Por: Claudia Ciuffo
Entrei no avião em Austin para retornar a LA e dei de cara com Chris Long, produtor executivo e diretor dos episódios mais épicos de “The Americans”, incluindo o que encerrou com chave de ouro a série no último episódio dia 30 de maio.
Não me segurei, parei a fila do embarque e disse a ele: “parabéns pelo trabalho em “The Americans”, é a melhor série do século XXI na minha opinião. Foi brilhante”. Ele sorriu, agradeceu e deu crédito ao espetacular roteiro escrito por Joe Weisberg, criador e produtor executivo e Joel Fields, roteirista e produtor executivo. “Sim, o roteiro é fantástico mesmo, mas a sua direção foi igualmente sensacional”, eu completei e parti antes que a tripulação me chamasse atenção por atrasar a entrada dos outros passageiros.
Mas, sinceramente, eu não me importaria de levar um esporro por conta de “The Americans”, que sim entrou para a história da televisão como um dos seriados mais icônicos produzidos nos EUA até hoje.
Eu escrevi um relato sobre o show quando a última temporada estreou e compartilho novamente com aqueles que não tiveram a oportunidade de ler, ou até de assistir o seriado que, sim, tem um ritmo mais lento, mas atuações que são de tirar o chapéu. Além dos momentos de silêncio, as cenas que te fazem acreditar que você, na verdade, está assistindo a um filme, não uma série de TV. Para maiores detalhes, vale conferir:
Eu estive no painel de “The Americans” ano passado, que contou com a presença das mentes brilhantes Joe Weisberg e Joel Fields, foi sensacional mas, este ano, para festejar o fim da jornada, o ATX Festival recebeu todos os integrantes do elenco que deram vida aos personagens criados pelos gênios e ajudaram a contar tão brilhantemente a estória dos espiões russos, que se passam por norte-americanos, que por sinal é baseada em fatos reais.
Keri Russell (Elizabeth Jennings), Matthew Rhys (Phillip Jennings), Noah Emmerich (Stan Beeman), Holly Taylor (Paige Jennings), Keidrich Sellati (Henri Jennings), Brandon J. Dirden (Dennis Aderholt ) relembraram momentos importantes da jornada de seus personagens, falaram sobre como foi importante ter a chance de participar de uma série bem escrita como essa e afirmaram que o último episódio, que levou todos às lágrimas, foi emocionante para eles também.
ALERTA DE SPOILER:
Como disse Keri Russell: “não tem dor maior para os pais do que perderem seus filhos, se alguém ainda queria que Elizabeth e Phillip pagassem tudo o que fizeram, acho que este foi o maior e pior castigo”. E quando perguntada do que mais vai sentir saudades, olhou para Matthew, que é seu marido na vida real (eles se conheceram e se apaixonaram durante as gravações), e disse: “de trabalhar com você”. Levando a plateia ao delírio.
Matthew realmente é um excelente ator e sua performance como Phillip deixou todos boquiabertos, nós fãs também vamos sentir saudades dele. Aliás, não só dele, como da série como um todo, especialmente da trilha sonora, que durante as 6 temporadas foi praticamente um personagem por ter ajudado a contar a própria estória.
Aliás, como diz a música do U2 na última montagem da série: “eu não posso viver nem com, nem sem você”… mas felizes de nós que fomos presenteados com um seriado tão inteligente. Como disse o moderador do painel do ATX Festival, que venham muitos Emmys (o Oscar da TV), interessante que a série foi poucas vezes indicada e nunca ganhou a estatueta. Talvez porque seja mais inteligente do que os membros da Television Academy (posso falar abertamente porque também sou membro). Este ano é a última chance deles serem reconhecidos pela organização, e se isso não acontecer, melhor desistir realmente de fazer parte desta comunidade. Porque se eles não têm a capacidade, como o público e a crítica, de enxergarem o valor do trabalho dos envolvidos em “The Americans”, não é um grupo que vale pertencer para celebrar a televisão.
Por ora, faço campanha apenas e ainda tenho esperanças que a série se destaque na corrida do Emmy Awards. Mas uma coisa eu tenho certeza, nas boas escolas de cinema e TV, e nos respeitosos cursos de roteiro, direção e atuação, The Americans está imortalizado, pois vai ser um “case” estudado por quem almeja uma carreira na TV, durante as próximas décadas. E será reconhecida pelas novas gerações não só como um seriado de TV, mas como um marco da história dos EUA.
Trailer do último episódio de “The Americans”: