Por: Carl
SINOPSE: Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem… Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado. Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade… ou será que não? – Kate EBERLEN – Editora ARQUEIRO – 2016 – 432 páginas.
Até que ponto podemos dizer que estamos destinados a uma pessoa? Será que as coisas que fazemos, nossas decisões, por mais que nos afastem de determinada pessoa, se estivermos destinados a ela, um dia, não importa quando, ficaremos juntos?
Essa questão é a essência de O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA NOSSA VIDA. Tess e Angus, os dois personagens principais, encontram-se casualmente em uma viagem à Itália. Apenas um dia. Depois disso, seguem rumos diferentes e só voltam a ser ver quase dezesseis anos depois.
E é isso o que acompanhamos na obra. O que os dois fizeram nesse lapso de tempo. Ou seja, você não irá ler um romance, mas um pequeno drama que tenta demonstrar que duas pessoas podem, ou não, se unirem, independentemente do tempo.
Tess deseja se formar, ter uma profissão com diploma, mas sua mãe adoece e ela é obrigada a cuidar da irmã mais nova. Isso desencadeia dificuldades, de realização e financeiras, que a levam a pontos que ela não imaginava ou desejava.
Angus sempre viveu nas sombras do irmão, que era, sem dúvidas, o preferido e a grande aposta da família. Mas o irmão morre. Com isso, tudo cai nos ombros de Gus. Pressionado, contra a vontade, ele aceita cursar medicina.
Tess e Angus são opostos. Ela é perseverante, amorosa, decidida. Ele é inconsequente, indeciso, de personalidade fraca. Nos anos que passam separados, conhecemos seus dramas, bem como os de seus amigos e familiares, sempre com a visão no que irá acontecer para que eles voltem para o mesmo caminho. O resultado é que eles amadurecem, crescem, vencem seus obstáculos, tornam-se pessoas diferentes daquelas da viagem para a Itália.
O curioso na obra de Eberlen é que os dois passam e frequentam lugares em comum, mas sempre existe algo que impede que eles se encontrem novamente. Até o final. E então, o leitor, mais do que motivado e apreensivo por tudo o que leu e torceu, tem a resposta para se o tempo consegue apagar uma paixão, ou o amor. Só posso dizer que a resposta é emocionante!