Assisto ao Oscar desde que me entendo por gente. Lembro que quando era pequena, minha mãe deixava eu ficar acordada até mais tarde para ver a premiação. Era um dia especial, ela sabia que eu amava todo aquele glamour e, mesmo tendo que acordar para aula super cedo na segunda, valia a pena o sacrifício.
Quando entrei para a faculdade melhorou e comecei a me reunir com os amigos ou fazer festas em casa, no Rio, para acompanhar e celebrar a noite mais importante do entretenimento mundial. Nessa época, meu sonho Hollywoodiano/Californiano já existia ou, pelo menos, já era consciente.
O primeiro Oscar que comemorei morando em LA foi em 2010. Assistir à cerimônia de dentro do Kodak Theater em Hollywood é um privilégio só mesmo para os indicados e seus acompanhantes. Só grandes veículos da imprensa internacional podem cobrir o evento. Aliás, a concessão para a transmissão é uma fortuna e super concorrida entre as empresas de cada país. O Oscar é uma premiação bem exclusiva. Mas quem se importa, estar pertinho de onde rola o tapete vermelho mais glamouroso da história do cinema já é uma grande vantagem.
Seguindo a tradição, enfeitei a casa, reuni os amigos e assistimos juntos à distribuição das estatuetas. Graças a uma amiga que trabalhava na produção da Globo, a equipe do Fantástico que estava na cidade para cobrir o Oscar e procurava um grupo de brasileiros que se reunissem para assistir à cerimônia, acabou parando lá em casa. Fizeram uma matéria conosco que só rendeu bons frutos… meus pais me ligaram orgulhosos, os amigos mandaram recados carinhosos e uma nova GRANDE amizade nasceu. Tiago Vaz, um estudante de Brasília, assistiu ao Fantástico, me encontrou na internet e pediu umas dicas sobre meu curso na UCLA. Trocamos várias figurinhas e dois anos depois, ele, Mayra e Adriano vieram para LA, fazer o programa na UCLA. Na verdade, numa era pré-Hollywood é Aqui, Tiago foi a primeira pessoa até então desconhecida que me procurou para falar sobre a Cidade dos Anjos.
Este ano, ele estará presente na festinha que vai rolar aqui em casa, o Fantástico não vem, mas quem se importa. Afinal, acho que na verdade tudo aquilo rolou para nos unir, o que saiu melhor que a encomenda. Afinal, glamour mesmo é fazer amigos queridos assim.