Eu confesso que a primeira vez que ouvi dizer que a série “Charmed” (“Jovens Bruxas”) voltaria com um novo elenco, meu coração ficou um pouco apertado. A original, protagonizado por Holly Marie Combs (Piper), Alyssa Jayne Milano (Phoebe), Shannen Doherty (Prudence) e, depois da saída de Shannon, Rose McGowan (Paige), não foi só um seriado legal, foi uma serie revolucionaria, pois foi a primeira a abordar de temas sobrenaturais na história da TV.
Produzida pelo lendário Aaron Spelling, o mesmo de “Barrados no Baile”, que também marcou a TV pois foi o primeiro seriado dedicado ao público adolescente e jovem, “Charmed” relata a história das irmãs Halliwell – as mais poderosas e boas feiticeiras/bruxas, conhecidas na comunidade sobrenatural como as Charmed Ones (Encantadas). Cada uma das irmãs tem um poder particular, que se desenvolve à medida que conseguem controlá-lo.
Num universo pós “Supernatural”, “The Vampire Diaries”, “The Originals” e até “The Walking Dead” pode parecer surreal para um viciado em seriado imaginar um mundo sem bruxas, vampiros, caçadores de fantasmas e apocalipse, mas as irmãs Halliwell foram as pioneiras em bruxarias na televisão.
Por isso, tanto as atrizes da série original, que não foram comunicadas ou convidadas a participarem do novo seriado, quanto o fandom torceram o nariz quando ouviram falar que a nova versão de “Charmed” seria revolucionária pois teria uma abordagem feminista. Coisa que a série original já tinha feito e refeito.
Mas ao assistir ao primeiro episódio da nova versão e encontrar as atrizes Sarah Jeffery (Madison), Madeleine Mantock (Macy), Melonie Diaz (Mel), eu vi o potencial desta nova fase, que incorporou as redes sociais em seu roteiro, assim como os temas em voga na mídia em Hollywood. Além de ter escalado para o elenco atrizes que representam a diversidade que tanto se fala na indústria do entretenimento atualmente. Ponto para os criadores e produtores, sem dúvidas, assim como para as atrizes que, sim, fizeram um belo trabalho. Aliás, no nosso encontro no PaleyFest Previews, elas foram uns amores, simpáticas e pareceram super unidas.
Foi uma honra pra gente ter tido a oportunidade de cobrir o evento e conhecê-las. A série estreia dia 14 de outubro e eu desejo que faça tanto sucesso como a original.
Mas, devo dizer, que sou muito apegada à pioneira, e entendo que o novo deve sim ser recebido com respeito pelos fãs do antigo, e com entusiasmo pelos seus novos fãs. Só acho que a assessoria de imprensa da The CW, canal de TV onde a nova série será exibida, deveria ter mais cuidado ao promover a nova versão. Ao invés de insistir em dizer que é tão diferente da anterior, deveria focar na revolução que “Charmed” causou quando estreou em 1996 e prestigiar seu antigo fandom, produtores, elenco e roteiristas, que fizeram um trabalho revolucionário para o seu tempo, tanto quanto a nova versão pretende fazer atualmente. Se fala tanto em dar oportunidades para as mulheres hoje em dia, que deveriam convidar as estrelas da primeira versão, hoje com mais de 45 anos, para fazer uma participação especial na nova. Deveriam mesmo incentivar a união, pois isso sim representaria bem a causa feminista.
Vou dar uma chance ao novo, mas celebro pra sempre aquelas que deram o ponta pé inicial no gênero, hoje tão lucrativo para todos os produtores de TV e cinema no mundo.
Para as minhas eternas Jovens Bruxas, Piper, Phoebe, Prudence e Paige, meu respeito e admiração! E para as novas Madison, Macy e Mel, boa sorte na nova jornada. No Hollywood é Aqui, a gente acredita que ao unir forças, mulheres e atrizes, poderosas como suas personagens, têm muito mais chance de fazer sucesso e revolucionar não só a TV, como toda a sociedade. Aprenda com a gente The CW. Fica nosso recado.