Por: Vanessa Lima
Quando somos fã de algum artista internacional, a primeira coisa que pensamos é: “Preciso deles no meu país!” Mas, no meu caso, eu cada vez via o sonho de ver meus ídolos no Brasil mais distante.
Conheci a One Direction em 2010, vendo pela primeira vez o “The XFactor”. Acompanhei as audições dos meninos, a formação do grupo e cada live show. Quando eles lançaram o primeiro CD e anunciaram a primeira turnê, sabia que a América do Sul não seria inclusa, mas, até então não me sentia tão segura de fazer uma loucura.
A cada dia, cada passo que eles davam, não conseguia mais segurar a necessidade de vê-los e precisava, de alguma forma, senti-los perto de mim. Após serem anunciadas as datas da turnê Take Me Home, tracei o meu destino para a Cidade dos Anjos. Não sabia como iria ou como convencer as pessoas de que eu precisava ir, mas sabia que de algum jeito eu chegaria lá.
Los Angeles
Cheguei em Los Angeles dia 4 de agosto sem ingressos para os shows, apenas para o Teen Choice Awards, que comprei após ser anunciado que os meninos se apresentariam. Só precisava dos ingressos e de disposição pra correr atrás deles os 5 dias que tínhamos certeza que eles ficariam na cidade. Os ingressos eu consegui, mas chegar perto deles estava impossível para qualquer pessoa. Mas, mesmo assim, não podíamos desanimar após um dia sem sucesso.
Eles consumiam nossos dias, noites e principalmente madrugadas, que dedicamos especialmente em segui-los cada vez que um carro saía da garagem. Mas a segurança era apertada, uma vez chegamos tão perto que é até difícil de acreditar, mas o esquema pesado dos seguranças não aliviou pro nosso lado. Tinham milhares de paparazzis desesperados por uma foto, nem que fosse da janela do carro, mas até isso estava difícil.
Os shows
Não acreditei quando coloquei os pés no Staples Center. Custei a enxergar que depois de tudo eu realmente tinha conseguido, que finalmente estava perto de realizar o que em 2010 se tornou o meu maior sonho. Chorei. E como chorei. O que meu cérebro custava a acreditar, minhas lágrimas correspondiam com o choque de vê-los ali, tão perto, tão nítidos, tão reais.
Todos os shows foram igualmente sensacionais, não posso escolher o melhor. Mas, dia 9 de agosto tiveram dois momentos que jamais vou esquecer. Os pais do Liam estavam sentados à nossa frente. Ao ver que eu não parava de chorar, a mãe dele passou a mão no meu rosto como se entendesse o que eu sentia naquele momento. E como tínhamos os assentos mais perto neste dia, levamos a bandeira do Brasil na esperança de que eles vissem que estávamos representando as fãs brasileiras. Eles não somente viram como também sorriram e acenaram para nós.
Depois disso eu sabia que nada nesse mundo pagaria aquele momento. Que tudo valeu a pena e que se fosse para eu fazer duas, três, quatro vezes, não pensaria mais do que uma vez. Quem é fã sabe. Fã entende fã. Sabe que qualquer gesto do seu ídolo paga todos os sacrifício e dedicação infinita que temos com eles. Não me imagino fazendo isso por mais ninguém. É o maior do mundo. É algo que me faz feliz apenas por existir. E depois desses momentos, ficou o orgulho de ser fã de seres extraordinários, a saudade e a certeza de que ano que vem tem mais.