Com todo este bafafá da Academia ser acusada de racista por não ter indicado nenhum ator ou atriz negra nas categorias correspondentes nos últimos dois anos, lembrei do Oscar de melhor atriz coadjuvante que Lupita ganhou por sua atuação em “12 Anos de Escravidão” batendo Jennifer Lawrence (“A Trapaça”), Julia Roberts (“Álbum de Família), June Squibb (“Nebraska”) e Sally Hawkins (“Blue Jasmine”), em 2014.
Como de hábito, eu assisti a todos os filmes antes da premiação, e não por racismo, mas por performance, eu acho que tanto a Jen, como a Sally foram superiores e mereciam a estatueta. Mas aí vocês vão pensar, é claro que como fã de carteirinha da Jlaw você naturalmente vai torcer por ela, não necessariamente. Este ano ela também está indicada na categoria de melhor atriz por “Joy”, sua performance foi incrível (até porque ela é uma das melhores atrizes de sua geração mesmo), mas eu acho que quem deve levar é a Brie Larson, que sim deu um show em “Room”. E no fundo meu coração torce por Saoirse Ronnan porque “Brooklyn” é meu filme predileto de 2015.
Sou e serei sempre super fã de Jen, mas se estamos avaliando a atuação dos atores, o fato determinante não é a cor da pele, nem a nacionalidade e muito menos o nosso coração de fã, afinal, nesta situação, não devemos nos deixar levar pela pela emoção, mas sim assistir a todos os filmes e reconhecer o talento puro e simples do artista.
Por isso que, assim como na categoria melhor ator e ator coadjuvante, concordo com as indicações para o Oscar 2016 feitas pelos membros da Academia. Este ano, o maior furo não foi deles, mas sim da indúustria do cinema como um todo, por não ter produzido absolutamente nenhum título de destaque cuja protagonista ou antagonista fosse negra. Ta aí o foco de toda a questão: a falta de oportunidade no mundo do entretenimento. E isso não é so para os negros, como para os latinos e mulheres. E isso sim tem que mudar já. Mais até do que a Academia implementar novas regras para a votação. Tudo bem, legal, mas se não tiverem filmes que celebrem a diversidade, as novas regras não terão fundamento e acabarão gerando injustiças.
E no mundo mais que sofrido de hoje, assistimos aos filmes e curtimos as premiações para nos distrairmos das injustiças, e não para que o mercado de trabalho na indústria do entretenimento promova segregação em qualquer aspecto.
Torcemos por um mundo em que o reconhecimento do trabalho de um artista não venha soó no tapete vermelho e com uma estatueta de ouro, mas com mais chances profissionais para aqueles que vem de todos os lugares do mundo para Hollywood com toda a vontade e disposição para compartilhar seu talento e seu suor com a indústria do entretenimento e com o mundo.
Saiba mais sobre a polêmica das indicações do Oscar 2016, e o que achamos dos indicados na categoria melhor filme, ator e ator coadjuvante:
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