Por: Raquel Zambon
Em um ano de lançamentos bombásticos como “Wandavision, “Bridgerton” e, até mesmo, uma reunião de “Friends”, ninguém poderia imaginar que o maior sucesso da televisão seria uma desconhecida produção coreana. Entretanto, “Round 6” (Squid Game) fez história não somente como a série mais assistida de 2021: ela se tornou a produção mais assistida da Netflix de todos os tempos!
O que levou a esse sucesso? Claro que o show contou com uma propaganda boca a boca nunca antes vista: cada telespectador que conferia os nove episódios recomendava a série para outros, o que fez com que os índices de audiência crescessem continuamente. Mas, além disso, “Round 6” trouxe elementos pouco explorados para as telinhas, tratando de temas socialmente importantes em meio a muitas cenas surpreendentes.
Enquanto uma nova série não consegue tirar o trono de mais assistida de “Round 6”, vamos explorar um pouquinho do que faz dela uma série imperdível:
Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência
Para quem não sabe (se é que alguém no planeta ainda não sabe!), “Round 6” conta a história de Gi-hun, um pai endividado que é convidado a participar de um jogo com 455 oponentes. O ganhador dos seis desafios deste jogo levará uma fortuna inigualável para casa, mas os jogadores logo descobrem que somente o vencedor sairá vivo da competição.
Claro que “Round 6” apresenta um cenário extremo, mas a série abre portas para a gente pensar: em meio a salários baixos, desemprego e pouca qualidade de vida (realidade de muitos na Coreia do Sul, no Brasil e em outros países), quantas pessoas não têm de tomar decisões extremas, que vão contra suas crenças, para sobreviver?
Olhando desta forma, dá até para entender quando os jogadores aceitam continuar nos desafios de “Round 6”. A arte imitando a vida…
Humanos falhos, colocando suas falhas em prática
Sabemos que situações difíceis levam pessoas a escolhas pouco altruístas. Em “Round 6”, temos uma enxurrada de realidade nesse sentido, com personagens falhos tomando várias decisões pouco honradas para sobreviver.
Sang-Woo, interpretado pelo ator Park Hae-soo, é a maior prova disso. Ele usou de sua inteligência (e de trapaça) para trair outros jogadores e amigos em diversos momentos. Quem não ficou chocado com as decisões do personagem no episódio 6? A carinha do Ali ao descobrir o que Sang-Woo fez foi de partir o coração!
Um olhar para novas culturas
O quanto estamos acostumados com o modelo de TV e cinema americano? Pela maior parte das nossas vidas, só tivemos acesso à programações criadas pelos EUA.
Explorar programações de novas culturas nos permite acompanhar tramas ainda pouco abordadas, novas ideias, atores e diretores desconhecidos… Eu, por exemplo, tinha pouquíssimo conhecimento da situação econômica e política da Coreia do Sul até “Round 6” me despertar curiosidade pelo tema.
A TV existe para entreter, mas também para nos fazer pensar e adquirir conhecimentos. “Round 6” oferece tudo isso junto.
Surpresas, surpresas e mais surpresas!
Como se não bastasse, “Round 6” ainda conta com personagens extremamente carismáticos, e perdê-los a cada episódio vai se tornando difícil. Você fica colado na telinha, torcendo por cada um e se surpreendendo a cada reviravolta.
Tanto potencial só podia mesmo resultar em sucesso. Foi por isso que Hwang Dong-hyuk, criador e diretor da série, não hesitou em retornar para uma segunda temporada. Pelo que se sabe até o momento, ela será focada em Gi-hun, mas não possui previsão de estreia. Segura, ansiedade!
Raquel Gonçalves Zambon:
É jornalista de Entretenimento e especialista em Comunicação Interna. Divide seu tempo livre entre o vício incurável por filmes, televisão, livros e as gatas Mia e Mel.