Selma Blair tem 49 anos como eu. Ela foi a rainha da vilania em filmes como “Legalmente Loira”, e interpretou personagens que quebraram tabu, como em “Ligações Perigosas”. Foi uma famosa antagonista que, por muitas vezes, roubou a cena de suas protagonistas.
O público já conhecia o seu poder como atriz, mas no documentário “Apresentando, Selma Blair” temos a oportunidade de ver a mulher guerreira que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2018, uma verdadeira lição de vida.
Tive o prazer de assistir o documentário, em uma sessão privada para a imprensa, em Los Angeles. Impossível conter as lágrimas ao acompanharmos a jornada de aceitação pessoal e resiliência de Selma, enquanto ela avalia o próximo capítulo de sua vida após o diagnóstico. Dirigido pela excepcional Rachel Fleit, o filme explora questões complexas que vão desde a dissecação de mitos arraigados sobre a beleza até o medo coletivo em torno da deficiência e da mortalidade. Completo com sua sagacidade e humor característicos, o filme segue Blair enquanto ela reconcilia uma jornada de transição monumental.
A história de Selma é mais que uma inspiração, nos faz avaliar as nossas prioridades, os nossos medos, a nossa capacidade de enfrentar desafios, no caso dela, em público. Quando ela e a diretora entraram no cinema para um bate-papo, após a exibição do doc, foram aplaudidas de pé. Sorridente, Selma fala da emoção em receber tanto carinho, pessoalmente e nas redes sociais, por ter compartilhado sua trajetória: “muitas pessoas me escrevem agradecendo, dizendo que eu as ajudei, isso é um conforto”.
Rachel comenta da força de Selma e afirma que a parceria delas foi um aprendizado para a diretora: “eu estou muito feliz pela receptividade deste trabalho. A gente nunca sabe como as pessoas vão reagir, mas tem sido fenomenal. E fico feliz que todos tenham a oportunidade de conhecer esse outro lado da Selma guerreira”.
Foi maravilhoso voltar a assistir um filme na telona, depois de tantas screenings online durante a pandemia. Melhor ainda foi conhecer Selma Blair. Sempre fui fã da atriz e agora mais ainda do ser humano forte e determinado que ela é. Ela estava se sentindo bem e ficou pra festinha que rolou depois do documentário. Conversou animada com muita gente que estava por lá, até famosos como a atriz Karla Souza, que interpretou Laurel Castillo na série “How to Get Away with Murder”.
Foi uma noite especial, marcada por um documentário sensacional, duas convidadas icônicas e o retorno à temporada de premiação com a exibição de filmes e documentários no cinema (importante destacar que o número de pessoas convidadas para as screenings foi reduzido, precisamos apresentar o cartão de vacinação e usamos máscara durante toda a exibição do filme). E agora as comidinhas da festa são servidas em sacolinhas, não mais no tradicional buffet. Adaptações necessárias e importantes para que os eventos aconteçam e para que a gente consiga assistir um filme no local onde ele foi idealizado para ser exibido. Nota 1000!