“Conclave” é um dos filmes mais consagrados da temporada de premiações 2024/25. Acompanha um dos eventos mais secretos e antigos do mundo: a escolha de um novo Papa. Após a morte inesperada do atual pontífice, o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é encarregado de conduzir esse processo confidencial. Os líderes mais poderosos da Igreja Católica de todo o mundo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção, cada um com suas próprias ambições. Lawrence se vê no centro de uma conspiração, desvendando segredos que ameaçam não apenas sua fé, mas também as fundações da Igreja.
Eu confesso que gostei, mas não amei. Creio que por conta de todo o buzz, que estava ouvindo há meses, as minhas expectativas estavam altas demais e quando assisti, em uma sessão especial em LA, não me impressionou tanto quanto eu imaginava.
De qualquer forma, achei o roteiro fantástico, já que mostra os bastidores do Vaticano com episódios que eu – mesmo sendo católica – acredito que tenham acontecido de fato, reinvenções criativas de verdades. Já que sabemos que, como instituição a Igreja Católica está longe da perfeição e essa reflexão é importantíssima, especialmente no momento atual, onde a religião tem determinado tantas decisões do eleitorado nas eleições pelo mundo afora.
Destaco que as locações, a produção de arte e os figurinos são belos, assim como a atuação de Ralph Fiennes, que é o pilar que segura a narrativa. O elenco também é de primeira e está bem. O problema pra mim foi o ritmo mesmo, que eu acho que não serviu bem a estória.
Outra coisa que fiquei surpresa foi de Isabella Rossellini estar entre as favoritas para receber uma indicação ao Oscar, na categoria atriz coadjuvante. A atriz está ótima, mas ela tem uma participação tão menor do que eu esperava que, pra mim, não deu tempo e ela também não tem “a cena” que me chamasse a atenção suficiente para ela ter tanto destaque na corrida do Oscar esse ano. Acho que ela merece todo o reconhecimento, mas pelo conjunto da obra e de seu trabalho ao longo dos anos, do que por esse filme especificamente.
Dito tudo isso, eu acho “Conclave” um filme necessário para os católicos assumirem que a Igreja não é modelo de instituição, o que não deve abalar a sua fé, mas servir de reflexão para decisões que tomam nas urnas quando escolhem seus representantes, razão suficiente para inspirar também o público em geral.
Indico todos conferirem “Conclave”, preferencialmente na telona, pois é um desses filmes com um visual que nos lembra porque o cinema é a sétima arte.