Por: Tiago Souza
Não há dúvidas de que a série “13 Reasons Why” tenha se tornado um fenômeno entre os jovens desde o seu lançamento (em 2017). Apesar do sucesso mundial, a série dividiu opiniões por conta dos temas polêmicos que aborda. Na trama de “13 Reasons Why”, o espectador é apresentado à trágica história da Hannah Baker (Katherine Langford) uma jovem que, através de mensagens gravadas em fitas cassete, explica os motivos que a levaram a cometer suicídio, além de citar os responsáveis pelo ato.
Segundo Deisy Porto, psiquiatra da Associação Catarinense de Psiquiatria:
“A série aborda muitas questões com as quais a maioria dos adolescentes lida, como a dificuldade de entrosamento e problemas familiares. Além disso, trata de uma coisa que as pessoas não gostam de encarar, mas acontece com frequência: o abuso sexual.”
Para muitos “críticos”, eram diversos os impactos negativos que a série causava, a exemplo da questão do suicídio, que para eles, é retratada de forma explícita e “romantizada”, o que motivaria pessoas vulneráveis a cometer o ato. Para mim, que também já fui vítima de Bullying, não acho que o fato da série falar sobre suicídio se torne propriamente um gatilho. Na verdade, o que incomodou os problematizadores de plantão foi o debate gerado após o sucesso da mesma, já que o suicídio sempre foi tratado como um tabu em nossa sociedade.
Por coincidência ou não, contrariando a opinião de muitos, dados comprovaram que, desde que a série estreou, ocorreu um aumento de 455% nos e-mails com pedidos de ajuda ao CVV (Centro de Valorização da Vida), que também oferece auxílio por chat, telefone (141) e Skype.
Por conta de todo burburinho em torno da série, a Netflix decidiu encomendar uma pesquisa para entender os efeitos do seu lançamento, e os resultados foram surpreendentes. Um estudo realizado pelo Centro de Mídia e Desenvolvimento Humano da Universidade Northwestern (que tem um foco ativo em pesquisas sobre o impacto da mídia em crianças e adolescentes), e divulgado nessa semana, revelou alguns dados que deixarão alguns “críticos” de plantão com a pressão nas alturas rsrs.
Segundo o estudo:
● Mais de três quartos dos espectadores adolescentes relataram que a série os alertou para a possibilidade de que alguém próximo possa estar sofrendo de depressão, mesmo que os sinais não sejam aparentes. |
As informações foram colhidas a partir de depoimentos de 5.000 adolescentes e pais espectadores da série em cinco países diferentes, incluindo o Brasil.
A Netflix reuniu depoimentos de adolescentes brasileiros falando sobre o bullying que sofreram e a importância de se falar sobre o assunto. Confira aqui:
Mensagem do elenco:
Para quem busca ajuda, além de psicólogos e psiquiatras, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio:
~> Online, no site http://www.cvv.org.br,
~> Pelos telefones 141 ou 188 (dependendo do Estado),
~> Via Skype (acesso pelo site),
~> E-mail.
Em todos os canais, o atendimento é feito por voluntários treinados e a conversa é totalmente anônima, com sigilo completo sobre tudo que for dito. Não sofra em silêncio, procure ajuda!
Oie!! Na verdade, não foram apenas críticos, mas médicos e psicólogos que alertaram do perigo. Que realmente existe. E quanto à pesquisa, ela também aponta que uma pequena parcela do público pode entender como gatilho, tanto que no dia seguinte à publicação da pesquisa, a Netflix colocou um alerta no início da série informando que nem todos estariam em condições de assistir. Resportagem completa, aqui: https://www.google.com.br/amp/s/mobile.nytimes.com/2018/03/22/arts/television/netflix-warning-video-13-reasons-why.amp.html
Abs