Depois de alguns dias com o pé na estrada em Vermont, finalmente cheguei a Burlington. A maior cidade do estado fica ao norte, pertinho da fronteira com o Canadá.
Me hospedei em frente ao histórico lago Champlain, que está situado entre Nova York e Vermont, mas também se estende ao norte até a província canadense de Quebec.
O Lago Champlain e as cidades ao longo da costa têm uma história longa e fascinante. Esse é um lugar que viu batalhas revolucionárias, lutas pela liberdade e abolicionistas. Literalmente ajudou a moldar a criação dos Estados Unidos.
Diz a lenda que existe até um monstro pré-histórico escondido nas águas do lago! Isso porque o lago Champlain abriga o recife fóssil mais antigo no mundo (450-480 milhões de anos!), e alguns pensam que ainda pode haver um dinossauro no lago. Champ é uma criatura misteriosa, semelhante ao Monstro do Lago Ness, que muitos afirmam ter visto enquanto apreciavam o lago.
Fui dar uma caminhada no parque e visitar o porto, onde assisti a despedida do astro rei em um espetacular fim de tarde de outono no lago, mas a criatura misteriosa não apareceu pra mim; talvez por conta do vento e da temperatura gelada, estava menos 8 graus celsius, o Champ tenha preferido ficar no fundo do lago mesmo.
Misticismos à parte, a cidade de Burlington é uma graça. A rua de pedestres no centro é repleta de lojinhas, bares, restaurantes, além dos cinemas e teatros que, pelo que vi durante a viagem, são a marca registrada das cidades de Vermont.
Burlington se orgulho de sua prestigiada universidade, e também é conhecida pelas cervejarias artesanais, o que, para uma cervejeira de primeira como eu, faz da cidade a minha Disneylândia, um paraíso de cervas saborosas e chopes bem tirados, o que não é muito comum nos EUA.
Fiz uma maratona nas cervejarias, visitando 3 entre as mais badaladas da região. A primeira parada foi a Zero Gravity, fica a 10 minutos de carro do centro e a trilha sonora animada é tão boa quanto o chopp. A segunda parada foi na Foam Brewery, que fica no parque em frente ao lago, e serviu pra me aquecer depois de enfrentar o vento e o frio para ver o pôr do sol. Valeu a pena!
Pra terminar, fiz uma viagem aos anos 80, no The Archives Bar, que tem os fliperamas mais icônicos que eu jogava na minha adolescência, bem no centro da cidade. Deu para matar as saudades enquanto saboreava uma IPA de primeira qualidade.
A degustação das cervejas artesanais foi nota mil e fez o passeio por Vermont ser ainda mais inesquecível.
E, pra fechar essa road trip com chave de ouro, fui jantar em uma das melhores steakhouses que já estive nos EUA. Pra quem gosta de carne, o Hen of the Wood, que fica no centro, pertinho do lago, é parada obrigatória. Para os amigos vegetarianos, eles também tem várias opções, incluindo uma degustação de queijos com o famoso maple syrup (que é a marca do estado de Vermont) de comer ajoelhado. O preço é justo para a refeição que combina uma comida incrível com um ambiente pra lá de agradável. Imperdível!
Depois dessa viagem, me apaixonei por Vermont e pretendo voltar ao estado famoso pela bela natureza, as montanhas, as pontes cobertas, o resort da verdadeira família von Trapp, que inspirou o filme “A Noviça Rebelde”, além das cervejarias artesanais, o maple syrup, a fábrica do sorvete Ben&Jerry e, para os fãs de “Gilmore Girls”, cidades que inspiraram Stars Hollow. Sem contar que foi o primeiro estado a abolir a escravatura, oficializar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o que tem mais cinema que residentes, e só por essas razões já tinham conquistado meu coração antes mesmo de conhecer o local que agora me deixou com um gostinho de quero mais.