível ou não de um filme, não me incomoda. O que me aborrece é a superficialidade como o amor é tratado em um projeto. Não tenho absolutamente nada contra comédias românticas e filmes de estúdio, como “O Sol também é uma Estrela”. Sou fã de muitos projetos que a Warner desenvolve. Mas se é para investir milhões na campanha de marketing internacional de um filme para adolescentes, que trata de temas sérios, melhor que ele seja mais profundo e toque mais a alma do que os olhos de alguém. “A Culpa é das Estrelas” está aí para provar que isso é possível.

 

E “Plus One” veio para me lembrar que no cinema independente também se fazem filmes fantásticos bem produzidos, com final feliz. So espero que esse projeto também ganhe distribuição mundial e chegue nos cinemas do Brasil, porque tem filmes, cineastas e atores que merecem a projeção pelos seus projetos sensíveis, bem escritos e bem produzidos sem gastar milhões! Luto por eles!


Quer saber mais sobre o Tribeca Film Festival criado por Robert De Niro para levantar o astral de NY depois do 11 de Setembro? Confira:

https://www.hollywoodeaqui.com/tribeca-film-festival-evento-recebe-com-glamour-e-competencia-participantes-e-imprensa/

 

Veja também, nosso encontro com Jennifer Lawrence por lá e a festa de “Game of Thrones” que fomos no festival:

https://www.hollywoodeaqui.com/tribeca-film-festival-proporciona-encontro-surpresa-com-jennifer-lawrence/

 

https://www.hollywoodeaqui.com/game-of-thrones-e-tema-de-coquetel-no-tribeca-film-festival/

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