Por: Raquel Zambon
Quando as greves dos roteiristas e atores estouraram em Hollywood, muitos pensaram que os fãs de Entretenimento que visitam a SDCC anualmente desistiriam da edição 2023. Não se sabe se os fãs queriam curtir a convenção de qualquer forma ou se apenas não queriam perder os valores investidos nas credenciais, mas é fato que o comparecimento ao evento aconteceu em peso.
Só que uma pergunta ficou no ar: será que a San Diego Comic Con valeu a pena para todos os participantes que não apreciam muito o mundo dos quadrinhos?
Aqui no HEA, a resposta é: sim, valeu demais! Ainda que painéis sobre nossas séries e filmes favoritos não tenham acontecido, isso não significa que essas produções não estiveram presentes por lá. Por todo o Gaslamp Quarter, bairro onde o centro de convenções está localizado, você podia encontrar prédios envelopados com imagens de “Yellowjackets”, “The Boys”, “The Walking Dead: Dary Dixon”, “Only Murders in the Building” e muito mais. Além disso, a cada três passos, cruzava com algum fã fazendo cosplay do seu personagem favorito.
A agitação no Gaslamp Quarter foi além: restaurantes fizeram menus especiais com base nas séries favoritas do público. Tivemos a oportunidade de conferir um menu baseado em “Yellowjackets”, de saborear donuts inspirados nos heróis da Marvel e até mesmo visitar uma lanchonete pop-up do Sonic.
A cada momento, uma nova surpresa acontecia: no sábado de manhã, por exemplo, tivemos o filme “Percy Jackson e os Olimpianos” representado por gladiadores, que invadiram o Gaslamp para distribuir camisetas a alguns fãs sortudos.
Muita coisa legal, né? E ainda nem comecei a falar do aspecto mais especial: as ativações baseadas em séries e filmes, que permitem que cada fã participe de atividades/jogos sobre sua programação favorita e ainda ganhe brindes.
Neste ano, os fãs podiam comer pizza grátis e jogar um jogo de celular inspirado no filme “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, passear por réplicas das ruas de New Orleans na ativação de “Entrevista com o Vampiro”, da AMC, ou mesmo celebrar os 30 anos de “Jurassic Park” em uma experiência cheia de cenários incríveis para fotos. E, como já contei em matérias anteriores, também puderam entrar no mundo das animações do Hulu, visitar o Paramount+ Lodge e até mesmo participar de algumas festas exclusivíssimas, como a do filme “Fale Comigo” da A24 e a da série “Jury Duty”, da Amazon.
Tudo isso aconteceu só no Gaslamp Quarter, área externa da convenção que pode ser acessada até mesmo por quem não tem credenciais da SDCC!
Do lado de dentro do centro de convenções, não foram só os quadrinhos que fizeram sucesso: bonecos Funko, camisetas e outros itens inspirados em personagens levaram os expositores a ano excelente, no qual eles venderam muito mais. E, apesar de mais cheios, os corredores da área de exposição trouxeram muitas atividades e oportunidades bacanas de fotos para quem teve a paciência de explorá-los.
No final das contas, a sensação que ficou foi a mesma de todos os anos: tem mais coisa interessante para fazer na SDCC do que tempo de evento e cada fã, inevitavelmente, acaba saindo dali com gostinho de quero mais.
A San Diego Comic Con vai muito além das celebridades que você pode conhecer ou das novidades que pode ver nos painéis. Mais do que os talentos, ela é feita pelos fãs e se alimenta da energia deles. Nesse ano, pude entender o real significado do evento: celebrar a cultura pop em meio a pessoas que têm os mesmos interesses que você, e que são capazes de tornar cada dia simplesmente incrível.
Raquel Gonçalves Zambon:
É jornalista de Entretenimento e especialista em Comunicação Interna. Divide seu tempo livre entre o vício incurável por filmes, televisão, livros e as gatas Mia e Mel.
