Eu sou muito fã da Brie Larson e o mundo também reconhece o talento da ganhadora do Oscar, por sua performance no filme “O Quarto de Jack”. Acompanho seus trabalhos mas, pela correria da vida, demorei a maratonar a minissérie “Uma Questão de Química”, estrelada e produzida por Larson, que estreou ano passado, na Apple.
Mal sabia eu o que estava perdendo. “Uma Questão de Química” é baseada no romance best-seller homônimo, escrito por Bonndvbie Garmus, e mostra que as mulheres conseguem desafiar barreiras independente do lugar. Na trama ambientada nos anos 50, Elizabeth Zott (Brie Larson) se esforçou durante toda sua vida para se tornar uma grande química. A cientista acaba engravidando e, quando seus patrões descobrem, a demitem do laboratório sem justificativas. Precisando deixar a carreira acadêmica de lado, ela se torna apresentadora de um programa de culinária. Driblando as regras, Elizabeth ensina a outras mulheres dicas que vão muito além de simples receitas. Fonte: AdoroCinema
Apesar da demora em ver, fugi dos spoilers e sabia pouco sobre o enredo da minissérie quando comecei a assistir e, claro, terminei devorando todos os episódios em 2 dias. Chorei muito, me identifiquei em vários momentos e aprendi sobre a história de Los Angeles, cidade onde moro. De quebra, ainda lembrei com saudades de um amigo de escola que praticava remo profissionalmente (o esporte que tem uma função importante na estória).
Como toda série boa, “Uma Questão de Química” tocou meu coração, impactou minha alma, mexeu com minhas memórias e, claro, me divertiu com momentos hilários, especialmente os protagonizados pelas crianças que, por sinal, são excelentes atores.
E, falando em atores, o elenco dessa minissérie deu show dando vida aos personagens, muito graças à forma original e sensível com que o roteiro, baseado no livro, aborda temas como o luto, preconceito em relação à mulher no ambiente de trabalho, racismo, suicídio, homofobia, feminismo, maternidade, gentrificação (décadas antes do termo ser usado), a manipulação dos veículos de comunicação em prol dos patrocinadores (até hoje é assim) e o poder da mídia de transformar e inspirar a sociedade (para o mal e para o bem).
Tive o privilégio de ficar frente a frente com Brie Larson (Elizabeth Zott), Lewis Pullman (Calvin Evans), Aja Naomi King (Harriet Sloane) e com o produtor, Lee Eisenberg, no painel da série no Deadline Contenders, em Los Angeles.
Compartilho aqui os destaques desse papo sensacional e afirmo que estar com os três atores ao vivo me fez sentir ainda mais a química que salta da tela entre os seus personagens.
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Brie LarsonEu me apaixonei pelo livro que tive o privilégio de ter acesso antes de ser publicado. Bonnie é um autora brilhante e foi fácil me conectar com a personagem, graças à forma robusta, clara, multidimensional que Elizabeth foi escrita. Por isso eu acho que, embora eu não tenha nenhuma experiência como química, eu me identifiquei com a jornada dela de uma maneira tão profunda. O grande desafio pra mim foi fazer jus ao belo roteiro e, para isso, eu contei com o apoio desse grupo de pessoas incríveis (apontou para o produtor e atores) e uma equipe fenomenal. Todos trabalhamos incansavelmente para honrar a estória criada por Bonnie.
A experiência foi tão prazerosa que eu não queria que terminasse. Foi um dos pontos altos da minha carreira ter a chance de dar vida a uma mulher tão forte, determinada, genial e com relações tão significativas como Elizabeth. |
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vvvvv | Lewis PullmanEu sabia desde o início que o remo era uma parte importante do livro que iríamos honrar na série. Mas devo dizer que aprender a remar foi uma das atividades mais difíceis que tive que praticar como ator.Mas, sinceramente, valeu cada segundo. Esse projeto é muito especial. Eu não trouxe Calvin à vida sozinho, eu segui ordens das pessoas excepcionais que lideraram essa obra (apontando para Brie e Lee, produtor executivo). Foi um dos processos mais colaborativos, criativos, de muita escuta e troca, que já participei. Vou levar essa experiência comigo pra sempre. |
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vvvvv | Aja Naomi KingEu sabia que minha personagem ia reproduzir um momento importante da história de Los Angeles com a desapropriação de um bairro (de classe média preta) em prol da construção de uma freeway. Os protestos foram muito falados na época, e a Harriet teve um papel importante de recontar esse momento histórico na série. Para mim foi uma grande responsabilidade abordar o assunto da forma mais realista e sincera possível. Porque todo mundo que participa de protestos sabe como é difícil enfrentar inimigos poderosos, como, no caso dela, as construtoras, os políticos, todos brancos. Mas o resultado foi belo, porque absolutamente todos os envolvidos em “A Questão de Química” levaram a sério os assuntos discutidos, todos dividiram comigo a responsabilidade e estavam comprometidos a dar seu melhor nesse trabalho. Como Lewis disse, foi um processo coletivo, de verdade. Tem a voz e o talento de todos os envolvidos, produtores, roteiristas, atores e cada membro da equipe. Foi lindo! |
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vvvvv | Lee Eisenberg, produtorSinceramente, trabalhar com essas pessoas foi uma das melhores experiências da minha vida. A gente ficou muito feliz com a resposta do público, dos fãs do livro e, especialmente, da Bonnie. Tudo isso era muito importante pra gente. Mas, o respeito ao livro foi a condição que a Brie nos deu desde início. Foi a base sólida para realizarmos a série. Assim como ela, todos nós tínhamos como prioridade criar um ambiente saudável e colaborativo. Não acontece sempre, mas como vocês viram somos de fato uma família. E o resultado está nos episódios. Esse foi o trabalho dos meus sonhos! |
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Brie Larson já está cotada como uma das favoritas a receber uma indicação ao Emmy Awards, assim como Aja, Lewis e a própria série, “Uma Questão de Química”. E, pra ser muito sincera, acho que merecem também a estatueta. Imperdível conferir!