Por: Annelyse Bosa e Mih Camparo
Todo ano o ritual é o mesmo… 4 dias vivendo e respirando Comic Con! E ainda não foi o suficiente!
Já com três edições na bagagem e crescimento astronômico, ultrapassando números de outras convenções já estabelecidas, podemos ver que um evento desse porte era o que o nerd brasileiro precisava. E qual foi o efeito da criação da Comic Con Experience para essa comunidade? Qual o seu legado?
Tivemos a oportunidade de estar presentes desde a primeira edição, desde a primeira fila madrugada adentro e se tem algo que podemos garantir, é que nos sentimos abraçados pela organização durante todas as maratonas que já enfrentamos para poder entrar num painel, em alguma pré-estreia. O evento foi idealizado por pessoas que têm a mesma paixão do seu público alvo e uniram essa paixão aos anos frequentando outras convenções pelo mundo para nos trazer a experiência completa. Mas em pouco tempo acredito que ultrapassaram sua meta inicial.
A Comic Con Experience se tornou um evento família, o ponto de encontro entre amigos de diversos cantos do país para os 4 dias mais épicos do ano e todo ano o evento se supera.
Na edição de 2016 pudemos sentir um clima de euforia e nostalgia, diferente dos anteriores. Enquanto na primeira edição, em 2014, tudo tinha um ar de novidade e encantamento, em 2015 foi como a realização de um grande sonho que ainda hoje não conseguimos acreditar. Já em 2016 parecia tudo mais palpável, mais real. Nós já sabíamos o que esperar, dada as nossas experiências, mas nem por isso foi incompleto. As grandes marcas já sabem da demanda existente na área no nosso país, e por isso se esforçaram em trazer grandes atrações nos cativando mais e mais a cada passo que dávamos no pavilhão.
Logo na entrada do evento fomos engolidos por sua grandiosidade e a vontade era ir em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas logo na entrada também vimos o grande diferencial desse ano. O evento já não era uma novidade que poucos iam conhecer, aquela CCXP calma do começo tinha crescido e se tornado um dos principais eventos do país e a 4ª maior Comic Con do planeta. E com isso, também cresceram as filas…
Um dos estande mais concorridos desta edição foi o da Fox e foi o primeiro que fomos conferir. Além de uma pista de Parkour onde os mais animados tentavam fazer alguns dos saltos do esporte, tivemos um espaço onde os mais corajosos faziam o famoso Salto da Fé da Franquia de Assassin’s Creed. Você subia em uma plataforma com 6 metros de altura e era jogado em um colchão de ar sem o uso de cordas. O frio da barriga animou diversos fãs a conferir o estande. Ainda na Fox gravamos um depoimento para o famoso ator Hugh Jackman em homenagem ao último filme que ele fará como Wolverine, “Logan” estreia ano que vem em todo mundo. Ainda no estande, tinha uma barbearia onde você podia fazer barba, cabelo e bigode e depois ainda vestir os trajes do filme “Kingsman” e tirar uma foto com o famoso carro do longa. Encaramos também a atração do Escape, onde tínhamos 10 minutos para sair de uma sala de controle de “Aliens” os participantes precisavam descobrir as pistas para liberar as portas para salvarmos o tripulante que se encontrava dentro da nave e que por sinal, não parava de gritar assustando todos os participantes. No fim, conseguimos sair! \0/
Um estande que sempre faz sucesso é o da Netflix, que trouxe diversas brincadeiras relacionadas às suas séries originais como uma brincadeira de memorização de Stranger Things, um pinball de Narcos e um gigante jogo Cara a Cara onde tínhamos que adivinhar qual personagem de suas séries tinham sido escolhidos. Além de um espaço onde qualquer pessoa podia contar um spoiler de sua série favorita… Espaço que tentamos manter distância para não ouvir os spoiler ditos pela galera!
Alguns outros espaços legais foram os stands da Fox Channel, onde o pessoal conseguiu tirar fotos com a Lucille, famosa arma de Negan, de The Walking Dead. Lá também eram servidos sucos com alguns brindes de Simpsons e tinham vários espaços para fotos interativas de séries como Legion, Prison Break, Vikings, entre outras.
