O filme “Love, Rosie” marca a estreia do cineasta alemão Christian Ditter como diretor de um filme na língua inglesa. O projeto, estrelado pelo jovens e super talentosos atores Lily Collins e Sam Claflin, nos papéis principais, promete conquistar Hollywood e o mundo. Nesta entrevista exclusiva para o Hollywood é Aqui, Christian revela segredos dos bastidores, fala como foi trabalhar com um de seus ídolos, Cecelia Ahern, a autora do livro que inspirou a história e da dicas de como um cineasta estrangeiro pode conquistar um mercado tão competitivo. Essa é mesmo imperdível conferir.
Por: Luana Mattos
Luana: Simplesmente Acontece foi a sua estreia no cinema inglês. O filme está indo muito bem mundialmente, como você se sente em relação a toda a repercussão que o filme está tendo?
Christian: Eu não poderia estar mais feliz com o fato de que o público ao redor do mundo amou o filme (o filme estreou na Europa em outubro de 2014). Pessoas me tuítam dizendo que “Simplesmente Acontece” se tornou o filme favorito delas; um casal inclusive noivou após assistir o filme, isso é uma recompensa por todo o trabalho e amor que colocamos ao fazer isso.
L: Você é um fã dos livros da Cecelia Ahern (autora do livro que deu origem ao filme). Como foi para você trazer os personagens dela a vida? Você se sentiu pressionado a escolher o elenco perfeito? Cecelia estava no set enquanto filmavam? Ela colaborou com o roteiro?
C: Eu não senti nenhum tipo de pressão ao fazer esse filme, nem em relação ao elenco ou qualquer outro aspecto do processo [de filmagem]. Como diretor eu só posso fazer o tipo de filme que eu gostaria de assistir, com um elenco que eu pessoalmente goste, e então esperar que o público compartilhe do meu gosto. Lily e Sam foram as únicas pessoas que eu conheci para serem Rose e Alex, e eu soube instintivamente que eram a escolha certa. Cecelia nos visitou várias vezes no set e nós todos nos tornamos amigos. Ela sempre soube o roteiro e felizmente amou ele. Então não houve motivos para ela colaborar com o roteiro, além do que ela escreveu em seu livro.
L: Eu ouvi que você colocou Lily e Sam em uma sala em Soho (Canadá) para o primeiro encontro dele e isso foi estranho no começo. Você estava testando a química entre eles? Como foi trabalhar com os dois?
C: Era muito importante para esse filme que nós acreditássemos que os protagonistas haviam sido amigos desde sempre. Grande parte disso tem a ver com se sentir confortáveis próximos um ao outro. Então, em nosso primeiro encontro eu pedi que Lily e Sam sentassem muito próximos um do outro, com apenas centímetros de distância entre seus rostos. Isso foi estranho, mas me deu uma grande perspectiva de como os dois ficariam juntos como um time, e eles encararam isso com grande senso de humor, e no final do nosso encontro realmente parecia que eles haviam sido amigos desde sempre. E esse sentimento continuou depois no set, havia uma grande camaradagem entre todos envolvidos.
L: Como diretor você prefere dar liberdade aos atores para improvisarem ou prefere ensaiar as cenas e seguir o roteiro?
C: Eu gosto dos dois. Primeiro eu ensaio a cena conforme o roteiro, mas depois eu dou espaço para as ideias que surgem no set. Eu sigo conforme parece apropriado para a situação.
L: Você poderia compartilhar conosco o momento mais bizarro/engraçado durante as filmagens?
C: Houve vários momentos engraçados e também bizarros, mas tudo envolvendo o incidente com a camisinha foi ao mesmo tempo bizarro de filmar e engraçado de assistir.
L: Você e o elenco puderam desfrutar algum tempo livre enquanto filmavam no Canadá e na Irlanda? A propósito, porque você escolheu [filmar] nesses lugares? Como foi filmar lá?
C: Ao todo nós tivemos uma agenda muito apertada, mas você não pode ir a Irlanda e não festejar! Então embora não tivéssemos muito tempo livre, nós aproveitamos ao máximo. E filmar lá, assim como no Canadá foi uma grande experiência. Ótimos países, ótimas pessoas, ótima equipe. Eu adorei.
L: A história acompanha a vida dos personagens por 12 anos. Foi difícil fazer a transição da adolescência para a vida adulta? Que fontes você usou para fazer isso: guarda-roupa, maquiagem, cabelo?
C: O livro acompanha a vida dos personagens por muito mais tempo (+/- 50 anos). Se você pensar a aparência das pessoas não muda muito entre os 18 e os 30. O que muda são as atitudes, a maneira como falam, quão confiantes eles são. Então esse foi o nosso foco para a transição, com o auxilio das roupas, cabelo e maquiagem.
L: E quanto a trilha sonora? As músicas ajudaram a contar a história e marcar a passagem de tempo no filme?
C: Nós discutimos que músicas que mais nos lembravam das festas e saídas nos últimos 12 anos. Isso foi a maioria do que escolhemos para usar no filme, assim as pessoas, com sorte, experimentariam algo parecido com uma “viagem no tempo”.
L: Baseado na sua experiência pessoal, que conselho você daria aos jovens que desejam seguir carreira como diretor?
C: Apenas pegue uma câmera e faça filmes. Hoje em dia todos podem filmar, editar e até publicar filmes com apenas um celular. Faça filmes que você pessoalmente gostaria de assistir como um espectador. Faça filmes pequenos assim as pessoas irão assistir online ou em festivais de filmes, e saia para conhecer outros aspirantes a diretor, a maioria das pessoas que eu trabalho hoje são as pessoas com quem eu fiz curta metragens, e não há nada melhor que crescer juntos como uma equipe.
Para acompanhar tudo sobre o filme: https://www.facebook.com/SimplesmenteAconteceOficial