Por: Luana Mattos
31 de agosto de 1997 e 23 de junho de 1998 foram duas datas que ficaram marcadas na minha infância, lembro-me de ter chorado muito ao ver a comoção em todos os canais de televisão aqui no Brasil. Para quem não é desta época ou não lembra destas datas, em 31 de agosto de 1997 morria, de forma trágica, a querida Princesa Diana, ou Lady Di, como ficou mundialmente conhecida. E, em 23 de junho de 1998, a música “Não aprendi dizer adeus” foi entoada em meio a lágrimas quando o cantor, Leandro, da dupla Leandro e Leonardo, deu seu último adeus após complicações devido a um câncer de pulmão que se alastrou rapidamente. Estas duas perdas marcaram minha infância, na época eu tinha apenas 5 anos, mas lembro-me como se fosse ontem: a terra parou, a TV registrou e o mundo chorou!
Onze anos e dois dias depois, em 25 de junho de 2009, as manchetes anunciavam a morte inesperada de Michael Jackson, e, dois anos e sete meses mais tarde, em 11 de fevereiro de 2012, o mundo dava adeus a mais uma estrela, Whitney Houston (suspiros!). Neste sábado, 13 de julho, faz 6 anos que perdemos Cory Monteith, o jovem talentoso protagonista do seriado “Glee”, o que até hoje deixa seus fãs com o coração partido. Em março deste ano, Luke Perry, o intérprete de Dylan McKay na icônica série “Barrados no Baile”, partiu prematuramente após sofrer um derrame. E no último sábado, o ator Cameron Boyce, estrela dos filmes da Disney, também nos deixou aos 20 anos de idade. Estes são apenas alguns nomes de uma longa lista de celebridades cujas perdas foram sentidas por milhares de pessoas.
O que nos leva a questionar: Por que sentimos tanto estas perdas? É normal chorarmos e ficarmos de luto como se tivéssemos perdido um ente querido?
De acordo com a opinião da Dra. Rachel O’Neill (conselheira clínica em Ohio, EUA) em uma matéria publicada pela Teen Vogue, em março deste ano, “sentir tristeza após a morte de uma celebridade é comum porque formamos apegos pessoais a celebridades. Mesmo que não conheçamos pessoalmente as celebridades”, O’Neill explica que elas ainda podem desempenhar papéis importantes em nossas vidas. “As celebridades se conectam conosco e, embora não as conheçamos pessoalmente, a presença delas ainda é sentida em nossas vidas”, diz ela. “Por exemplo, talvez o indivíduo fosse parte integrante de sua infância de alguma forma. Talvez eles fossem sua primeira paixão (crush) ou talvez representassem um ideal, algo que você esperava que pudesse ser. Ou talvez a celebridade tivesse uma memória particular importante em sua vida”, complementa.
Para Cynthia Catchings, uma terapeuta do Talkspace na Virgínia, EUA, as celebridades podem fazer parte da nossa rotina e representar algo bom e que nos traz alegria. “As celebridades podem ser uma grande parte de nossas vidas diárias – elas podem nos proporcionar risadas, conforto, entretenimento, excitação ou uma sensação de fuga. Quando uma celebridade com a qual nos sentimos conectados morre, pode parecer que estamos perdendo alguém próximo a nós. Porque eles podem ter sido parte integrante de alguns dos nossos momentos mais felizes ou tristes”, diz Catchings. “Eles nos fizeram rir, nos fizeram chorar, mas, o mais importante, nos ajudaram a esquecer nossos momentos difíceis em que mais precisávamos”, sinaliza a terapeuta.
Então, podemos concluir que sim, é normal sentir a perda, a falta e o luto. Embora, não os conheçamos pessoalmente, essas pessoas fazem parte das nossas vidas e desempenham um papel nela, mas precisamos discernir que tipo de impacto esta perda terá nas nossas vidas, se positivo ou negativo.
Neste caso, também é válido relembrar antigos trabalhos do artista, assistir documentários e homenagens. Mas lembre-se de tomar os cuidados necessários para não se afundar nesta onda de tristeza, procure falar dos seus sentimentos com outras pessoas, procure entender por que essa perda foi tão significativa, e quando se sentir pronto, aceite-a e siga em frente.
“Honre seus sentimentos e sua experiência. Confie que a cura vem com o tempo.” – Cynthia Catchings
“Um ser humano que chora, ri, se decepciona e se surpreende, mas acima de tudo alguém que teve a vida transformada por Jesus. Ama ler e escrever, e acredita que as palavras têm poder e que podemos mudar o mundo através delas.”
@luanatmattos
Excelente matéria. Fizeram e fazem parte da nossa vida, pois como foi dito, rimos e choramos com eles e nos impactaram de alguma forma. Sinto e senti a perda deles, pois sei que são seres humanos que sofrem e enfrentam batalhas nessa vida como nós, não apenas personagens de ficção, são reais!
Particularmente gostava muito de Luke Perry, me identificava com ele, vou sentir muito a falta dele nas séries.