Por que uma mulher jovem, bonita, inteligente permanece num relacionamento violento? Quais razões que fazem ela ver as marcas da violência no seu corpo e sentir as dores na sua alma e permanecer com seu parceiro?
O que leva um homem bonito, charmoso, bem-sucedido profissionalmente, ótimo pai, praticar a violência doméstica?
Seu marido parte e deixa você com a filha primogênita ainda bebê. Anos depois você, que a duras penas reconstruiu a sua jornada ao lado de um novo amor, se vê obrigada a conviver com seu ex, a sua nova esposa e ver de perto pai carinhoso e presente que ele se tornou da filha caçula do segundo casamento.
Você tem 20 e poucos anos, um filho de 5, fruto de uma noite que mudou a sua vida pra sempre. A benção de uma gravidez inesperada e improvável maquiou as profundas feridas que o homem com quem esteve por algumas horas deixou em sua alma para sempre.
Numa escola de classe média alta, crianças no jardim da infância, sofrem bullying de outras crianças e são injustiçadas pelos próprios adultos que agem como verdadeiros adolescentes.
O livro “Pequenas Grandes Mentiras”, da autora australiana Liane Moriarty, trata de todos esses sensíveis e importantes tópicos com uma maestria digna de John Green ao abordar brilhantemente a questão do câncer na adolescência em “A Culpa é das Estrelas”.
E não por acaso, Shailene Woodley que interpreta Jane na minissérie baseada em “Pequenas Grandes Mentiras”, que irá ao ar no canal HBO, disse que se identificou com a personagem da mesma maneira que aconteceu quando conheceu Hazel Grace, que interpretou no filme baseado no livro de John que bateu todos os recordes de bilheteria em 2014.
Liane criou personagens complexos e realistas. E a maneira que a autora conta a história é tão fascinante que prende a atenção do leitor desde o início do primeiro capítulo, mesmo quando ele não é fã do gênero. Liane revela, com a competência dos grandes escritores, aos poucos os segredos de cada uma de suas protagonistas fazendo com que o leitor embarque na jornada daquelas mulheres que têm muito mais em comum do que elas mesmas imaginam.
O livro, que está na lista dos mais vendidos do The New York Times, abre a discussão sobre temas que nem sempre são falados abertamente, como a violência doméstica tão comum entre pessoas da alta sociedade, como nas classes de baixa renda, abandono, abuso sexual, bullying, além de maternidade, amor, amizade e cumplicidade.
Não me surpreendeu saber que as atrizes, vencedoras de Oscar, Reese Whiterspoon e Nicole Kidman depois que leram, prontamente compraram os direitos autorais e se uniram para produzir e atuar na minissérie, que além de Shai conta também com a participação de Laura Dern (que interpretou a mãe de Shai em “A Culpa é das Estrelas”) e Zoe Gravitz (que além de amiga de Woodley na vida real, interpreta sua BFF nos filmes da série “Divergente”).
A história de vida dessas três mulheres Madeleine (Reese), Jane (Shai) e Celeste (Nicole Kidman) contada por Liane, tem todos os elementos essenciais para uma excelente série de TV e, mais importante, traz à tona questões que devem ser discutidas pela sociedade exaustivamente em busca de incentivar aqueles que estão passando por uma situação semelhante a procurar ajuda.
As gravações já acabaram e agora nos resta esperar ansiosamente a estreia da minissérie, que ainda não tem data prevista. Mas enquanto este dia não chega, para os amantes da leitura, fica a dica do livro, que não é só bem escrito, como nos educa sobre assuntos que muitas vezes criticamos por pura falta de conhecimento ou para os que se identificam pessoalmente com as situações abordadas no livro pode ser um incentivo para o seu grito de liberdade.
Eu virei fã de carteirinha de Moriarty, como sou de John Green. Tanto que comprei toda sua coleção e já li um dos seus mais populares sucesso “O Segredo Do Meu Marido” que terminei em 48 horas e é igualmente brilhante e estou no meio de “The Hypnotist’s Love Story” também incrível.
E viva Liane, que através de suas personagens, questiona alguns conceitos que estão presentes direta ou diretamente em nosso cotidiano, e nos atenta para a realidade, nos mostrando que não podemos ignorar mais casos de bullying, preconceito e violência. Chegou a hora de arregaçarmos as mangas e lutarmos juntos em busca da solução de problemas que acontecem na nossa família, com nosso filhos e com as pessoas que amamos. Precisamos voltar nossa atenção e as nossas atitudes para eles!
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