Ensinamentos da minha mãe, em homenagem às nossas leitoras que são mães e as mães de todos os nossos leitores. Feliz Dia!
Outro dia liguei para a minha mãe e ela me disse: “Claudia, acordei cedo hoje e fiz uma retrospectiva da minha vida. Eu já passei muita coisa, muitas dificuldades, mas você sabe, não guardo rancor e mágoa de ninguém. Nem que eu queira, eu simplesmente não consigo”.
Eu disse para a mamãe que isso é uma benção e que, felizmente, eu herdei dela essa característica. Claro que quando alguém nos aborrece a gente fica com raiva, afinal de contas somos humanas, mas passa rápido. Algumas coisas a gente não esquece, claro, mas, quando se lembra delas, mesmo tendo doído no passado, hoje são apenas vagas memórias, sem nenhum peso.
Minha mãe também é uma figura super desapegada de bens materiais. Há pouco tempo saí do apartamento onde morei muitos anos, e pelos comentários das pessoas ao meu redor, elas pareciam mais apegadas àquelas paredes que eu mesma. Comentei isso com a minha mãe e ela disse: “realmente, tem muita gente que se apega a coisas, sem notar que tudo na vida é muito passageiro”.
Mamãe nos criou em um ambiente super realista, mas sempre deu asas a nossa imaginação. Foi a minha mãe que me ensinou que a vida não é um conto de fadas, mas, também, não é um drama, outro dia escrevi essa frase no Instagram e lembrei das vezes que eu tentava fazer um show e mamãe cortava o mal pela raiz. Acho que por isso, até hoje, tenho pavor de quem reclama da vida. Minha mãe nunca, jamais, foi audiência para mimimi.
E hoje dou graças a Deus por todas as vezes que ela não me deixou subir do palco pra dramatizar a minha vida privilegiada. Por isso, sei valorizá-la como ninguém.
A minha lista de agradecimentos para a minha mãe é sem fim, mas essas lições que mencionei são especiais. Porque o perdão e o desapego nos tornam pessoas mais livres, no sentido amplo da palavra liberdade. Quando a nossa alma é leve, acredito que ficamos mais abertos a experimentar as bênçãos que Deus nos oferece, especialmente aquelas simples, como um hora de fofoca no telefone, falando de seriados, da vida alheia e rindo de nós mesmas. E assim são minhas ligações semanais com a mamãe, uma benção.
Feliz Dia, mãe! Eu posso não estar presente fisicamente sempre, mas as lições que você me ensinou acordam e dormem comigo, por onde quer que eu vá, todos os dias da minha caminhada.
Com amor,
Sua filha