Por: Raquel Zambon
Depois de três anos, a segunda temporada de “Euphoria” estreou no Brasil em 9 de janeiro. Claro que cada segundo de espera foi válido, porque os novos episódios estão dando o que falar – quem não acompanha a transmissão da HBO no domingo à noite tem que fugir das redes sociais na segunda para evitar spoilers!
Talvez o sucesso absurdo da série de Sam Levinson não tenha sido previsto pelos críticos ou pelos fãs de seriados, mas confesso que, aqui no HEA, podemos levantar uma plaquinha de “eu já sabia”.
Em 2019, participamos de um painel de lançamento de “Euphoria” no ATX Festival, que acontece anualmente em Austin (Texas). Você pode conferir a matéria incrível que fizemos na época clicando aqui:
Eu estive presente no evento, ou melhor, tive o privilégio de estar presente no evento. Porque, honestamente, acompanhar aquele momento ao vivo foi uma honra: a sensibilidade do primeiro episódio de Euphoria impactou todos os presentes, levando o público a uma catarse coletiva. Ao final do episódio, lágrimas rolaram quando a mãe de um viciado compartilhou sua dor com o elenco, enquanto Sam Levinson dividiu com ela um pouco de sua própria experiência com as drogas.
O que muitas pessoas não sabem é que, para os padrões americanos, uma produção como “Euphoria” não é garantia de sucesso. Os EUA vão muito além do público de LA e NY, que acompanha a evolução dos tempos: no restante do país, há preconceito, homofobia e muitos pensamentos ultrapassados. Sendo assim, não é tão comum um show com nudez frontal e uso de drogas de forma explícita fazer sucesso. Mas Euphoria fez, desde a primeira exibição. Prova de que a realidade vende, e de que as emissoras estão concluindo que suas produções não podem se esconder dela.
Bom, mas vamos ao que interessa: os principais motivos do sucesso de Euphoria nesta segunda temporada.
Além de uma abordagem cada vez mais ampla e cruelmente realista do uso de drogas e de suas consequências, “Euphoria” tem um elenco inigualável. É claro que estamos falando de Zendaya e, se eu fosse elogiar Zendaya, essa matéria viraria um livro. Mas a distribuição de talento vai além: é difícil entender que Hunter Schafer, Alexia Demie e Jacob Elordi não possuem 20 anos de experiência nas telinhas. Como explicar Jacob pulando de seu papel de namoradinho em “A Barraca do Beijo” para cenas como a crise que teve no final da primeira temporada, quando bate a cabeça continuamente no chão? O ator ganhou uma concussão ao filmar a cena!
E precisamos de um parágrafo exclusivo para falar sobre Sydney Sweeney. Vamos combinar que a atriz é tão linda que chega a doer e, por isso, muitos dos papéis que ela consegue só servem para explorar a sua beleza – algo bem comum em Hollywood. Entretanto, a atuação dela nos últimos episódios só pode ser definida como mágica. Cassie na festa de aniversário de Maddy foi uma performance que vamos levar anos para esquecer.
Claro que não podemos terminar sem falar sobre Fezco e Lexie. O par mais improvável do mundo é o maior ship da televisão neste ano. Precisamos ver um time #Lexco ainda nessa temporada!
Mesmo que o relacionamento dos dois seja uma expectativa dos fãs, sabemos que temos episódios sombrios pela frente, já que a situação de Rue está chegando a um ponto insustentável. Ver Rue me faz reviver o painel do ATX e o nó na garganta que senti ao ver uma mãe expor sua dor em público, dizendo que não conseguia encontrar o melhor caminho para ajudar o filho…
Pois é, isso é “Euphoria”. Vida real em sua melhor caracterização possível.
Raquel Gonçalves Zambon:
É jornalista de Entretenimento e especialista em Comunicação Interna. Divide seu tempo livre entre o vício incurável por filmes, televisão, livros e as gatas Mia e Mel.