Por: Annelyse Bosa e Mih Camparo
E lá fomos nós novamente, viver essa aventura que é uma Comic Con…
Quem já foi ou viu uma Comic Con em seus moldes principais sabe que não existe tempo para se ver tudo. E na CCXP não é diferente… Logo no começo tivemos que escolher o que ver, quando ver e principalmente, o que perder. Enquanto no primeiro dia fomos conhecer a feira e seus estandes, reservamos o segundo e terceiro dia para ir aos painéis. Já na Sexta-Feira dormimos na fila para assistir os painéis no auditório principal.
A fila é uma das partes mais divertidas do evento e nesses 3 anos de Comic Con no Brasil, sempre dormimos por lá para conseguir entrar no painel principal onde só cabe 3.500 pessoas. Então sexta, depois de algumas confusões na hora da entrada conseguimos sentar na primeira fileira.
O painel que abriu o dia no principal auditório foi uma homenagem linda a Leonard Nimoy, nosso eterno Spock que contou com seu filho, Adam, acompanhado do produtor David Zappone, apresentou o documentário “For the Love of Spock”. O longa documental que agora está disponível na Netflix, conta um pouco dos bastidores das gravações da série clássica Star Trek e também da criação do personagem que se tornou uma lenda. E traz também um pouco mais sobre a vida de Leonard e sua família numa rotina turbulenta onde ele precisava equilibrar a fama com sua família. Nos mostram, do ponto de vista de Adam, como ter que dividir seu pai com milhões de fãs pelo mundo abalou a relação dos dois.
Vimos, aplaudimos e choramos.
Em seguida já enxugamos as lágrimas e voltamos aos gritos para surpreender Milla Jovovich e seu marido e diretor Paul W.S. Anderson. Como sempre o público não decepcionou e Milla elogiou a famosa recepção brasileira, e contou um pouco sobre os bastidores da gravação do novo filme “Resident Evil: O Capítulo Final” Também vimos uma cena inédita onde Alice, uma das personagens femininas mais badass da atualidade briga com diversos inimigos da Umbrella Corporation. Anderson também explicou que as gravações foram adiadas pela gravidez de Mila e foi ótimo gravar o filme e encerrar as aventuras de Alice em grande estilo. Abaixo vocês podem conferir um pedacinho de como foi o painel de Resident Evil.
O painel da Sony também trouxe um vídeo onde o elenco de “Jumanji” respondeu algumas perguntas dos fãs direto do set do filme e um curtíssimo clipe de “Spider-man: Homecoming” que levou o auditório abaixo. E após a apresentação de mais alguns trailers dos próximos lançamentos da Sony, o comediante Marcelo Adnet subiu ao palco para apresentar o primeiro painel da Globo no evento. Com a plateia um pouco tímida no inicio, Marcelo foi ganhando confiança enquanto chamava convidados das próximas séries da Globo como Tony Ramos, que foi aplaudido de pé e Vladimir Brichta. Bruno Mazzeo também apareceu para apresentar “Filhos da Pátria” a nova série que tenta explicar um pouco sobre o início da democracia e conta com diversas referências ao impeachment e toda a situação atual do governo brasileiro.
O painel da Fox trouxe barulho desde o seu início com uma mensagem de Michael Fassbender e cenas inéditas de seu novo filme “Assassin’s Creed” que estréia aqui no Brasil dia 12 de Janeiro. O estúdio também trouxe o dublê Damien Walters que tentou ensinar uma menina da platéia a ser dublê apavorando o host Érico Borgo com algumas piruetas no palco. Depois das risadas, Damien contou um pouco como foi fazer o famoso Salto da Fé para as gravações. Ele chegou a saltar de uma altura de 38 metros sem nenhuma ajuda de cordas em um colchão de ar em uma cena de prender o fôlego.
