O ano de 2023 foi muito espiritual pra mim. Através de viagens que fiz, livros que li e conversas profundas que tive com pessoas próximas, que me conhecem bem, me conectei mais com a minha ancestralidade, e passei a pesquisar e procurar conhecer mais a cultura indígena e os ciganos, que graças a um exame de DNA que fiz, descobri estarem presentes no meu histórico genético, assim como portugueses, espanhóis, italianos e povos de diferentes países da África.
Nada me orgulha mais que ter um pouco de cada um desses povos no sangue que corre nas minhas veias.
Estudar os indígenas que habitaram os EUA, país onde resido, passou a ser não só uma curiosidade histórica, mas uma forma de conhecer melhor o meu passado. Fato que minha ascendência indígena vem da América do Sul, mas tanto no Brasil, como aqui, os problemas, as dores, a beleza e a energia das tribos são semelhantes.
Tive a feliz oportunidade de viajar por lugares que têm uma vibração indígena mágica ao longo do ano passado, como o Madonna Inn, em San Luis Obispo, onde passei meu aniversário. E, considerando tudo que aprendi e como evolui durante 2023, decidi fechar o ano com chave de ouro em Pioneertown, a cidade cenográfica do faroeste que tem muita vida, como conto na matéria que compartilho aqui:
Como disse na matéria acima, eu já conhecia Pioneertown, mas nunca tinha ficado hospedada no motel da cidade até esse ano novo. Foi uma experiência fantástica em vários sentidos, tanto na conexão com os meus ancestrais, como no conforto de poder ir e voltar a pé do Pappy + Harriet’s, o bar onde passei a virada – aventura que vou detalhar no próximo post sobre a viagem.
Hoje, convido vocês a fazerem um tour pelo Motel Pioneertown, que serviu de locação para muitos filmes e seriados de faroeste e também de pouso para muitas estrelas de Hollywood, políticos, empresários, membros das equipes de filmagem e, atualmente, para os muitos turistas que, como eu, visitam o local.
A decoração é rústica, nos fazendo viajar no tempo dos cowboys e, mais importante, na era que os povos indígenas, os Serranos, Chemehuevi e Cahuilla viviam no alto das montanhas desérticas de Yucca Valley, onde está a cidade cenográfica, entre Los Angeles e Palm Springs.
O mais interessante é que quando cheguei lá me senti no sítio dos meus avós, perto de Cachoeira de Macacu, estado do Rio. O chão vermelho, o cobertor, os móveis de madeira escura eram idênticos aos que tinham no sítio; onde passei grande parte da minha infância.
Não acho coincidência, acho sim que quanto mais nos conectamos com o universo e manifestamos desejos, especialmente um tão íntimo como a busca da conexão com nossos ancestrais, mais o universo nos ouve e nos dá sinais, alguns na natureza e outros na decoração de um quarto de motel. (Lembrando que nos EUA, motel é o hotel que fica na beira da estrada para atender aos viajantes. No faroeste, eram os que circulavam a cavalo. Hoje, os que fazem viagens de carro).
Foi uma virada de ano muito animada, ao mesmo tempo, profunda pra mim. Inspirada pelo deserto, pelos indígenas, pela história da minha família e pelo livro “Mulheres que correm com os lobos”, que terminei pouco antes de ir e causou um impacto muito grande na minha trajetória, tanto que me tornei fã de carteirinha da autora, Clarissa Pinkola Estes.
Sobre essa experiência, eu falei no meu primeiro post do Instagram em 2024, que deixo aqui para vocês:
Espero que esse relato não só apresente Pioneertown e o motel como um destino turístico para vocês, mas também sirva de inspiração para que vocês busquem se conectar mais com a sua ancestralidade, essa experiência não só tem me ensinado muito sobre o mundo, como expandiu meu olhar e atiçou a minha curiosidade sobre lugares, fatos e culturas que antes passavam despercebidos mas, especialmente, têm me ensinado muito sobre mim mesma. Definitivamente, posso dizer que esse encontro com meus ancestrais tem tornado a minha jornada ainda mais interessante e especial, sendo essa a energia que escolhi para abençoar meu ano de 2024.
