Para as universidades norte-americanas o esporte é tão sério como a formação educacional. Alunos que se destacam na escola como esportistas têm mais facilidades para conseguir uma vaga e uma bolsa em uma prestigiada faculdade nos EUA.
American Pie
Desde criança eu assistia aos filmes, como “American Pie” ou “Legalmente Loira” que abordam a vida universitária norte-americana. Graças a eles fomos apresentados às fraternidades, aos mascotes, às líderes de torcida, aos músicos da banda e vimos como é disputado um lugar nos times de futebol americano, basquete, vôlei, entre outros. Mais que estudar de graça, fazer parte desta turma dá status e é motivo de orgulho para os pais e amigos.
Se destacar no esporte na faculdade é como ser um jogador bem-sucedido de futebol em um dos maiores times do Brasil. A remuneração fica por conta da economia que o estudante e a família fazem, por não pagarem as caríssimas mensalidades. Além disso, muitos seguem carreira na área esportiva.
A convite da amiga Mariana Aquino, a única brasileira do time de vôlei da UCLA (Universidade da Califórnia Los Angeles), fomos ver o jogo das meninas UCLA contra sua maior adversária, a USC (University Southern California), no maravilhoso estádio de esportes do Trojans (nome do time da USC, na UCLA somos Bruins), no centro de LA.
O campeonato universitário é nacional e disputadíssimo. Os times rodam os Estados Unidos representando sua universidade e as jogadoras são verdadeiras celebridades. A imprensa está sempre presente. Jornalistas esportivos das maiores emissoras de rádio e TV amaricanas, incluindo a CNN Esportes, fazem a cobertura de todos jogos, que são transmitidos ao vivo para todo o país, assim como nosso campeonato de futebol profissional no Brasil. O atleta é tratado e cuidado como estrela. O treinamento é pesado, mas o reconhecimento é enorme.
Fiquei impressionada ao chegar ao local, rapidamente percebemos que a arte imitou a vida. A partida de vôlei parecia mais um cenário de filme da sessão da tarde.
A banda tocou o hino, os meninos da Fraternidade sentavam na área VIP, as torcidas vestiam camisas e gritavam o nome das jogadoras. As líderes de torcida faziam seu show. No telão, torcedores apareciam dançando nos intervalos. Como um clássico FlaxFlu no Maracanã, com um toque hollywoodiano.
Como estudante da UCLA, sou Bruins até o fim, nesta partida os Trojans, donos da casa, levaram a melhor. Mas o campeonato ainda está em pleno vapor até dezembro e pretendo voltar para prestigiar a amiga e o time da minha amada universidade.
Naquele dia, me lembrei dos filmes que assisti no passado e como eu imaginava que aquela cena seria na vida real. Estar lá, ao vivo e a cores, foi sem dúvidas a realização de um sonho de infancia e me fez perceber que a nossa realidade pode ser tão ou mais interessante e divertida que a nossa própria imaginação.