O segundo dia de Comic Con terminou com o painel da Netflix que trouxe Pedro Aguilera, o criador da série brasileira “3%” e os roteiristas da série. Eles contaram um pouco como foi filmar transformar a Websérie de sucesso na primeira produção nacional da grandiosa Netflix. O Painel ainda contou com a presença do Diretor Geral César Charlone, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia por seu trabalho no fabuloso “Cidade de Deus” e com uma invasão dos atores da série chamando o público para pedirem a renovação da série, que foi anunciada no painel de domingo, para animação de todos.
Terminando o dia fizemos nosso caminho direto para a fila para aguardar o dia mais esperado do evento, sábado. Após mais algumas escolhas do que iríamos perder, decidimos nos separar e ir cada uma para um painel para conseguir cobrir as duas frentes.
No Auditório Cinemark começamos o dia com a presença ilustre de Evanna Lynch, a Luna da franquia Harry Potter. Ela contou um pouco sobre os bastidores do filme e como foi a escolha dela para representar o papel. Evanna já era fã da série e da personagem e contou que foi a realização de um sonho poder trazer a vida Luna e que tem diversos traços parecidos com a personagem mas que interpretar a Luna trouxe mais confiança para ela. Ela também contou que a história sempre mexeu muito com ela e que chorou mais com a morte de Dumbledore que com a morte dos avós. Perguntaram também se ela aceitaria voltar a representar a personagem caso fosse preciso e ela não pensou duas vezes antes de responder “Voltaria com 100% de certeza”.
O próximo convidado foi recebido de pé com gritos estridentes da platéia de “HAU, HAU” assim como o guerreiro que David Wenham interpreta em 300 grita em suas cenas. David contou um pouco sobre seu trabalho em 300 e como foi gravar o filme praticamente todo em Chroma. e comentou que quando fechou o contrato foi ler a HQ de Frank Miller, de onde o filme foi baseado e ficou assustado por saber que eles filmariam no Canadá as cenas onde todos os personagens estão basicamente pelados. “Meu agente me acalmou dizendo que a gravação ia ser em estúdio.” Ele ainda falou de sua cena preferida de Senhor dos Anéis. “ A Batalha de Pelennor, com certeza.” E que durante as filmagens que envolviam diversos atores e figurantes em cavalos correndo em direção a 4 câmeras eles perceberam que estavam filmando o ator errado e tiveram que regravar a cena. Quando perguntado sobre seu novo trabalho em Punho de Ferro ele foi direto “Não posso comentar nada sobre a série. Se eu disser algo sobre a série vou ser arrastado até o escritório da Marvel e vou ser colocado em um instrumento de tortura e vão me bater até eu me arrepender” e completou entre risos “Não estou brincando”.
Após uma pausa, trouxeram ao palco os diretores de Moana, novo longa da Disney, Ron Clements e John Musker, que assistimos em primeira mão na CCXP. O novo filme conta a história de Moana, adolescente que vive em uma ilha na Polinésia e após perceber que sua tribo corre perigo sai em busca do coração da deusa Te Fiti que se for restaurado, salvará a tribo. Para isso ela conta com a ajuda de Maui, o semideus que roubou e perdeu o coração e começou a confusão toda. Ron e John nos contaram sobre a viagem que fizeram as ilhas do Pacífico para conhecer melhor a cultura e retratá-la da melhor forma em tela. Eles também nos disseram que uma das maiores preocupações do filme foi em relação as músicas, pois é uma das coisas que mais se destacam nos filmes da Disney e quem as compôs foi Lin-Manuel Miranda, responsável por “Hamilton”, atual fenômeno da Broadway.
No painel seguinte recebemos a presença de quatro atores que estão no novo longa de “Power Rangers” super animados e conquistando a platéia, eles contaram do nervosismo e alegria de recriarem esse universo que todos ainda amam. Falaram um pouco sobre as gravações e aprenderam a falar em português a famosa frase “É hora de Morfar” além de R.J. Cyler, ator que fará o Ranger Azul, gritar toda hora “Azul”, empolgando a plateia que passou a gritar a palavra sempre que o ator comentava algo.
