Por: Camila Sá
Ashley Judd, Cara Delevingne, Dakota Johnson, Emma Stone, Natalie Portman,Selena Gomez e Shonda Rhimes. O que elas têm em comum? Estes nomes, dentre cerca de 300 outros da indústria da televisão, música e cinema, decidiram se juntar contra o machismo que se instala nas atmosferas trabalhistas – não só no entretenimento, mas em outras áreas de atuação – e sociais de Hollywood.
Após os inúmeros casos de assédios, cometidos por Harvey Weinstein, que desencadeou várias vítimas, também de outros homens, a vir a público, o ano de 2018 já começa diferente. O projeto “Time’s Up” foi amplamente divulgado por estas consolidadas personalidades, citadas anteriormente, na última segunda-feira, 1°, com o intuito de propagar a campanha e trazer mais igualdade para os ambientes de trabalho. No site da iniciativa, há passos a serem seguidos por qualquer pessoa, vítima ou não, para não corroborar com essas práticas desprezíveis em qualquer tipo de ambiente, dados estatísticos da desigualdade de gêneros em salários e tratamentos, além de chocantes informações sobre assédio sexual.
Segundo uma pesquisa da revista Cosmopolitan, em 2015, uma em cada três mulheres, entre 18 e 34 anos, foi assediada sexualmente no trabalho. 71% destas, assim como os casos que vieram à tona, no último ano, optaram por não denunciar seus opressores. Estima-se que metade das pessoas do sexo feminino, conforme reportou a NBC News, em 2017, já sofreu algum outro tipo de assédio no mesmo ambiente.
Divulgadas em carta aberta, as diretrizes do movimento consistem em um fundo legal, movido por doações, para mulheres que não possuem condições de arcar com estes custos, uma legislação mais dura sob empresas que aceitam esse desvio de caráter e o silenciamento de vítimas e a luta pela tão esperada igualdade de gêneros nos âmbitos trabalhistas.
Além disso, há o incentivo de que as mulheres, em solidarização às vítimas já expostas no último ano, compareçam ao Globo de Ouro, que acontece no domingo, dia 7, em Los Angeles, vestindo trajes pretos e espalhando a mensagem do “Time’s Up” no espaço.
Ao jornal New York Times, Shonda Rhimes, responsável pelas maiores séries do canal ABC (“Grey’s Anatomy”, “How To Get Away With Murder” e “Scandal”), disse que a conduta tem que começar de dentro para fora. “É muito difícil para nós falar com propriedade sobre tudo isso, se não limparmos nossa própria casa”. É aquela velha conversa: palavras o vento leva, um discurso de nada vale sem atitudes que o sustente.
A roteirista ainda endossou que o trabalho é de todos e contínuo: “se esse grupo de mulheres não pode lutar por um modelo para outras mulheres que não têm tanto poder e privilégio, então quem pode?”. O posicionamento de Rhimes é muito importante, ela é responsável por personagens femininas fortes, absolutamente independentes e que não levam desaforo para casa. Atrelar essas características da ficção ao defender suas irmãs, na vida real, é reafirmar a influência que possui no meio. Ponto para quem decide tomar algum tipo de colocação diante dessa situação e educar os homens: não vai continuar do jeito que está, queridos!
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