Ainda rodando pela feira, fomos prestigiar os 460 artistas do Artist’s Alley, o coração da Comic Con. Esse é um dos principais eventos de todas as Cons e a CCXP desse ano trouxe o dobro de artistas da San Diego Comic Con. Eram todos absurdamente talentosos e foi difícil não sair de lá sem falir, voltamos para casas cheias de pôsteres incríveis. Dessa vez também dividimos um hostel com alguns desses artistas, poder ver como eles se dedicam a sua arte e são incrivelmente simpáticos e acessíveis só fez com que nos encantassemos ainda mais pelos seus trabalhos.
Filas longas sempre marcam as atrações relacionadas a Game Of Thrones, que a HBO levou mais uma vez o trono de ferro. Mas o que chamou mais a atenção foi a máquina de criação de robôs, do novo sucesso do canal chamado Westworld. Além da vitrine, o resto do stand envolvendo a série era todo fechado, despertando nossa curiosidade e após uma fila bem mais curta que a de Game of Thrones, entramos no cenário da série. A ambientação de um bar no estilo velho oeste que vemos na série, com direito a piano, garrafas e mais garrafas e claro, chapéu de cowboy que infelizmente não podíamos tirar para usar.
Vários estandes trouxeram atividades de realidade virtual, mas acredito que a HBO foi a que melhor soube empregar essa realidade no contexto da série. Com uma atividade que levava cerca de 8 minutos, não conseguiram disponibilizá-la para todos que passavam por suas filas, e por duas vezes quando procuramos participar, a opção estava fechada devido a gravações de alguns veículos da imprensa. No entanto, quando finalmente conheci o cenário do bar, um dos staffs do estande me abordou perguntando se eu gostaria de participar de uma experiência. Foi para isso que eu fui então quando passei por entre as portas do bar, entrei num universo futurista. Fui recebida por uma mulher numa mesa que logo me direcionou para uma sala com portas de vidro. Na sala tinha apenas um cara vestido de preto, uma mesa com computadores e uma cadeira com rodinhas no meio da sala. Coloquei os óculos e comecei a seguir as instruções dadas no vídeo. Desde escolher qual chapéu e arma usar, praticar tiro ao alvo em garrafas e panelas, até me sentar e ser carregada por um laboratório onde me avaliavam como um objeto quebrado, olhava para os lados e via pessoas robôs destroçados ou apresentando comportamento irregular. A realidade virtual de Westworld realmente me transportou para um outro universo e me deixou ansiosa para mergulhar de vez na história do show.
Um dos espaços que mais chamou atenção foi a exposição da Tamashii Nations que trouxe pela primeira vez as 12 Armaduras de Ouro dos Cavaleiros do Zodíaco. Para todos os fãs do Anime que fez sucesso aqui nos anos 90 foi uma gigantesca emoção ver as 12 armaduras reluzindo em seu tamanho original. É a primeira vez que essa exposição sai do Japão e a Tamashii escolheu o Brasil para iniciar essa Tour com as Armaduras principalmente pelo sucesso que a série fez em terras tupiniquins. E podemos dizer sem sombra de dúvidas que o Bairro Japonês, espaço criado na Comic Con para abrigar a exposição era o que mais brilhava devido a cor das armaduras… Foi difícil conter as lágrimas.
O espaço dedicado à Fundação Ayrton Senna foi mais simples e bem especial. Além de poder abraçar o Senninha, entrando no trailer pudemos ver de perto os capacetes e troféus que passaram pelas mãos do nosso ídolo nacional, junto com fotos dos grandes momentos de sua jornada.
E como não podiam faltar, uma das principais atrações do evento são os Cosplays e a cada ano eles ficam melhores. você não sabe se filma, fotografa ou fica impressionado com o trabalho e carinho que os fãs homenageiam os personagens. E todos eles tem tantos detalhes que só vendo para acreditar. Aqui estão alguns dos melhores que encontramos por lá.
E como essa matéria já está enorme, deixamos para falar um pouquinho da maior atração do evento na parte 2.. os painéis e seus convidados. Foi emocionante assistir a diversos artistas contar um pouco de sua história e experiência.