Comportamento no Cinema: A Sétima Arte Merece Respeito

Ir ao cinema, mais que trabalho, para mim sempre foi uma grande diversão. Na realidade, é um dos meus programas de lazer favoritos. E desde que assisti o filme brasileiro “Rock Estrela” sozinha aos 14 anos de idade, na Tijuca, bairro em que eu morava no Rio de Janeiro, eu descobri o prazer de passar umas horas na minha própria companhia, assistindo a um filme, que eu particularmente considero obra de arte. Minha paixão adolescente, virou meu trabalho atualmente, e nesses últimos 30 anos (hoje tenho 44) eu perdi a conta de quanta vezes ja fui ao cinema sozinha. Não que eu não curta ir com os amigos, adoro também, mas oficialmente este é o programa favorito que faço comigo mesma.

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Sem exageros, eu costumo ir ao cinema uma vez por semana, regra de diversão que estabeleci há três anos, mas mesmo antes, quando ainda morava no Brasil era frequentadora assídua e criei uma tradição própria: sempre assisti a todos os filmes indicados ao Oscar antes da cerimônia, que venho seguindo nos últimos 20 anos.

Foi esta paixão que me trouxe para a Hollywood e logicamente aqui as oportunidades aumentaram. Como jornalista, sou convidada para diversas cabines de imprensa, e como moradora de Los Angeles frequentadora do Landmark Theater, e em Nova York, do IFC Cinemas, tenho a chance de pagar o preço regular do ingresso no final de semana e horário nobre (US$ 13-U$S 15, ou seja em torno de R$ 40) com o direito a conhecer e bater um papo com os atores protagonistas, diretores e produtores depois da sessão, que costumam ir a estes cinemas para participar de um Q&A, uma estratégia vantajosa para eles promoverem seus filmes e uma chance única de como fã, você ficar frente a frente do seu ídolo. Assim, conheci entre muitas vencedoras de Oscar, as atrizes Susan Sarandon, Natalie Portman, Brie Larson, que ganhou o prêmio este ano por “O Quarto de Jack”, e Saiorse Ronan, indicada por “Brooklyn”.

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Meu amor por assistir filmes numa sala de cinema é tão grande, que me comporto naquele ambiente da mesma forma que me comporto em um museu, uma igreja, na casa de um amigo e até mesmo num ambiente de trabalho, com respeito e educação, não só por conta de todas as pessoas que estão ao meu redor, como por respeito ao próprio filme, aquela história que eu escolhi ver na telona e que vai dar assas a minha imaginação e a minha emoção.

E por isso que eu não consigo entender e aceitar pessoas que vão ao cinema e se comportam como se estivessem na sala de suas casas. Falam alto, comem pipoca, pirulito e tomam refrigerante fazendo barulho, mexem no celular, entram nas redes sociais, e passam mensagens de texto, colocam o pé pro alto, na cadeira da frente. Abrem e fecham suas bolsas e mochilas dezenas de vezes durante a exibição, levantam para ir ao banheiro a cada quinze minutos. Tratam o ambiente, como se fossem obrigadas a estarem ali, o que com certeza, não é o caso.

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O que mais me intriga é porque as pessoas fazem isso tudo e acham natural, e ridículo a falta de consideração que elas têm, pois ir ao cinema não é só um programa de lazer, mas um investimento financeiro. Se você não preza pelo seu próprio dinheiro, tudo bem, mas tenha noção que os outros frequentadores, podem estar fazendo um sacrifício para estarem ali e eles querem ver seu filme em paz e silêncio.

E se eu acho o fim da picada qualquer ser humano se comportar no cinema como se estivesse em casa, se for uma sessão fechada para imprensa então, eu piro. Jornalista que cobre entretenimento e não sabe se comportar numa sala de cinema, pra mim deveria mudar de profissão. E pasme, eu conheço muita gente assim nos EUA. É um problema que não acontece no Brasil só não, é uma falta de etiqueta universal.

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Agora que entramos na “Awards Season” (temporada de premiações) quando a maioria dos filmes que vão entrar na corrida do Oscar estreiam, eu chego a ver mais de oito filmes por semana, sendo pelo uns seis no cinema. Ao mesmo tempo que realizo o sonho da adolescente que ainda mora no meu corpo quarentão, é um teste de paciência para mim, que considero o cinema a sétima arte.

Por isso, resolvi dividir com vocês as regras de etiqueta do Hollywood é Aqui para os frequentadores de cinema, seja jornalista, cinéfilo, ou esteja lá só para agradar a namorada ou pra curtir com os amigos, não interessa, a partir do momento que você comprou seu ingresso na bilheteria ou na internet para ver um filme, de qualquer gênero na telona, você tem que levar a sério esta lista. Se quiser ficar a vontade, de pernas pro ar, usando seu celular, o Netflix tem filmes ótimos, que você pode assistir sozinho ou acompanhado, na sala da sua residência, no seu quarto, no seu computador, iPad, até no seu telefone, e estas são as únicas opções para aqueles que não estiverem a fim de levar a sério a etiqueta da sala de cinema. Desde já, agradeço atenção. Com amor, Tia Claudinha.

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