Carlos Villagrán entrou em seguida junto com Danilo Gentili para apresentar seu filme “Como se tornar o pior Aluno da Escola” em que interpreta o diretor da escola e o antagonista do filme. Ele foi aplaudido de pé e ovacionado e depois pediu que fizéssemos uma linda homenagem ao time de futebol Chapecoense e todos os falecidos do acidente recente que matou diversos jogadores e jornalistas, com uma salva de palmas que durou um minuto.
E para fechar a noite a Marvel trouxe o maior destaque dessa edição da CCXP, o diretor da franquia Guardiões da Galáxia que contou um pouco sobre o segundo filme que chega nos cinemas ano que vem.
James Gunn ficou impressionado com o barulho que a platéia fazia quando subiu ao palco “Vocês são assim com todos os americanos que vem aqui?” e completou “Essa é definitivamente minha Comic Con favorita de todos os tempos”. Gunn trouxe dois vídeos inéditos para o evento que foram editados por ele mesmo e contou que agora está mais tranquilo para o lançamento do segundo filme “É bem menos assustador vir com um filme onde todos amam os personagens.”. Ele ainda disse como foi fazer esse projeto “O Rocket é sobre mim. Eu me identifico com ele, ele é um outsider.” E completou dizendo que o filme é sobre os excluídos e que por isso é tão especial fazer esse filme e receber essa resposta.
Nós ainda assistimos o trailer que foi divulgado pela marvel com a música “Hooked on a Feeling” que faz parte da trilha sonora do filme. E toda a platéia cantou junto, chocando James Gunn “Eu nunca tinha visto ninguém cantar a música junto com o trailer e isso foi lindo. Obrigada”. Gunn também falou sobre os personagens de Sylvester Stallone e Kurt Russell, que apareceram no material inédito. “Quando criança eu fingia ser Snake Plissken (do filme Fuga De Nova York) e John Rambo e agora eu tenho esses caras no meu filme. Isso é sensacional!”.
Após o painel, o diretor comentou em sua conta no Twitter sobre a Comic Con: “Vocês realmente tocaram meu coração hoje. Eu quase chorei no palco. Nenhum cineasta poderia esperar ou sonhar com mais. #GuardioesEhDoK7”
Enquanto isso no Auditório Ultra, assim que David Ramsey, John Diggle, entrou no palco, vimos naquele momento ser superada o que já até chamávamos de maldição de Arrow. Nos dois anos anteriores, a CCXP teve entre seus convidados as canários da série, Katie Cassidy e Caity Lotz, mas ambas tiveram que cancelar sua vinda por causa da agenda e outros imprevistos. Superamos essa “maldição” em grande estilo e já nos primeiros minutos, David cativou todo mundo com suas brincadeiras. Perguntaram a respeito das mudanças na linha do tempo causadas pelo Flash e ele disse ter gostado de como as coisas iam se encaminhando, mas uma coisa ele jamais iria conseguir superar: ter que dar adeus a Sarah, sua filha na série. Ele disse que a bebê era uma das coisas mais fofas que já viu e ter que trocá-la pelo Diggle Junior ainda lhe soa estranho. Ele também comentou sobre um possível retorno Sarah Lance como Canário Negro, que acredita que os escritores não planejaram isso, apesar dele adorar Katie, e quando pediram a ele para escolher entre as canários, ele escolheu Katie, pois além de ter uma ótima construção do personagem, assim que ele recebeu o papel e chegou para as gravações, após se assustar em ver o quão monstruoso Stephen Amell estava fisicamente, foi a Katie quem o recebeu de braços abertos e tiveram logo de início muita cumplicidade. Para encerrar, quando questionado a respeito do novo Arrow Team que vem sendo montado na série ele disse que são muito legais mas que deve chegar a hora em que o time original do Arqueiro irá se reunir novamente.
