Por: Luana Mattos
Emma Watson, assim como a personagem que interpretou por tantos anos em “Harry Potter”, prova ser uma jovem corajosa, inteligente e defensora da igualdade de direitos. Nomeada embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, em julho deste ano, a atriz lançou a campanha #HeforShe com um discurso na sede da organização, que tocou o mundo e se tornou viral na web.
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Muito se ouve falar em igualdade, as mulheres buscam a igualdade de direitos por séculos e, embora tenham sido bem sucedidas em algumas das suas reinvidicações, parece que nossa busca nunca tem fim, ganhamos de um lado, mas perdemos de outro.
“O feminismo, por definição, é acreditar que tanto homens como mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais. É a teoria política, econômica e social da igualdade de sexos”, disse Emma no evento em Nova York.
Até hoje as palavras “feminismo” e “machismo” pareciam representar uma guerra entre gêneros, onde as mulheres eram vistas como o sexo frágil, – limitadas a cuidar da casa e dos filhos, e os homens como aqueles que precisam provar sua força em todos os aspectos, – que resultou em abuso de poder, violência doméstica, e outros problemas no âmbito social e familiar.
“Se não se obriga um homem a acreditar que precisa ser agressivo, a mulher não será submissa. Se não se ensina a um homem que tem de ser controlador, a mulher não será controlada”, disse Emma ao falar sobre a necessidade dos homens também serem livres para mostrar que são vulneráveis.
E isso talvez, porque até hoje nós não havíamos entendido que nossa luta não era contra o outro gênero e seus abusos e sim contra os estereótipos, contra os parâmetros instituídos pela sociedade desde a idade da pedra. Vivemos em constante evolução, mas em nossas mentes permanecemos fadados a repetir os mesmos erros de nossos ancestrais.
“Se não fizermos nada hoje, passarão 75 anos ou talvez 100 para que uma mulher possa esperar receber o mesmo salário que um homem pelo mesmo trabalho. Mais de 15 milhões de meninas serão forçadas a se casar nos próximos 16 anos, mesmo que ainda sendo crianças”, afirmou Emma sobre nosso papel para mudanças.
E é sobre essa nova visão que a campanha #HeForShe (Ele por Ela) se trata, sobre unir forças, unir os gêneros, pois isso beneficiará ambos os sexos.
“Quando eu tinha 14 anos comecei a ser sexualizada por certos elementos da imprensa. Quando eu tinha 15 anos, minhas amigas largaram os esportes que praticavam porque não queriam parecer ‘musculosas’. Quando eu tinha 18, meus amigos homens não conseguiam expressar sentimentos”, ressaltou Emma ao dizer que desde cedo começou a se questionar sobre a questão dos gêneros.
Igualdade de gêneros não significa que as mulheres têm (ou querem) que fazer tudo aquilo que os homens fazem e vice versa, mas sim que ambos terão a liberdade de fazer suas próprias escolhas.