Essa semana, perdi mais um conhecido em consequência da depressão, doença que hoje mata mais que a AIDS e quase tanto quanto o câncer. Figura gente fina, estudou comigo no colégio, não nos víamos há anos, mas nos falamos algum tempo atrás pelo Facebook.
Muitos se sentem desconfortáveis em assistir séries, como “Os 13 Porquês”, que abordam o suicídio. Já eu celebro que a indústria do entretenimento esteja colocando em voga um assunto tão importante que deve ser pensado e discutido na TV, no cinema, dentro de casa, nas escolas, nas festas, no ambiente de trabalho, pois dividir o problema ajuda e sabemos que sem o devido tratamento as consequências podem ser cruéis.
Por essa e outras, o novo seriado “A Million Little Things” entrou na minha lista de favoritos de 2018. A série não só trata deste tema, como mostra as consequências de uma morte inesperada na vida da família e dos amigos, assim como o impacto que a notícia de um suicídio, na hora que você estava determinado a tirar sua própria vida, causa, a ponto de mudar o curso da sua trajetória. Isso sem contar que enquanto alguns estão considerando desistir de viver, outros membros deste diverso grupo de amigos, lutam para vencer o câncer e continuar vivo.
O roteiro é muito bem escrito e, mesmo tratando de assuntos difíceis, não é um mar de lágrimas. Por isso, não pense que você vai chorar como chora em “This Is Us”, porque isso não vai mesmo acontecer. Os temas são dramáticos, claro, mas abordados de forma realista, ou seja, o drama não toma conta das estórias. As atuações não são exageradas, são simplistas e, como na vida real, muitas das situações desafiadoras são tratadas com senso de humor. A trilha sonora é maravilhosa, praticamente um personagem na série, e sim dá um charme extra tanto aos momentos emocionantes, como aos divertidos.
Os diálogos são inteligentes, e o que mais me impressiona é que os personagens não são perfeitos, pelo contrário, um amigo pode ser seu amigo da vida e te amar muito, mas ele eventualmente vai te magoar, assim como você fará o mesmo. Os pais e mães são seres humanos e tratados como tal, têm milhões de defeitos e decepcionam seus filhos, o que torna a série ainda mais verossímel. “A Million Little Things” apresenta tanto as amizades, como as relações familiares e amorosas, de um ponto de vista tão realista, que arrisco a dizer não ter visto nada igual na TV. Um pouco de mistério completa a maestria deste seriado criado por DJ Nash, que acertou em cheio na escalação do elenco que inclui: David Giuntoli, Romany Malco, Allison Miller, Christina Moses, Christina Ochoa, Grace Park, James Roday, Stéphanie Szostak, Tristan Byon and Lizzy Greene.
Não é fácil saber que uma pessoa bacana, com que você compartilhou momentos inesquecíveis na juventude, partiu prematuramente por não estar mais suportando suas próprias dores. Para o Marcio eu dedico essa matéria, e desejo que ele encontre a sua paz. E para todos vocês, fica a dica não só do seriado, mas para cuidar da mente. Não adianta ter um corpo lindo e sarado, usar roupas da moda, ser bem-sucedido no trabalho, escovar o cabelo, usar maquiagem, viajar o mundo e até realizar sonhos, sem prestar atenção e ter um carinho muito especial pelos seus sentimentos e pela forma com que você anda encarando tanto seus prazeres como as suas dores, e como você está conseguindo enfrentar seus problemas. Se está dureza, não se intimide, procure ajuda profissional, compartilhe suas dificuldades com a família e seus amigos. Basicamente, é este o tema e o propósito de “A Million Little Things”.
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Dizem que a amizade não é uma grande coisa, mas um milhão de pequenas coisas; e isso é verdade para este grupo de amigos de Boston. Alguns membros do grupo são super bem-sucedidos, enquanto outros estão enfrentando desafios em suas carreiras e seus relacionamentos, mas, de certa forma, todos sentem que suas jornadas estão empacadas. Quando um deles morre inesperadamente, é apenas o despertar que os outros precisam para finalmente começarem a viver. Ao longo do caminho, eles descobrem que os amigos podem ser a única coisa que os ajudam a salvá-los de si mesmos. | vvvvv | |
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