Eu estava com uma taça de vinho na mão, no coquetel de uma sessão especial do filme “Rare Objects”, produzido, dirigido e estrelado por Katie Holmes, em LA, quando a atriz chegou e meu tempo parou. Frente a frente com Katie, que não envelheceu nada nos últimos 20 e muitos anos, fui parar direto no meu quarto, na casa dos meus pais, no Rio, nas noites que esperava ansiosa por um novo episódio de “Dawson’s Creek”, meu vício na época. Katie decolou sua carreira interpretando Joey Potter na série, que era um fenômeno nos anos 90.
Décadas antes de existirem as redes sociais e o termo “shipper” ser inventado, eu já era #TeamPacey no triângulo amoroso que envolvia Dawson (James Van Der Beek), Joey e Pacey (Joshua Jackson).
Fazer essa viagem ao passado, frente a frente com Katie Holmes, foi mais um sonho de viciada em seriado realizado em LA. Mesmo depois de quase 14 anos morando na capital do entretenimento, esses momentos ainda me parecem surreais.
Katie foi simpática com todos os presentes distribuindo sorrisos e agradecendo a nossa presença. Apresentou o filme, compartilhando com a gente sua alegria de ter tido a oportunidade de vestir tantos “chapéus” nesse projeto, que, segundo ela, foi o mais desafiador e, também, onde mais aprendeu a arte de fazer cinema, em sua carreira.
“Rare Objects” é uma adaptação do romance de mesmo nome de Kathleen Tessaro, e conta a história sobre amizade que gira em torno de uma jovem que recupera seu próprio senso de identidade por meio de sua jornada de autodescoberta, que envolve um novo emprego, novos amigos e cura.
O filme é profundo, trata de vários tópicos relevantes, como estupro, vícios em remédios e suicídio. Mas fala de amizade, de amor próprio. Pode acionar gatilhos e tocar fundo em feridas, mas tem momentos leves. Como a vida, mostra a trajetória repleta de desafios, mas que dá a oportunidade de renascermos, mesmo quando a jornada parece não ser muita generosa, têm aqueles que vão estender a mão e fazer você ter esperança para seguir em frente.
Sem dúvidas, foi a esperança de escrever um novo capítulo da história da minha vida que me trouxe pra Los Angeles, em 2009. E, ao conhecer Katie Holmes, uma das estrelas do seriado que me fez me apaixonar ainda mais por esse universo, me mostra que, acima de todos os percalços, sonhos se realizam. Como Joey disse pra Dawson em um dos episódios, “sonhos se tornam realidade, mas têm preço”.
O que pago por morar longe do meus pais, ainda vale a pena. E isso é mais do que eu podia esperar, quando assisti a série no meu quarto, na casa dos meus pais, no Rio.