Após mais de 10 anos acompanhando Supernatural, minha mãe já não se surpreendeu tanto quando a disse “Mãe, vou abraçar Lucifer!”. Pelo segundo ano consecutivo, a CCXP realiza um dos meus sonhos, trazendo o Misha Collins, Castiel de Supernatural e nessa edição, trouxeram Mark Pellegrino, que vive Lúcifer e Jim Michaels, showrunner da série desde 2009. Logo que entraram no palco Ultra, os dois tomaram conta! Jimmy, como o chamamos, entrou antes no palco e logo fez uma linha de sal no chão, para se proteger contra demônios, mas assim que Mark subiu ao palco ultrapassou os limites da linha arrancando altas gargalhadas da platéia. Sem dúvidas, o elenco de Supernatural já tinha conquistado a todos nós desde o primeiro minuto com seu já conhecido bom humor. Conversaram conosco sobre Lost e alguns trabalhos anteriores dos dois, sobre o quanto é caro ter os clássicos do Rock na trilha do show e sobre o sucesso internacional de Supernatural, que garantem a longevidade da série. Disse também admirar o fandom brasileiro da série por não ter medo de demonstrar seu amor.
Perguntaram bastante a respeito de como é trabalhar com Jensen e Jared e sobre o clima da série entre as gravações, Mark enfatizou o fato de uma das brincadeiras favoritas do Jared é soltar pum. Disse também que na contracena, é muito comum um dos atores fora de quadro ficar fazendo careta para desconcentrar o outro. Ainda sobre as brincadeiras, Mark falou que Jared, Jensen e Misha são criaturas únicas que brincam todo o tempo, mas quando eles veem para o seu lado, por ele ser mais centrado, ficam mais sérios e brincam com ele falando de política. O anjo caído já passou por diversas cascas, como chamam na série, passando até pelo corpo de Castiel na última temporada, quando perguntaram para Mark como era ver seu personagem ser explorado de tantas formas distintas, ele disse que acredita que enriquece muito a visão do personagem na série e adorou em especial a versão de Lúcifer feita pelo Misha, que deu um show de atuação mas que não devemos esquecer quem é o verdadeiro rei do inferno, Ele, Mark Pellegrino. Um dos grandes momentos do painel foi quando perguntado sobre já estar em outros projetos televisivos, Mark declarou seu amor por Supernatural, nos dizendo que não importa em qual projeto ele entre, em seu contrato terá sempre uma cláusula específica que o permite voltar para Supernatural sempre que os escritores da série assim quiserem. Confesso que chorei nesse momento, e ver o carinho que Mark falava do show, dos fãs e até dos puns do Jared, dá ainda mais orgulho em dizer que sou fã desse cara.
Logo após o painel de sábado, corri para a área das fotos e após tirar minha foto com o Mark apontando para a camiseta da campanha Always Keep Fighting do Jared Padalecki, ainda nas grades tive a oportunidade de pedir um abraço ao Jimmy Michaels, que atendeu prontamente e aproveitei a chance para agradecê-lo por tudo que ele vem fazendo pela série ao longo dos últimos 7 anos, no final ele que acabou me agradecendo e em momentos como esse e o finalzinho que podem acompanhar no vídeo abaixo, dá ainda mais orgulho em chamar esses caras de ídolos. São todos pessoas tão admiráveis, que mesmo apesar das dificuldades que todo mundo algum momento passa, seguem em frente e é nisso que devemos nos espelhar!
E esse foi só a 3ª edição desse evento que a cada ano só tende a crescer. Nos despedimos desse ano com o gostinho de quero mais e já com o anúncio de que em sua primeira edição fora de São Paulo, iremos contar com a presença do ator Alexander Ludwing o Bjorn de Vikings e com mais anúncios que serão feitos no começo do ano e que nos esperam de 13 a 16 de Abril lá em Recife.
E já estamos contando os dias…