Madonna e sua The Celebration Tour em LA. Nós fomos conferir o show da diva rainha do pop

A The Celebration Tour da Madonna faz jus ao nome e é uma celebração dos seus 40 anos de carreira e, em suma, uma celebração da trilha sonora da minha vida.

 

 

 

Eu lembro como se fosse hoje do Natal em que eu ganhei a fita cassete do “Like a Virgin,” primeiro “álbum” dela na minha coleção. Foi em 1984, eu tinha 12 anos e marcou tanto a minha jornada que, 40 anos depois, me emocionei ao ver Madonna ao vivo no show em Los Angeles, semana passada. Foi a quarta turnê dela que tive o privilégio de ir.

A primeira foi The Girlie Show, no Maracanã, no primeiro show dela no Brasil, em 1993. Eu e os amigos fomos até o aeroporto do Galeão, vimos seu avião pousar, acompanhamos seu trajeto até o hotel Caesar Park, em Ipanema. E, como todo fã que se presa, ficamos na calçada gritando seu nome. Chegamos no estádio de manhã cedo, esperamos horas pra entrar, enfrentamos a muvuca da pista e eu pedi a um desconhecido que me colocasse no ombro na hora da música Erótica. Naquele momento, fiquei frente a frente com o ícone que inspirou as mulheres da minha geração a saírem do cativeiro e experimentarem a liberdade em todos os sentidos possíveis, inclusive sexual, com seu livro SEX e uma coreografia em que ela se masturbava no palco, Madonna desconstruiu a figura da mulher recatada das gerações anteriores. Isso, além de dar voz e espaço para a comunidade LGBTQIA, como ninguém tinha feito antes dela.

O The Girlie Show foi uma grande conquista para a minha vida de fã, acostumada a acompanhar de longe o lançamento dos seus controversos e criativos videoclipes que, na época, eram patrocinados pela Pepsi e veiculavam depois do Fantástico. Ficar de cara com Madonna foi um sonho realizado. Até porque o mundo antes da internet era muito diferente do que é hoje, parecia maior pois tínhamos menos acesso aos nossos ídolos. Por isso, esses singelos momentos, como o lançamento de um clip e a apresentação dela ao vivo no MTV Music Awards e na cerimônia do Oscar eram tão festejados pelo fandom.

 

 

A segunda vez que vi Madonna ao vivo foi na turnê The Sticky & Sweet Tour, também no Maracanã, em 2008. Fui aos 2 shows, sendo que no primeiro ela caiu no palco que estava molhado por conta de uma chuva torrencial no Rio. Ela levantou com sua classe e seguiu o baile. Divando. No segundo dia, estávamos tão perto do palco que saímos na foto que foi publicada pelo O Globo no dia seguinte. Sendo assim, um dia eu vi o show e o outro a Madonna. Noites inesquecíveis.

 

 

 

A terceira vez, foi na The MDNA Tour, eu já morava em LA, em 2012, e o show aqui não foi tão animado como os anteriores que eu tinha ido no Brasil. Madonna declaradamente se divertia mais em minha terra natal do que na Cidade dos Anjos e eu a entendo porque o entusiasmo do público brasileiro é único e especial. Mas valeu. De qualquer forma, por conta dessa experiência, eu estava com o pé atrás de ir na The Celebration Tour em LA, mas como não pude ir ao show dela em NY e queria celebrar ela e a trilha da minha vida, garanti meu ingresso num lugar top, em um dos 5 shows que ela fez aqui. Pra minha total felicidade, me surpreendi positivamente, Madonna brilhou mais que nunca e a galera vibrou em Los Angeles com a energia carioca.

 

 

O local do show, o Kia Fórum, foi decorado com a discografia de Madonna e frases marcantes de seus maiores sucessos, o que já deu um clima de festão ao show que teve um DJ aquecendo a galera e, como anfitriã, uma das drag queens mais famosas de West Hollywood.

 

 

Madonna subiu ao palco e contou a história de sua vida e carreira acompanhada de maravilhosos dançarinos e vídeos incríveis exibidos no telão, esbanjando energia nas coreografias.

 

 

Os figurinos eram impecáveis, como sempre, e a produção perfeita. Madonna conversou muito com a plateia, mais do que nos shows anteriores que eu tinha ido, e recebeu a filha no palco, que toca piano divinamente.

 

 

 

 

 

De novo, lá estava eu, frente a frente com a mulher que me ensinou a me expressar, ter orgulho do meu corpo e a não julgar meus desejos. Madonna não é a rainha do pop, ela é o pop. Ela não abriu a porta, mas ela criou o conceito. Nos últimos 40 anos, muitos artistas talentosos, mulheres e homens, reinventaram e repaginaram o pop, inclusive Madonna cantou Born This Way, de Lady Gaga, uma estrela do gênero, mas foi Madonna e Michael Jackson, a quem ela também presta uma bela homenagem no final do show, que entraram para a história como os maiores popstars do mundo.

 

 

Muita gente boa, olha a Dua Lipa aí gente, vai seguir produzindo hinos, cantando, dançando e entretendo todas as gerações, inclusive a minha, graças à Madonna que seduziu a figura de um santo preto no clipe de Like a Prayer, foi banida pelo Vaticano de se apresentar na Itália e, quebrando todas as regras da caretice, empoderou mulheres, gays, lésbicas, trans, numa sociedade preconceituosa e homofóbica, muito antes do termo empoderamento virar moda.

E, para mim, isso é ser A Popstar.

 

 

 

Nos vídeos e fotos, em sua maioria de Camilla Berthier, pois eu sou antiga e assisto ao show, pouco registro para aproveitar o momento, um gostinho do que foi celebrar com Madonna seus 40 anos de jornada e seus clássicos que são as músicas da minha vida.

 

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