Zoe Kravitz já saltou de trem com Shailene Woodley e interpreta um personagem importante na saga “Divergente”. Mas atriz, além de cantora, estrelou em vários filmes nos últimos anos, incluindo “X-Men First Class”, “Mad Max” e o super interessante “Good Kill”, onde atuou ao lado do excelente ator Ethan Hawke, estrela dos filmes do diretor Richard Linklater, “Antes do Amanhecer”, “Antes do Pôr do Sol”, “Antes da Meia-noite”, e indicado ao Oscar de Melhor ator em 2015 por “Boyhood”.
Fui convidada para assistir um sessão exclusiva de Good Kill em LA e me animei já que sou bem fã de Ethan e de Zoe. Mas confesso que não tinha muitas expectativas em relação ao filme e no final me surpreendi positivamente.
Baseado em fatos reais, “Good Kill”, conta a história do piloto da forca aérea americana Tom Egan (Ethan Hakwe) e de sua equipe, incluindo Airman Vera Suarez (Zoe Kravitz), que têm como missão atirar via satélite no inimigo que está do outro lado do mundo. Eles recebem ordens da CIA e como em um video game, por um monitor, eles miram em seu alvo e apertam o gatilho. Detalhe que eles fazem isso sem nunca deixar os EUA, de dentro de uma base militar localizada no meio do deserto no estado de Nevada, na vizinhança da cidade de Las Vegas, a poucas horas de carro de Los Angeles.
O personagem de Ethan Hakwe, que vive em um condomínio próximo com sua esposa e dois filhos pequenos, entra em crise existencial ao assistir as consequências de seu próprio trabalho.
Particularmente eu não tinha ideia de que enquanto milhares de turistas se divertiam nos cassinos e shows em Vegas, uma das cidades mais visitadas e badaladas nos EUA, um grupo de militares estava de prontidão dia e noite, trabalhando efetivamente na guerra, e atacando o inimigo, sem sujar as mãos de sangue, a milhares de quilômetros de distância.
Depois de assistir ao filme, parei para refletir como nós brasileiros (eu inclusive) temos a tendência de exaltar todos os problemas de nosso país e colocar o mundo estrangeiro, especialmente os EUA, no pedestal. Moro na Califórnia há quase 6 anos e confesso que gosto muito, mas “Good Kill” cumpriu a função informativa do entretenimento para mim e me fez perceber que não podemos esquecer que lugar nenhum no mundo é perfeito.
Assistir a um filme deste, que mostra a realidade por trás da guerra, e as consequências que ela traz para todos os envolvidos, independente do lado que você está, me lembrou que, infelizmente, este país também tem questões polêmicas, e que não é um paraíso de sonho, como vemos na televisão e na maioria dos filmes.
Acho interessante um diretor como Andrew Niccol, que também escreveu o roteiro do filme, mostrar para o grande público o que acontece nos bastidores do governo, logo aqui do nosso lado. É uma forma de repensarmos a maneira que tratamos o nosso próprio país, e de reavaliarmos a nossa opinião sobre o mundo em geral e ver que já que não existe país das maravilhas, independente de onde escolhermos viver, teremos sempre que lidar com o lado bom e desafiador de nossa realidade.
Em suma, “Good Kill”, além de educativo é muito bem produzido e conta com ótimas atuações, de Hawke, Kravitz e tambem de Bruce Greenwood (Jack Johns), January Jones (Molly Egan) e Jake Abel (M.I.C. Joseph Zimmer), Infelizmente o filme não tem data prevista para estrear nos cinemas no Brasil, mas já está disponível para aluguel no Itunes. Imperdível para os fãs de Zoe, Ethan e os curiosos sobre a cultura de guerra norte-americana. Indico!
Itunes: https://itunes.apple.com/us/movie/good-kill/id989536072