Em Busca de Mim: Viola Davis conta de peito aberto sua trajetória da infância aos palcos em sua biografia

Eu sou muito fã da Viola Davis. Acompanho a sua jornada há anos. Ela já entrou para a história do entretenimento como uma das melhores atrizes estadunidenses de todos os tempos.

Mas, eu ainda não tinha lido a sua biografia, “Em Busca de Mim”, que foi lançada em 2022. Para a minha sorte, eu tenho amigas queridas que corrigem meus lapsos literários me presenteando com obras que a minha rotina insana tinha deixado passar batido.

 

 

Quando fui a São Paulo, em junho, Camila Sá, não só foi me prestigiar em um encontro no bar onde reuni os amigos, como me deu de presente um exemplar de “Em Busca de Mim”, o memoir que Viola escreveu durante a pandemia.

 

 

Um dos livros mais autênticos que li (e depois ouvi o audiobook) até hoje. Uma lição de vida, uma história de resiliência, trauma, perdão, onde Viola abre o jogo sobre as consequências do racismo, da pobreza, da violência doméstica ao longo de sua trajetória e o processo de construção da autoestima, autoconhecimento, descoberta e amor próprio em meio a uma sociedade que não a enxergava.

 

 

Em sua biografia, Viola Davis narra tudo o que viveu desde a infância difícil até o estrelato. “Em Busca de Mim” vai te apresentar uma garotinha chamada Viola, que fugia de seu passado até tomar a transformadora decisão de parar de fugir para sempre, como disse a atriz:

Em Busca de Mim conta a minha história, desde quando eu morava com toda a minha família em um apartamento caindo aos pedaços na cidade de Central Falls, em Rhode Island, até os palcos de Nova York e as telas de cinema. Este é o caminho que percorri em busca de propósito e força, mas também para me fazer ser ouvida em um mundo que não me percebia. Enquanto escrevia Em Busca de Mim , pensei no quanto nossas histórias nem sempre recebem a devida atenção. São reinventadas para serem encaixadas em um mundo louco, competitivo e crítico. Escrevi este livro para aqueles que se sentem excluídos, que estão em busca de uma forma de entender e superar um passado complicado e encontrar autoaceitação no lugar da vergonha. Escrevi para quem precisa se lembrar de que a vida só vale a pena ser vivida se a encararmos com honestidade e se tivermos coragem de abandonar as máscaras e apenas ser… você. Em Busca de Mim é uma reflexão profunda, uma promessa e uma declaração de amor a mim mesma. Espero que minha história o inspire a revolucionar sua vida de forma criativa e a redescobrir quem você era antes que o mundo tentasse defini-lo.”

 

 

Eu chorei de soluçar, mas ri também. Mais que tudo, eu aprendi muito com Viola. E, se o livro já é pura emoção, o audiobook, narrado por Davis, nos dá a impressão que Viola está no telefone contando tudo pra gente. Eu chorei ouvindo, por vezes, sem perceber, me dava conta que estava aos prantos no carro quando parava no sinal e percebia os olhares do povo nos carros ao meu redor. Enfim, segui com a minha emoção tão autêntica como a vida de Viola.

 

 

O audiobook é tão bom que ganhou o Grammy (sim, tem uma categoria no Grammy que premia audiobook), o que colocou a atriz no seleto grupo de EGOTs, pessoas que já ganharam o Emmy, o Grammy, o Oscar e o Tony Awards. A lista tem apenas 21 pessoas e somente 3 mulheres pretas, (Viola Davis, Whoopi Goldberg, John Legend e Jennifer Hudson).

Aproveito para lembrar que o Grammy que Viola ganhou em 2023, vem depois de sua vitória no Emmy por “How to Get Away With Murder” (2015), seu Oscar por “Fences” (2017) e seus dois Tony Awards, por “King Hedley II” (2001) e “Fences” (2010).

 

 

Em seu discurso de agradecimento no Grammy Awards, Viola celebra sua trajetória: “Escrevi este livro para homenagear Viola de 6 anos – para homenagear sua vida, sua alegria, seu trauma, seu tudo. E tem sido uma grande jornada. Eu sou EGOT!”

Que privilégio ter conhecido um pouco da história de sua vida, contada por ela mesma. Sem dúvidas, mesmo depois de 2 anos do seu lançamento, nunca é tarde para ler/ouvir uma obra que tanto nos inspira.

 

 

Quem não leu e/ou ouviu ainda, indico fazer os dois. São experiências diferentes e igualmente fascinantes .Se você já leu, escute o audiobook. Se já escutou, leia. Se já fez tudo, deixe na cabeceira para reler trechos de vez em sempre. A vida da Viola é uma aula de superação, assim como suas performances são uma aula de atuação.

 

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