My Old Ass emociona e inspira com a troca entre duas gerações da protagonista

Eu lembro que quando era adolescente eu desejava ter um encontro comigo mesma mais velha. Agora, que tenho 52 anos, tenho conversas profundas com a adolescente que ainda mora em mim e, muitas vezes, me salva de mim mesma.

Por ter essa relação comigo mesma, eu estava ainda mais animada para assistir uma sessão especial do filme “My Old Ass”, seguida de um papo com a roteirista, diretora, Megan Park, e Maisy Stella, a atriz estreante que faz a protagonista, Elliot.

 

 

Em “My Old Ass”, uma viagem de cogumelo, na comemoração do seu aniversário de 18 anos, coloca a espirituosa Elliott (Maisy Stella) cara a cara com seu eu brincalhão de 39 anos (Aubrey Plaza). Mas quando a “velha bunda” de Elliott começa a dar conselhos sobre o que seu eu mais jovem deve ou não fazer, Elliott percebe que precisa repensar as suas relações com a família, amigas, o amor e suas prioridades de vida, e, à medida que vimos o amadurecimento de Elliot, entendemos que crescer é uma viagem emocionante e divertida.

 

 

O filme é uma delícia e, para a minha surpresa, é muito mais profundo do que eu imaginava. Maisy é uma estrela. Sua performance é tão natural que fica mais fácil nos identificarmos com Elliot.

 

 

Sou fã de Aubrey Plaza, uma das rainhas do indie. Ela é excelente sempre, mas, nesse filme, Aubrey está excepcional. Eu não quero dar spoilers, pois esse é o tipo de filme que quanto menos você souber, mas vai se surpreender positivamente mas, só digo uma coisa, ela e Maisy protagonizam cenas sensíveis, sinceras, que fazem a gente rir e chorar – ao mesmo tempo – em vários momentos do filme. Destaco uma cena, mais perto do fim, que a delicada performance de Aubrey, me deixou (e vários dos meus “vizinhos” de cadeira no cinema) aos prantos.

 

 

Mas, muito da emoção está no roteiro muito bem escrito por Megan. Ela contou sobre o processo que a levou ao seu segundo filme, “depois de ‘Fallout’ (o primeiro filme, brilhante da roteirista, diretora e atriz) eu queria produzir um projeto mais leve, ao mesmo tempo que tivesse substância. Eu adoro escrever e trabalhar com jovens, mas o tema do meu primeiro filme – para quem não viu, o enredo de ‘Fallout’ é um tiroteiro em uma escola nos EUA, um tema muito importante, mas pesado. Então para o segundo projeto, eu queria fazer um filme sobre jovens, mas com um tema totalmente diferente, que também que prestigiasse o lugar onde eu cresci no Canadá – a locação é linda e eu tive o privilégio de passar todas as minhas férias na infância e adolescência em um lugar como aquele. Daí eu pensei que seria divertido esse encontro de uma jovem, prestes a sair de casa, em uma ilha no Canadá , pra faculdade aos 18 anos, com a sua versão de 39 anos, que mora numa cidade grande. Mas que esse encontro tinha que acontecer em uma outra dimensão, que não fosse a realidade. Por isso escolhi que acontecesse numa viagem de cogumelo da Elliott com as amigas. Mas o roteiro funcionou bem, graças ao nosso maravilhoso elenco. A Maisy, eu conheci quando ela veio fazer um teste para Fallout. E eu gostei tanto dela que tentei até reescrever um personagem pra ela, mas não funcionou, não era pra ser. Agora, eu já escrevi a Elliot com ela na cabeça e foi perfeito, assim como a Aubrey e todos os atores, que são ótimos.”

 

 

Maisy nasceu atriz e é difícil acreditar que esse é o primeiro filme dela. Estreou já roubando a cena. No papo, ela compartilhou com a gente suas experiências nesse primeiro trabalho profissional na telona, “eu me senti muito segura, porque eu me identifiquei muito com o roteiro e pelo ambiente que a Megan criou no set, com uma equipe incrível, que fez todos nós atores nos sentirmos muito confortáveis. Até na minha primeira cena de sexo. Não é fácil, acho que nunca vai ser, mas me senti à vontade e protegida. Além disso, a Megan deixou a gente incorporar coisas nossas na personagem, por exemplo, a sequência Justin Bieber foi um pedido meu porque eu sou muito fã. Risos. Além disso, meu espírito aventureiro adorou pilotar a lancha e alguns dos furos que eu dei estão no filme. E, trabalhar com Aubrey foi um sonho, ela é generosa e me incentivava a criar. Foi perfeito. Aliás, com todo mundo, eu amo todos os atores e a equipe desse filme. Quanto a minha cena favorita, todas elas são especiais, com meus irmãos no filme, com a minha mãe, com as meninas, e com Aubrey, mas interpretar Bieber foi um sonho de infância realizado. Obrigada, Megan. Risos”

Eu sai do cinema inspirada e conversando com a minha menina de 16 anos que, como Elliot jovem, deu as melhores dicas para a mulher de 52. “My Old Ass” é imperdível. Garanto que você vai se emocionar mais que imaginava. Ah mas não só os fãs de Bieber vão ganhar um mimo, se for fã de Saoirse Ronan, como eu, vai terminar o filme ainda mais feliz.

 

 

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