“Black Bird” foi uma das melhores séries que maratonei em 2022. Já estava esperando ansiosa a participação do criador/produtor, Dennis Lehane, e do elenco que conta com as feras Taron Egerton (Jimmy Keene), Paul Walter Hauser (Larry Hall), Sepideh Moafi (Lauren McCauley) e Greg Kinnear (Brian Miller), nos eventos promovidos na corrida do Emmy Awards, o “Oscar” da TV.
Baseada em memórias e na história real de James Keene e Hillel Levin, em “Black Bird” conhecemos a jornada de Jimmy Keene (Taron Egerton). Depois de ser condenado a dez anos de prisão, ele, filho de um policial, ganha uma oportunidade de se redimir. Jimmy deve escolher entre cumprir sua sentença sem chances de redução ou ir para uma prisão de segurança máxima e se aproximar de Larry Hall (Paul Walter Hauser), um suspeito de assassinatos em série de mulheres. Para garantir sua liberdade, Jimmy precisa conseguir uma confissão de Larry e descobrir onde estão escondidos os corpos de diversas vítimas. No entanto, Jimmy precisa fazer a confissão acontecer antes que o recurso do principal suspeito seja julgado. Sem muito a perder, Jimmy aceita a missão, mas logo se vê confuso em relação à condição de Larry. Fonte: https://www.adorocinema.com/series/serie-28257/
Pra minha felicidade, eles participaram de um painel no Deadline Contenders.
A atuação de Taron Egerton, de Paul Walter Hauser, assim como de todo o elenco foram muito celebradas por críticos e fãs, mas, segundo Taron, o brilhantismo da série está no script, “eu participei de muitos projetos bacanas nos meus 10 anos de carreira, mas esse foi o roteiro mais sofisticado que já li, foi o personagem mais sofisticado que já interpretei. E estava tudo nas páginas. Eu só tive que dar vida a ele. Foi um trabalho incrível, onde vi meu personagem amadurecer e se tornar mais humano”.
A série é baseada em livro, mas como Dennis falou é bem diferente da biografia, “eu tive contato com o James, sei que pra ele não foi fácil saber que faríamos mudanças consideráveis ao adaptar a história de sua vida, mas eu só topei participar desse projeto porque eu teria liberdade de criação. E, no final, nós mandamos os episódios pra ele e quando ele viu ficou muito satisfeito. O susto passou e ele gostou do resultado. Acho que mais do que ele esperava”.
Paul está um fenômeno como o assassino em série. Os maneirismos e a voz infantilizada que ele usa são perfeitos para o personagem. O ator comentou de onde veio sua inspiração para o complexo Larry Hall, “não tem muitos vídeos ou material disponível do Larry. Mas eu tive acesso a alguns áudios dele e voz dele era realmente de criança. Ele já estava preso e se sentia confortável naquele ambiente, acho que usava a voz como estratégia para não ser considerado tão perigoso e perverso como ele era. Eu quis levar isso pra série, porque é uma importante característica dele, acho que esse detalhe revela muitas camadas da sua personalidade assassina”.
Sepideh Moafi interpreta Lauren, a agente do FBI que está determinada a desmascarar Larry. É ela quem faz a proposta ao Jimmy para arrancar uma confissão do assassino, em troca de diminuir a sua pena. A atriz fala da admiração que sente pela sua personagem, “ela é uma mulher segura, confiante que domina o ambiente predominantemente masculino que trabalha só com olhar. Ela sabe o que quer e como agir. Sabe quando deve mostrar alguma emoção ou quando deve agir sem emoção. Eu queria ser mais parecida com ela na vida real, por sermos tão diferentes, que gostei tanto de interpretá-la. Foi um aprendizado”.
E o ator Greg Kinnear celebrou interpretar pela primeira vez um detetive e, como todos os envolvidos, também destacou a maestria do roteiro, “é impressionante nessa série como todos os personagens são bem escritos, mesmo sem ter um arco muito grande, como é o caso do meu. A primeira cena que meu personagem aparece é justamente vendo a filha deles o que diz muito sobre a necessidade que ele sente em colocar o Larry, que assassina mulheres, na cadeia. São os pequenos detalhes que tornam tão especial o detetive Brian Miller, que é uma pessoa real, nessa série. Como Taron já disse muito bem, esse é um projeto sofisticado em todos os níveis. Um orgulho fazer parte dele”.
Eu entendo quem não curte muito minisséries sobre um serial killer, mas esse script supera expectativas e esse elenco dá um show especial. Pra mim, foi um aprendizado sobre a arte de fazer uma série excepcional, mesmo com um tema tão pesado, baseado numa história real tão triste, vale conferir!