Pra fechar com chave de ouro a publicação das nossas entrevistas com o elenco da excelente série “Atypical”, no ATX Television Festival, nada melhor do que uma conversa com as atrizes que dão o tom cômico ao seriado, Jenna Boyd, a querida que interpreta a hilária Paige, namorada de Sam, e Amy Okuda, a terapeuta que deu à luz ao seu bebê recentemente no seriado.
Se deliciem com o nosso bate-papo e não deixem de maratonar “Atypical”. A terceira temporada é a minha favorita, mas queremos saber, qual é a de vocês. Contem pra gente nos comentários do post.
Quem faz o figurino da Paige?
JB: Nosso figurinista Moe é tão talentoso! Minhas sessões de prova são mais longas que as de todo mundo. Eu tenho mais opções para provar e nós acabamos rindo durante todo o tempo. É muito divertido e as roupas realmente ajudam a me transformar na Paige. Tem sido muito divertido fazer isso.
Você já olhou para uma peça e disse: “eu não vou usar esse prendedor de cabelo, isso é insano!”?
JB: Nós não temos muitos limites para a Paige. É um acordo em que qualquer coisa vale!
Ela me lembra um pouco da personagem Sue Heck, de “The Middle”.
JB: Meu Deus, sim!
Ela tem aquela atitude de que não se importa com o que as pessoas pensam.
JB: Para mim, é como se a Jessica Day de “New Girl” e a Cher de “Patricinhas de Beverly Hills” tivessem tido uma filha!
Eu sou do Brasil e estou representando os fãs brasileiros… O show faz muito sucesso lá. Nós vimos um painel de “Atypical” em Los Angeles e escrevemos sobre o show pela primeira vez depois disso. Recebemos um feedback bastante emocional, com opiniões de famílias que enfrentam as mesmas questões do espectro. Qual foi o feedback mais emocional que vocês já receberam?
JB: Foi sobre um dos atores que faz parte do grupo de suporte ao autismo do Sam na segunda temporada. A mãe dele veio até mim depois de uma de nossas screenings e disse que queria que eu soubesse que a minha personagem a fez pensar que, talvez, o filho dela possa ter uma namorada que goste muito dele um dia. Não há nada mais recompensador – e que te faz pensar que você não é merecedora de tanto – quanto saber que o show significa algo para as pessoas.
AO: É tão especial. Na segunda temporada, nós tivemos muitos atores que realmente fazem parte do espectro. Ver o quanto eles amam estar no set de filmagem, saber que eles estão buscando uma carreira como atores e que amam isso… Eles não recebem essas chances com frequência porque existem poucos shows que consideram atores no espectro. É tão bonito ver que eles ficam felizes e empolgados por estar no set. É recompensador.
Você acha que eles dão mais valor?
AO: Acho que é um trabalho de muito amor para todos que estão no show e acho que é por causa dessa energia.
JB: E não são só os atores: o nosso departamento de cenário tem um colaborador com autismo. Tantas pessoas que estão por trás das cenas amam este show e acho que isso faz a diferença quando você assiste. É isso que você está vendo.
Eu tenho três filhos com necessidades especiais e dois deles fazem parte do espectro. Eu assisto ao show e vocês realmente acertam muito. Vocês têm experiência com alguém em suas vidas que traz inspiração e ajuda na atuação? Pensando que é assim que você gostaria que seu personagem tratasse essa pessoa ou algo do tipo.
JB: Eu meio que aprendi com a própria Paige porque não tivemos tempo de preparação e também porque ela não sabe nada sobre autismo quando conhece o Sam. Ela também está tentando entender.
Mas ela o aceita como é.
JB: Sim, mas ela ainda comete vários erros e assume várias coisas sobre ele que não deveria. Eu também faria isso se encontrasse alguém diferente de mim. Humanos fazem isso.
Mas a Paige não julga, o que meio que faz dela a super-heroína do show.
JB: Isso é muito gentil. Tem sido divertido fazer parte desta jornada com ela enquanto ela aprende, comete erros e assume coisas que nem sempre são verdade. Eu tenho aprendido com ela.
Sua personagem é a especialista, certo?
AO: Sim! Antes do show, eu não tive nenhuma experiência com alguém próximo que fosse parte do espectro. Então, eu li livros e assisti documentários. Claro que ajudou, mas acho que aprendi mais nesses três anos de show do que poderia ter aprendido em qualquer livro ou filme. Agora, quando conhecemos pessoas como você ou como outros fãs que possuem membros da família no espectro… Quando as pessoas se aproximam e dizem o quanto o show significa para elas, é isso que nos move.
O que as suas personagens assistiriam na TV se tivessem tempo?
JB: Eu acho que a Jess de “New Girl” é a heroína da Paige. Realmente acho que ela ama o show.
AO: Eu não sei o que a Julia assistiria. Algo para escapar da realidade… “Real Housewives”, “Keeping Up with the Kardashians”, algo para escapar da vida caótica dela!
Amy, você fez parte de “The Guild”, um show que foi precursor em formato e canal de distribuição. É bacana fazer parte dessa evolução?
AO: Acho que eu meio que fui parte da era que iniciou isso. É estranho ver como as coisas estão diferentes. Eu olho para trás e penso que as coisas já foram mais simples, mas é bacana.
Muito obrigado, pessoal.