A premiação é promovida por um grupo de 90 jornalistas estrangeiros, membros da organização Hollywood Foreign Press Association e reconhece produções e talentos tanto no cinema, como na TV.
Já é sabido no meio do entretenimento que os membros da HFPA sempre indicam famosos para garantir uma boa audiência na transmissão internacional do evento. Infelizmente, nem isso tem os ajudado mais, já que na era digital a audiência desse tipo de evento tem despencado ao longo dos anos.
Eu confesso que assisto, mas, geralmente, discordo dos meus colegas jornalistas estrangeiros em Hollywood. Esse ano, por exemplo, eles não indicaram nenhuma mulher na categoria melhor direção. Um absurdo já que vários filmes e séries fantásticas, como “Honey Boy”, “Little Women”, “Harriet”, “Olhos que Condenam”, entre outros, foram dirigidos por mulheres que estavam na corrida para o Globo de Ouro.
Apesar de discordar no quesito indicações, eu fiquei aliviada ao ver “Parasita”, meu filme estrangeiro favorito, para mim um dos melhores do ano, levar a estatueta. Melhor que isso foi o discurso do diretor dando uma chamada em Hollywood para assistir filmes com legenda (ou seja estrangeiros) e com isso valorizar a indústria cinematográfica internacional.
Falando em discursos épicos, minha sempre amada Michelle Williams arrasou mais uma vez quando subiu ao palco para receber o prêmio na categoria melhor atriz série drama, por “Fosse/Vernon”. Ela fez um apelo a todas as mulheres nos EUA para que elas votem na eleição presidencial esse ano no país (o voto aqui não é obrigatório), para que o país seja o reflexo dos nossos desejos e que atenda às nossas necessidades, como os homens têm feito há décadas.
Patricia Arquette, outra fera que levou na categoria melhor atriz de minissérie, por “The Act”, também aproveitou a oportunidade para criticar a guerra, Donald Trump, mencionar o incêndio que está corroendo o território australiano e também pedir às pessoas que votem conscientes para um mundo melhor na eleição esse ano.
Por conta desses discursos já teria valido a pena assistir as 3 horas de premiação que ficaram ainda melhor com a homenagem feita a Tom Hanks e Ellen DeGeneres, que estão entre os meus favoritos na indústria do entretenimento. Além disso, valeu ver Laura Dern ganhar o prêmio na categoria atriz coadjuvante por “História de um Casamento” e Taron Egerton levar como melhor ator por sua performance como Elton John, em “Rocketman”, mais do que merecido por sinal.
Aliás, o cantor estava presente e, juntamente, com seu amigo e parceiro Bernie Taupin levaram na categoria melhor canção original. Elton destacou que foi o primeiro prêmio que a dupla ganhou junta, uma celebração dos seus 52 anos de jornada juntos.
E, claro, como sempre é bom ver os colírios Brad Pitt e Leonardo Dicaprio, valeu curtir os atores apresentando “Once Upon a Time in Hollywood”, dirigido por Quentin Tarantino, que venceu na categoria melhor roteiro original e melhor filme de comédia/musical (Brad também levou como melhor ator coadjuvante).
Agora, vou falar pra vocês que nada foi mais engraçado do que ver a intérprete da Rainha Elizabeth, Olivia Colman, fazer um discurso divertido depois de algumas taças de champanhe. Ela é tão autêntica que, ao contrário da maioria das celebridades em Hollywood, a britânica realmente se joga e bebe todas nessas festas, como ela mesma contou em entrevistas anteriores. Feliz que ela ganhou como melhor atriz de série dramática. A performance dela em “The Crown” está incrível, mas eu queria mesmo era ir a uma festa com ela. Valeu, Olivia, por ser zero blasé e chacoalhar com a sua alegria o Globo de ouro até pra quem estava assistindo a milhas de distância.