Por: Raquel Zambon
Foram duas previsões de estreia adiadas pela pandemia, quatro trailers oficiais esmiuçados pelos fãs e muita ansiedade que, finalmente, está prestes a acabar: o Batman idealizado por Matt Reeves – e interpretado por ninguém menos que Robert Pattinson – chega aos cinemas brasileiros em 3 de março.
Aqui no HEA, tivemos o privilégio de acompanhar uma exibição antecipada no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. E só vamos dizer uma coisa: a ansiedade dos fãs por este lançamento é totalmente justificada!
Confira nossas primeiras impressões do filme – sem spoilers, claro:
O homem-morcego de Matt Reeves
Vamos começar fazendo uma reflexão: Batman é um personagem criado há mais de 80 anos, que já foi interpretado nos cinemas, nas telinhas e nos quadrinhos de incontáveis formas. Em algumas interpretações, ele é mais heroico; em outras, mais fechado. Batman já foi até engraçado. Entretanto, é importante lembrar que estamos falando de um personagem traumatizado, que nasceu da necessidade de uma criança em encontrar uma forma para lidar com a morte dos pais.
Por conta disso, uma das principais reclamações dos fãs em versões passadas de Batman foi a falta de realismo, já que se espera um personagem sombrio, perigoso e até mesmo um pouco vingativo – ou seja, com comportamentos condizentes ao trauma vivido por Bruce Wayne. Sendo assim, era uma grande expectativa que a releitura de Matt Reeves trouxesse esse perfil de personagem. E, caramba, como ela trouxe!
A cinematografia, a trilha sonora… Todos os elementos de “The Batman” são extremamente bem calculados para fazer cinema de qualidade e trazer uma vibe dark à produção. Não estamos falando de um filme com easter eggs, com vilões fantasiados e de atitudes maníacas. Este é um filme de investigação, com batalhas de poder, foco em corrupção e em uma Gotham que parece perdida demais para ser salva.
As atuações
É normal associarmos Robert Pattinson a um certo vampiro que brilha no sol, mas o fato é que o ator já provou seu talento em muitas ocasiões depois de “Crepúsculo”.
Pattinson nasceu para interpretar Batman e, na minha humilde opinião, é o melhor Batman que já ocupou as telonas. Ainda que o filme não mostre a cena da morte dos pais de Bruce, é possível ver o sofrimento desta lembrança no olhar de Pattinson em diversos momentos. O ator conseguiu transmitir todo o lado dark do personagem, mas sem deixar de representar sua humanidade nas horas necessárias. Ele arrasou, ainda que seu corte de cabelo não ajude de forma alguma! rs
Paul Dano é um caso à parte. São pouquíssimas as cenas com sua presença, mas o ator rouba o filme. Colin Farrell consegue transmitir emoção para além da maquiagem pesada do Pinguim e também traz uma atuação impecável. Guerra de gigantes mesmo.
A ação
Não vá ao cinema esperando ver “Vingadores”. “The Batman” não usa de tecnologias excessivas ou de vilões espalhafatosos, já que traz uma trama mais baseada em corrupção e em questões psicológicas. Se fôssemos comparar, eu diria que o filme segue a mesma linha de Coringa, o que já é um grande atestado de sua qualidade.
Mas calma: o filme não é entediante só porque tem menos cenas de ação. Fique de olho em uma cena de perseguição com o Batmóvel, que já garante emoção suficiente para o filme inteiro.
Afinal, The Batman é bom ou não é?
Em geral, tenho a impressão de que “The Batman” será um filme de amor ou ódio para os fãs. Quem espera uma versão mais sombria vai curtir muito, e quem está esperando mais um filme da DC vai se decepcionar bastante.
Eu estou no primeiro grupo, definitivamente. Acho que um bom exemplo para resumir minha experiência é o seguinte: não tenho a menor paciência para filmes longos. The Batman tem 175 minutos e eu sequer pensei em olhar meu celular. É o tipo de cinema que te transporta para o mundo apresentado na telona, com a maior qualidade possível.
Raquel Gonçalves Zambon:
É jornalista de Entretenimento e especialista em Comunicação Interna. Divide seu tempo livre entre o vício incurável por filmes, televisão, livros e as gatas Mia e Mel.