Diretores dos longas indicados na categoria filme internacional são celebrados na semana do Oscar

“Close”, uma produção da Bélgica, foi o primeiro filme internacional que assisti na temporada de premiações, em 2022, assim como foi um dos meus filmes favoritos do ano. Me tocou tão profundamente que escrevi uma matéria sobre ele em outubro, já na torcida para que recebesse uma indicação ao Oscar.

Minhas preces foram atendidas. Não só o filme recebeu a indicação como eu tive o prazer de encontrar seu diretor, juntamente com todos os indicados na categoria melhor filme internacional; como também os atores Eden Dambrine (Léo) e Gustav De Waele (Rémi) no evento que celebrou a categoria na semana do Oscar, no teatro da Academia.

Super fã, eu pirei quando Lukas Dhont, o diretor, anunciou que os atores estavam no evento, “imagina que eu trabalhei com dois meninos, ainda na pré-adolescência e hoje eles estão dois homens, com barba e tudo. Aliás, eles estão aqui hoje”. Lógico que entrei na fila pra registrar o momento e dizer pra eles o quanto esse filme e a performance de ambos, que estrearam como atores nesse filme, me emocionaram. Eles agradeceram muito e compartilharam a alegria de estar curtindo o glamour de Hollywood. Foi um mimo gigantesco deste evento que já tinha sido incrível.

O papo com os diretores dos filmes rendeu boas histórias, Colm Bairéad, diretor do meu todo favorito “The Quiet Girl”, contou como foi a celebração do primeiro filme irlandês indicado ao Oscar, “nós alugamos um cinema para assistir o anúncio das indicações. Como rodamos o filme durante a pandemia, essa foi a primeira vez que estávamos todos reunidos, elenco e toda a equipe e, quando disseram o nome do nosso filme, todo mundo pulou, se abraçou, foi uma grandes festa. A que não tivemos no final das filmagens, fizemos naquele dia. Inesquecível”.

Já o diretor do polonês “EO”, Jerzy Skolimowski, compartilhou que adorou “The Quiet Girl” porque tem pouco diálogo, disse que foi por isso que fez um filme sobre a trajetória de um burro, arrancando gargalhadas de todos, “ele não fala e eu realmente queria fazer um filme com o mínimo de falatório possível, dessa vez eu consegui, escolhendo bem meu protagonista”.

Pegando carona no senso de humor do diretor polonês Edward Berger, diretor do “Nada de Novo no Front”, brincou, “meu filme tem mais tiros do que diálogo”. No clima da camaradagem Jerzy Skolimowski respondeu, “por isso eu gostei tanto”.

Edward deve levar a estatueta na categoria melhor filme internacional, já que “Nada de Novo no Front” também foi indicado na categoria melhor filme, entre outras, o que mostra como os membros da Academia apreciaram o filme. Mas o diretor fez questão de destacar o trabalho incansável do elenco e da equipe, “foram muitas horas, de muitos dias, no frio, na lama, mas o comprometimento de todos os envolvidos fez meu trabalho ficar mais fácil. Esse projeto é mesmo o resultado do talento e dedicação de muitos profissionais.”

E o diretor do filme que tratou do tema mais relevante dos cinco, “Argentina, 1985”, e que tinha a minha torcida, o argentino Santiago Mitre, falou sobre a importância de falar da ditadura militar e das torturas sofridas nesse momento da história do mundo, “com o avanço da extrema direita pelo mundo afora, a minha responsabilidade em compartilhar a história recente do meu país aumentou. Estar aqui hoje é muito importante pois, além da alegria de ter meu filme reconhecido pela Academia, é também uma forma de chamar a atenção pros perigosos do radicalismo político”.

E com muitos aplausos o painel chega ao fim, mas deixo aqui a minha sugestão para que vocês confiram esses filmes brilhantes e inspiradores. Uma aula de fazer cinema para quem sonha trabalhar em frente ou atrás das câmeras.

Nada de Novo no Front

O filme é uma história que segue o adolescente Paul Baumer e seus amigos Albert e Muller, que se alistam voluntariamente no exército alemão, movidos por uma onda de fervor patriótico. Mas isso é rapidamente dissipado quando enfrentam a realidade brutal da vida no front. Os preconceitos de Paul sobre o inimigo e os acertos e erros do conflito logo os desequilibram. No entanto, em meio à contagem regressiva, Paul deve continuar lutando até o fim, com nenhum objetivo além de satisfazer o desejo do alto escalão de acabar com a guerra com uma ofensiva alemã. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-182953/

EO

O longa segue um burro que encontra em suas viagens pessoas boas e más, experimenta alegria e dor, explorando uma visão da Europa moderna através de seus olhos. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-303572/

Argentina, 1985

Baseado em fatos reais, “Argentina, 1985” se inspira na história de Julio Strassera, Luís Moreno Ocampo e sua equipe, que processam militares da ditadura argentina, mais conhecida como Julgamento das Juntas. O processo começou pouco tempo antes do começo do julgamento, quando dois promotores começam a pesquisar e julgar as cabeças da Ditadura Militar Argentina. Strassera e Ocampo enfrentam-se à influência das pressões políticas e militares e reúnem a uma equipa legal de advogados para levar a cabo o julgamento das juntas. O Julgamento das Juntas foi o primeiro julgamento no mundo por um tribunal civil contra comandantes militares que tinham estado no poder. Começando em 22 de abril de 1985, o julgamento durou muito tempo, cerca de 530 horas de audiência e 850 testemunhas que viram o chamado “causa 13”. No final, 709 casos foram julgados e sentenciados pelos juízes León Arslanian, Ricardo Gil Lavedra, Jorge Torlasco, Andrés D’Alessio, Guillermo Ledesma e Jorge Valerga Aráoz.Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-295782/

The Quiet Girl

A história de uma jovem, Cáit, que é mandada embora para o verão de sua família disfuncional para viver com “o povo de sua mãe”. Estes são Seán e Eibhlín Cinnsealach; um casal de meia-idade que ela nunca conheceu. Aos poucos, aos cuidados deste casal, Cáit desabrocha e descobre uma nova forma de viver, mas nesta casa onde o carinho cresce e onde não há segredos, ela descobre um. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-299438/

 

Close

Em “Close”, seguimos a história de dois super próximos, Leo e Rémi, ambos com 13 anos, que acabam tendo a amizade interrompida. Tentando compreender o que aconteceu, Leo fala com Sophie, mãe de Rémi. Mas tudo isso aconteceu quando eles entraram na escola. Seus colegas percebem essa intimidade, comentam e alguns perguntam. Apesar de tudo, Leo parece ser o primeiro a perceber que sua relação com Rémi pode ser ruim para outras pessoas. Ele começa a evitar o contato físico entre eles na escola e também quando estão sozinhos, o que leva a uma luta de quarto que vai um pouco longe demais em uma manhã. Ele faz amizade com outro garoto e começa a jogar hóquei no gelo. Mas, Leo é surpreendido quando ouve notícias ruins sobre seu amigo e como ele reage pelos próximos anos. Essa não é uma história de amor, mas de pesar e como Leo processa as más notícias de seu amigo. (Fonte: AdoroCinema)

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